As plantas de nossa casa podem não falar, mas ainda assim nos alertam quando algo está faltando ou está errado. Se soubermos vê-lo a tempo e entendermos sua mensagem, o que nem sempre é fácil, devemos admitir, podemos na grande maioria dos casos corrigir antes que sua sobrevivência seja comprometida.
O ponto
mais delicado diz respeito às deficiências indiretas. É o caso quando uma
planta apresenta deficiência de um nutriente, não porque sua quantidade seja
insuficiente no solo, mas porque outro elemento, por seu excesso ou ausência,
impede a assimilação.
Na
iniciativa Nutrientes Para Vida (NPV), temos como missão destacar essas
questões, assim como informar a população a respeito da relevância de
fertilizantes para o aumento da qualidade e segurança da produção alimentar,
colaborando com melhores quantidades de nutrientes nos alimentos e
consequentemente, com uma melhor nutrição e saúde humana.
Abaixo
vamos apresentar alguns exemplos, veja.
Deficiência
ou excesso de água
A
deficiência de água é bastante fácil de detectar: os caules ou folhas são moles e caem. O solo é
seco, não só na superfície, mas também nas raízes. A solução é simples: água!
Muita água
é mais grave do que pouca. Resumimos dizendo que é mais fácil adicionar água a
uma planta do que remover. O excesso de água se manifesta como apodrecimento
das raízes, as folhas ficam amarelas e caem. Para tentar salvar a planta, três
dicas:
pare de
regar até que as coisas melhorem. Isso só é adequado se o excesso de água for
de pouca importância
remova e instale a raiz em turfa seca para que absorva o excesso de umidade.
mude o substrato e replante em melhores condições após o corte das pontas das
raízes.
Tudo isso
só funciona se você não intervir tarde demais.
Luz
insuficiente
Isso é
bastante comum para plantas de interior ou de estufa, mas também é possível
para plantas que, ao ar livre, são sombreadas por plantas vizinhas. Isso é
especialmente ruim para mudas jovens cultivadas debaixo de cobertura.
A luz
insuficiente é manifestada por caules finos e excepcionalmente longos. A planta
está exausta crescendo em altura tentando encontrar a luz de que precisa.
Acontece também que ele cresce desequilibrado, o lado da luz sendo muito mais
desenvolvido do que o lado da sombra.
Possibilidades
de soluções
traga a
planta o mais próximo possível de uma fonte de luz natural, especialmente no
inverno.
vire as plantas regularmente para que cada lado receba a mesma quantidade de
luz.
plantar plantas de sombra na sombra e plantas de sol no sol.
Deficiência
ou excesso de nitrogênio
O
nitrogênio é o nutriente que faz a folhagem crescer lindamente. Se o nitrogênio
for insuficiente, a folhagem torna-se pálida ou mesmo amarela de maneira
bastante uniforme, especialmente nas folhas mais baixas e mais velhas, porque o
pouco nitrogênio disponível é disponibilizado principalmente às folhas jovens.
É com a carência de nitrogênio que percebemos que a folhagem desenvolve pouco e
a planta não cresce. Existem várias maneiras de adicionar nitrogênio. Todos os
fertilizantes completos contêm nitrogênio.
Muito
nitrogênio também não é bom. As plantas crescem excessivamente com folhagem
excessivamente tenra e tornam-se vulneráveis a doenças e pulgões. A produção de flores e frutos será reduzida ou
mesmo inexistente.
Deficiência
de fósforo
O fósforo é
essencial para uma boa floração e frutificação. A sua insuficiência também se
manifesta na folhagem que adquire tonalidades roxas ou violetas. O crescimento
é desacelerado.
Para
adicionar fósforo, pode-se usar fertilizantes minerais, especialmente aqueles
com maior teor de fósforo. A farinha de ossos e o esterco de frango também são
ricos em fósforo.
Deve-se
notar também que o fósforo só pode ser assimilado sob certas condições.
Portanto, apenas adicionar não é suficiente. O pH deve ser verificado: a
assimilação do fósforo é otimizada quando o pH é próximo de neutro.
