Médica
ginecologista Marcella Marinho detalha todos os passos para a mulher fazer a
terapia e ter melhor qualidade de vida
A partir dos 35 anos toda mulher inicia um processo
de declínio hormonal. Ao longo dos anos e progressivamente, essa menor produção
natural dos hormônios começa a causar sinais e sintomas de maneira singular em
cada organismo.
A médica ginecologista Marcella Marinho explica que
a menopausa é culturalmente o grande marco, e é mais fácil de ser lembrada por
se tratar de um evento único: trata-se da última menstruação. “Porém, muitas
são as mulheres que entre os 48 e 55 anos sofrem com as consequências desse
declínio hormonal. Esse período de transição da vida reprodutiva à senilidade,
chamamos de climatério”, esclarece.
Segundo Dra. Marcella, os principais hormônios
impactados nesta fase da vida da mulher são os estrogênios, embora também a
testosterona seja afetada — sim, a mulher também tem esse hormônio.
Ela alerta para a importância da mulher realizar
seus exames com uma periodicidade mais exigente e com um especialista, não
apenas pelos desagradáveis sintomas como ondas de calor, sangramento irregular,
fadiga, libido diminuída, distúrbios do sono, secura vaginal, incontinência
urinária, dor na relação sexual, dificuldade de perder peso, perda da
elasticidade da pele, irritabilidade, sintomas depressivos e falta de
concentração e memória.
Segundo a médica, tratar esses sintomas e promover
a qualidade de vida da mulher já é um benefício incontestável. Mas também é
muito importante saber que o estradiol é um hormônio que atua em outros órgãos
do corpo, como protetor cardiovascular, mantém a densidade mineral óssea, atua
no estímulo de colágeno na pele, reduz o LDL (colesterol ruim), aumenta o HDL
(colesterol bom), eleva a capacidade de concentração e memória, estimula o sono
REM, mantém a elasticidade das artérias, melhora a resistência à insulina,
entre outros benefícios.
Dra. Marcela ainda informa que a reposição hormonal
bem indicada pode promover saúde e diminuir o risco de doenças
cardiovasculares, osteoporose, doença de Alzheimer, obesidade, distúrbios da
memória, diabetes, cardiopatias e também alguns tipos de câncer, como o colorretal.
Quando fazer o tratamento
A reposição hormonal é indicada para alívio
sintomatológico, promover qualidade de vida e prevenir outras doenças e seus
agravos. Segundo a Dra. Marcella Marinho, a clínica é soberana na decisão de
quem deve ou não fazer a terapia. “Os exames complementares de sangue e imagem
são ferramentas para acompanhar com segurança este tratamento”, recomenda.
A médica ginecologista ainda ressalta que algumas
mulheres não apresentam queixas e passam por esse período com tranquilidade.
Porém, isso não significa que elas não precisem manter hábitos saudáveis e seus
exames em dia. “A ausência de sintomas nem sempre significa imunidade à
doenças. E o climatério é uma fase que aumenta o risco de neoplasias, como
câncer de mama, ovário ou útero. Por isso, é importante manter o
rastreamento, pois um diagnóstico precoce será o grande diferencial de sucesso
nos tratamentos”, adverte.
Segundo o último consenso publicado pela Sociedade
Brasileira de Climatério em 2018 são contraindicações ao uso de terapia de
reposição hormonal o sangramento vaginal não explicado, doença hepática ativa
grave, antecedentes de câncer de mama ou de endométrio, doença coronariana,
acidente vascular cerebral, demência, porfiria cutânea tarda e
hipertrigliceridemia. O lúpus eritematoso sistêmico e o risco elevado de doença
tromboembólica venosa são consideradas contraindicações relativas. Portanto,
nesses casos, cabe ao médico optar pela administração transdérmica após
realizar uma avaliação e expor claramente ao paciente todos os riscos e os
benefícios. “É uma decisão em conjunto”, finaliza Dra. Marcella Marinho.
Marcella Marinho - especialista em ginecologia e
obstetrícia pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e
Obstetrícia (FEBRASGO). É pós graduada em Laparoscopia e Histeroscopia pelo
Hospital do Servidor Estadual (IAMSPE), em Sexualidade Humana pela USP, em
Ciências da Longevidade Humana – Grupo Longevidade Saudável e pós graduanda em
Nutrologia pela Instituto Israelita de ensino e pesquisa Albert Einstein.
Realiza acompanhamento preventivo de mulheres, priorizando o atendimento
integral em todas as fases da vida, da adolescência até a menopausa. Como
obstetra, dedica-se em estar junto a gestante para acompanhar a evolução da
gestação e do trabalho de parto. Para mais informações,
Instagram @dramarcellamarinho
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