Com desenvolvimento lento, o câncer do colo do útero pode não manifestar sintomas na fase inicial
Mesmo
sendo uma doença altamente prevenível, os dados ainda são alarmantes: o tumor
de colo de útero atinge mais de 16 mil mulheres por ano no Brasil, segundo
dados do Instituto Nacional do Câncer, o Inca. Por ser uma doença considerada
silenciosa, 35% dos casos acaba levanto a morte de pacientes. Esse tipo
de câncer é causado pela infecção persistente por alguns
tipos do papiloma vírus humano, o HPV.
Dados
do Ministério da Saúde apontam que 75% das mulheres sexualmente
ativa entrarão em contato com o HPV ao longo da vida e cerca de 5% delas vão
desenvolver o tumor maligno em um prazo de dois a dez anos. Abaixo, os
ginecologsitas e obstetras Dr. Domingos e Dra. Erica Mantelli desenvolveram uma
espécie de tira-dúvidas com tudo sobre o câncer de colo de útero; considerado o
terceiro tumor maligno mais presente nas mulheres.
Existem
vários tipos de HPV?
Existem
mais de 80 subtipos do HPV, os mais perigosos são o 16 e 18, associados com a
maior parte dos tumores de colo de útero e da área da vulva, canal anal, pênis
dos homens e na região da faringe de homens e mulheres.
Qual
a melhor forma de prevenção?
Vacinação
Um
dos principais aliados no combate ao problema é a prevenção. Primeiro com a
vacinação para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. A vacina é
incrivelmente eficaz para quem não teve ainda início na vida sexual e contato
com o HPV a fim de evitar que essa pessoa desenvolva uma infecção por HPV. Depois com exames de rotina como
o papanicolau, por exemplo.
Papanicolau
O
Papanicolaou é um exame que pode ser feito durante uma consulta comum ao
ginecologista. Ele permite, através da análise microscópica de uma amostragem
de células coletadas do colo do útero, detectar células anormais pré-malignas
ou cancerosas. Sua simplicidade não exclui sua importância, visto que é
um dos exames mais eficazes quando se fala de prevenção da saúde da
mulher. O tumor em fase inicial não apresenta sintomas, por isso dizemos
que o Papanicolaou é um exame preventivo: ele visa detectar as alterações
celulares antes mesmo de os sintomas aparecerem. Além disso, a realização desse
exame pode ajudar a descobrir a existência de outros males que colocam a saúde
da mulher em risco e precisam ser tratados como: infecções vaginais
(Tricomoníase, Candidíase etc) e outras sexualmente transmissíveis (Sífilis,
Gonorreia, Condilomatose, Clamídia etc).
Captura
Híbrida
A
captura híbrida é um exame mais preciso para detectar o vírus HPV, o principal
causador da doença.
A
detecção precoce
por captura híbrida evita um tratamento mais agressivo e quando diagnosticado
em fase inicial, as chances de cura do câncer de
colo de útero são de quase 100%! O exame de
captura híbrida serve para ajudar no diagnóstico da infecção pelo
vírus HPV e deve ser feito por todas as mulheres que tiveram alguma
alteração no exame de Papanicolau ou que estejam dentro do grupo de risco de
pegar HPV, como aquelas que têm muitos parceiros sexuais.
Como é feito o exame de captura
híbrida?
O exame de captura híbrida é feito através da raspagem de
uma pequena amostra do muco vaginal no colo do útero, vagina ou vulva. O material recolhido é colocado num tubo de ensaio
e enviado para o laboratório para análise. No laboratório, a amostra é
processada por um equipamento semi-automatizado, que realiza as
reações e a partir dos resultados obtidos, libera a conclusão laboratorial, que
é analisada pelo médico. O exame de captura híbrida não dói, mas a
paciente pode sentir algum desconforto no momento da coleta.
Quais
os sintomas de câncer de colo de útero?
Sangramento
vaginal, principalmente depois da relação sexual, dores pélvicas, desconforto
abdominal e, nos casos avançados, inchaço na região pélvica.
Pandemia
X detecção de câncer
A
pandemia do novo coronavírus acabou
afastando as mulheres dos hospitais e clínicas. Com medo de serem contamidas,
pacientes estão adiando consultas e exames primordiais para identificação do
câncer de colo de útero, que tem 100% de chance de cura se diagnosticado em
fase inicial. Nos Estado Unidos, por exemplo, em três meses, 100 mil
casos que deixaram de ser diagnosticados de câncer de colo de útero, de
intestino, mama, próstata e pulmão, que são os tumores nos quais há
possibilidade de antever o diagnóstico mais tardio. Para as mulheres, a
indicação dos especialistas é manter em dia os exames de rotina.
Dra.
Erica Mantelli - ginecologista, obstetra e especialista
em saúde sexual - CRM-SP 124.315 | RQE 36685 - Graduada
pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro, com Título de
Especialista em Ginecologia e Obstetrícia. Pós-graduada em disciplinas como
Medicina Legal e Perícias Médicas pela Universidade de São Paulo (USP), e
Sexologia/Sexualidade Humana. É formada também em Programação Neolinguística,
por Mateusz Grzesiak (Elsever Institute). Site: http://ericamantelli.com.br
Dr. Domingos Mantelli - ginecologista e obstetra -
CRM-SP 107.997 | RQE 36618 - autor do livro “Gestação: mitos
e verdades sob o olhar do obstetra”. Formado pela Faculdade de Medicina da
Universidade de Santo Amaro (UNISA) e residência médica na área de Ginecologia
e Obstetrícia pela mesma instituição. Dr. Domingos Mantelli tem pós-graduação
em Ultrassonografia Ginecológica e Obstétrica, e em Medicina Legal e Perícias
Médicas. Site: http://domingosmantelli.com.br
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