Deficiência
de potássio
Este
elemento fortalece a resistência das plantas ao frio, à seca e às doenças.
Promove o desenvolvimento de órgãos de reserva (tubérculos). Se insuficiente,
as bordas das folhas ficarão amarelas ou marrons e as folhas às vezes serão
vistas se enrolando de cima para baixo. São as folhas novas que são afetadas
primeiro. A deficiência de potássio é encontrada principalmente em terrenos
arenosos ou frequentemente irrigados.
A fonte
mais comum de potássio é o cloreto de potássio, mas o sulfato e o nitrato de
potássio podem ser utilizados. As cinzas de madeira é uma fonte natural de
potássio.
Deficiência
de magnésio
O magnésio
promove a absorção de outros nutrientes. Sua deficiência se manifesta por uma
forma de clorose: as folhas ficam amarelas entre as nervuras, principalmente as
mais velhas.
Sulfato de
magnésio pode ser um caminho para resolver a deficiência.
Cuidado, às
vezes é o excesso de cal que torna o magnésio inassimilável. Nesse caso, é
necessário interromper a aplicação de calcário e não regar com água dura. O
excesso de potássio também impede a absorção de magnésio.
Deficiência
de cálcio
Deficiência
bastante rara que se manifesta pelo fato de as folhas permanecerem pequenas e
às vezes enroladas nas pontas, principalmente nas folhas novas.
O cálcio
pode ser fornecido com a aplicação de calcáriol. Isso também modifica o pH do
solo, que se torna menos ácido.
Falta de
ferro
Esta
situação manifesta-se clorose nas folhas mais novas, que ficam amarelas, exceto
as nervuras que permanecem verdes.
Na maioria
das vezes, não é o solo que está carente de ferro, mas sim por tornar
inassimilável por um nível muito alto de calcário, deixando o pH do solo
alcalino. Para corrigir, é aconselhável adicionar quelato de ferro para a
aplicação no solo ou nas folhas.
Deficiência
de manganês
Tal como
acontece com o magnésio ou o ferro, esta deficiência se manifesta pela clorose
(amarelecimento das folhas, as veias permanecem verdes). Afeta primeiro as
folhas superiores, ao contrário da deficiência de magnésio que começa na base.
Em vez disso, ela se manifesta em manchas, ao contrário da deficiência de ferro
que atinge toda a superfície da folha, sempre com exceção das nervuras.
Para
certificar que a carência de manganês é necessário saber se o solo apresenta
insuficiência de manganês ou não. Uma análise de solo pode lançar tirar a
dúvida. Se for esse o caso, adicionar fertilizante contendo manganês resolverá
o problema. Mas também pode advir de um excesso de ferro ou potássio que só
pode ser corrigido deixando de fornecer esses últimos elementos e aguardando a
lixiviação do solo para reduzir o excesso.
Deficiência
de boro
Essa
deficiência é manifestada por crescimento lento, rachaduras, necrose.
É
necessário fornecer um fertilizante com micronutrientes com presença de boro em
sua composição, mas também de outros nutrientes essenciais: zinco, cobre,
enxofre, molibdênio.
pH muito
alto
Este é o
risco de solos calcários, um ambiente no qual os pHs elevados causam clorose
férrica (veja deficiência de ferro).
Para
corrigir isso, podemos adicionar materiais acidificantes, como terra vegetal.
Você pode aplicar cobertura morta usando casca de árvore ou mesmo folhas secas,
mas o efeito não será imediato. Acima de tudo, evite regar com água dura.
pH muito
ácido
Um pH muito
baixo (ácido) penaliza a assimilação dos principais nutrientes. O pH de um solo
tende naturalmente a acidificar com o tempo.
Para
aumentar o nível de pH, você pode adicionar calcário. Tomar cuidado para não
aplicar em excesso.
Valter
Casarin- engenheiro agrônomo e coordenador científico da iniciativa Nutrientes
para a Vida (NPV)
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