Último domingo de janeiro marcou o Dia Mundial contra a Hanseníase
Dados preliminares do Ministério da Saúde apontam que, em 2019,
houve o aparecimento de 23 mil novos casos de hanseníase no país. O Rio Grande
do Sul tem poucos casos se comprado com o resto do Brasil, porém um dado que
chama atenção é o maior número de casos de diagnóstico tardio, o que dificulta
o tratamento e faz com que mais pacientes tenham incapacidades físicas
decorrentes do acometimento do sistema nervoso periférico.
“Este é um dado preocupante no Rio Grande do Sul. Embora sejamos
o estado com menor número de novos casos infectados, há um diagnóstico tardio.
O RS tem três vezes mais pacientes que iniciam o tratamento medicamentoso já
com algum comprometimento”, explica a médica dermatologista especialista em
Hansenologia pela Sociedade Brasileira de Hansenologia, médica da Equipe de
Hanseníase do Ambulatório de Dermatologia Sanitária do Rio Grande do Sul e
Doutora em Gerontologia Biomédica da PUCRS, Letícia Eidt.
A hanseníase é uma doença infecciosa e contagiosa causada pelo
bacilo Mycobacterium leprae. Afeta a pele e os nervos periféricos, ocasionando
lesões neurais, conferindo à doença um alto poder incapacitante.
O papel do dermatologista no acompanhamento dos casos é
fundamental, uma vez que as fases iniciais da doença se manifestam muito por
lesões cutâneas.
“Se diagnosticado na fase inicial não há risco de evoluir para
casos mais graves. O tratamento é disponível na rede pública. Porto Alegre tem
uma particularidade que alguns médicos em seus consultórios particulares são
capacitados pela vigilância e podem atender pacientes através de seu convênio,
porém com encaminhamento de forma gratuita”, completou a médica.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), foram 312
mil novos casos registrados nos últimos dez anos, o que coloca o Brasil na
segunda posição no ranking mundial da doença, atrás apenas da Índia.
Marcelo Matusiak
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