Expectativa do
setor é que semi-novos sigam tendo desempenho superior ao dos zero quilômetros
em 2021Divulgação
A indústria automotiva vai precisar de cinco ou
seis anos para se recuperar do tombo que a pandemia causou em 2020. A
constatação é da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores
(Fenabrave), que, apesar das perdas, prevê aumento de 16,6% nas vendas de 2021
em relação ao ano anterior. A projeção para carros e comerciais leves é de
15,8%. Para caminhões, a expansão pode ser de 21,7% e a de ônibus deve chegar a
8,2%.
No ano passado, 1,96 milhão de veículos novos e
usados foram comercializados no Brasil. Para este ano, as previsões variam de
2,3 milhões a 2,5 milhões de veículos vendidos. A Associação Nacional dos
Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) crava que a indústria
automobilística produzirá 2,52 milhões de veículos este ano, sendo 2,38 milhões
de leves e 135 mil pesados (caminhões e ônibus). É um aumento de 25% sobre o
volume produzido ano passado. E, de acordo com as expectativas, quase tudo o
que for fabricado deverá ser vendido: são previstos 2,37 milhão de unidades
emplacadas.
Conforme pesquisa do portal Webmotors em parceria
com a Anfavea, 96% dos 2.103 usuários do site que responderam ao questionário
têm a intenção de adquirir um veículo em 2021, contra os 88% relatados na
última checagem.
Financiamentos favorecidos em 2021
No acumulado do ano de 2020, até o mês de dezembro,
as vendas de veículos financiados somaram 5.529 mil unidades, entre novos e
usados – incluindo motos, automóveis e caminhões. Esse número apresentou uma
queda de -9,6% em relação ao ano de 2019 e equivale a 585 mil unidades a menos.
Apesar disso, o setor de financiamentos está
otimista e deve voltar quase ao patamar de antes da pandemia. Segundo Cristiano
Dantas, diretor comercial da Tecnobank, um pilar essencial é o apoio do mercado
financeiro. "Os bancos e financeiras estão e estiveram o tempo todo ao
lado deste mercado. Nunca faltou crédito e as instituições dão mostras de que
estão firmes em seu papel nessa retomada", comemora.
Além deste cenário, Dantas diz que o PIB deverá ser
favorável este ano, já que os economistas preveem uma variação de 3% a 4%.
"Os juros para o financiamento e a inadimplência também estão baixos. Já a
oferta de crédito começou a aumentar no segundo semestre de 2020. Com essa
combinação de fatores, os financiamentos vêm ficando mais vantajosos, já que
exigem entradas menores e parcelamentos mais longos, cenário que começou a ser
visto no último trimestre do ano passado", analisa.
Impulso dos usados
Em 2020, as vendas de veículos usados somaram 11,4
milhões de unidades, o equivalente a 83% do mercado total, um aumento em
relação aos 80% de 2019. Salto semelhante foi visto nos financiamentos, com os
seminovos e usados passando a responder por 67% dos contratos aprovados pelos
bancos em 2020, contra 63% no ano anterior.
"A falta de peças e a consequente alta nos
preços dos veículos novos acabaram impulsionando a aquisição de automóveis
usados, com parte deles recorrendo à chamada 'troca com troco', em busca de
algum alívio financeiro na coronacrise", justifica Dantas. Além disso,
segundo ele, um ponto fundamental foi a concessão de crédito. "Em outras
crises do passado, os agentes financeiros eram os primeiros a se retrair. Mas
desta vez, foi diferente. Eles ficaram e apostaram nas suas posições. Os bancos
e financeiras estão e estiveram o tempo todo ao lado deste mercado. Não faltou
crédito e as instituições dão mostras de que estão firmes em seu papel nessa
retomada”.
Para 2021, mesmo com a retomada da economia, a
expectativa dos bancos é que os carros usados sigam tendo um desempenho
superior ao de novos. O Itaú, por exemplo, prevê expansão de 20% para as vendas
de seminovos e usados.
Tecnobank
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