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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Estudos indicam que os exercícios físicos previnem doenças degenerativas

Dra. Georgia Zattar explica como a atividade física pode ajudar no combate e na prevenção de doenças

 

 

Todo mundo sabe que a prática de atividades físicas traz diversos benefícios à saúde. Além dos resultados estéticos, movimentar o corpo faz bem para o coração e para a mente, pois ajuda no controle da ansiedade e do estresse. O que pode ser uma novidade é que o exercício físico também serve para prevenir doenças degenerativas. 

 

Pesquisas acadêmicas indicam que a atividade física gera efeitos protetores em quase todos os órgãos do corpo, estimulando a prevenção. A especialista em medicina esportiva, Dra Georgia Zattar, tira dúvidas sobre essa relação.  


 

De que forma o exercício físico previne as doenças degenerativas? 

 

É fato que a atividade física possui benefícios para a saúde, bem estar e estética. Durante o exercício temos um aumento da demanda metabólica do músculo esquelético em contração, com isso há uma alteração da homeostase do corpo todo resultando em efeitos sistêmicos positivos para a prevenção de doenças. Após repetidos desafios, ocorrem adaptações que estão associadas à melhoria da saúde e do bem-estar.

 

Em outros estudos, foi demonstrado que vesículas extracelulares (EVs) são liberadas na circulação durante o exercício e despertam a comunicação entre tecidos, incluindo os do cérebro. “Portanto, esses EVs podem ser um mecanismo da atividade física regular que pode prevenir doenças neurodegenerativas, declínio cognitivo relacionado à idade e demência vascular”.


 

Quais doenças degenerativas são prevenidas? 

 

Uma revisão sistemática da Psychol Med com estudos epidemiológicos e prospectivos mostraram que os exercícios reduzem os riscos de demência e Doença de Alzheimer em 28% e 45%, respectivamente. Está bem estabelecido que novos neurônios são capazes de crescer dentro do giro denteado do hipocampo e foi demonstrado em roedores que a atividade física é capaz de aumentar a neurogênese, com exercícios que mais do que dobram a produção de novos neurônios.


 

O exercício físico também funciona como um tratamento para os pacientes já diagnosticados com esse tipo de doença? 

 

Evidências crescentes de que o exercício pode levar à descoberta de uma série de novas terapias que podem ter como alvo uma ampla gama de condições crônicas, incluindo distúrbios neurodegenerativos. O exercício demonstrou ter efeitos anti-inflamatórios no cérebro que se correlacionam com a função cognitiva. A redução de mediadores inflamatórios e o aumento dos anti-inflamatórios promove melhor resposta ao tratamento e melhora da função cognitiva. 


 

Vale qualquer exercício físico ou algum tipo é mais efetivo do que o outro? 

 

Qualquer exercício físico é válido e tão importante quanto isso é a constância dos hábitos. O sobrepeso hoje é uma pandemia mundial e a projeção é que em 2025 haja 2.3 bilhões de pessoas com sobrepeso e mais de 700 milhões de obesos se nenhuma atitude for tomada. Na obesidade e sobrepeso ocorre uma mudança no compartimento dos monócitos pró-inflamatórios (M1) que podem contribuir para o desenvolvimento de inflamação de baixo grau e aumento de monócitos imunossupressores que podem contribuir para o desenvolvimento de câncer, por exemplo. Toda essa inflamação crônica aumenta o risco de outras doenças inflamatórias como por exemplo doenças degenerativas. 

 

A inatividade física é um dos fatores de risco mais fortes que contribuem para doenças crônicas, as quais representam a maior parte de doenças em todo o mundo, sendo um dos maiores preditores de mortalidade. Hoje, o Brasil está na 5ª posição no ranking mundial de sedentarismo e lidera o status na América do Sul, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).


 

Quais outras práticas evitam o surgimento dessas doenças?

 

Todos os 6 pilares da Medicina do estilo de vida promovem a prevenção de doenças. São eles: Controle de tóxicos, controle de estresse, alimentação, atividade física, relacionamentos e sono. Contudo essa não é a realidade da maior parte dos sistemas de saúde do mundo. A abordagem convencional costuma tratar a doença quando ela aparece e através da prescrição de medicamentos, os quais, em inúmeros casos, causam mais danos do que benefícios. O The Institute of Medicine relatou ao The Wall Street Journal que uma abordagem holística dos cuidados de saúde que utiliza o melhor da medicina convencional, juntamente com terapias alternativas, como meditação, yoga, acupuntura e fitoterápicos, foi cientificamente documentada como efetiva.


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