Nenhum curso ou MBA ensinou os líderes a
gerenciarem suas equipes e mantê-las motivadas em uma crise como esta. Desde a
declaração da Organização Mundial de Saúde (OMS) de estado de pandemia para o
novo coronavírus, no início de março, empresas precisaram se adaptar ao
isolamento social e os líderes se tornaram peças ainda mais fundamentais para
acalmar os ânimos dos colaboradores e aplicar medidas para continuar o trabalho
- na medida do possível.
Os olhares da sociedade estão voltados para os
líderes. Seja de países, de empresas ou de entidades, é indispensável que eles
saibam trabalhar a inteligência emocional - capacidade de administrar as
emoções para alcançar objetivos e saber lidar com seus medos, inseguranças e
insatisfações em prol do êxito nas atividades
Bill Gates, fundador da Microsoft e que atualmente
se dedica exclusivamente à Fundação Bill & Melinda Gates, preocupado com
contaminações, assinou um artigo publicado pelo jornal americano The Washington
Post com sugestões para combater a crise gerada pelo surto global. Além disso,
por meio da Fundação, ele doou 100 milhões de dólares para combater o novo
coronavírus e 5 milhões de dólares para desenvolver testes domésticos.
Utilizando ferramentas que pudessem acalmar a preocupação das pessoas e
resolver pontualmente a situação de crise, Gates utilizou a inteligência
emocional.
Em 2019, os shoppings centers brasileiros venderam
R$ 192 bilhões. Já neste ano, o setor de varejo será um dos mais afetados pela
pandemia. Atualmente, todos os shoppings do País estão fechados por decretos -
totalizando 577 empreendimentos - e o período sem exercer atividades afetará o
faturamento e a vida das pessoas drasticamente. Milhares de lojistas e
colaboradores aguardam a reabertura do comércio e, até que esse momento chegue,
é necessário trabalhar a inteligência emocional e a liderança empática para
superar essa crise.
Em tempos de pandemia é preciso acompanhar de perto
os posicionamentos sobre a pandemia e oferecer uma certa flexibilidade para
funcionários e lojistas. A estratégia é lidar com as situações, ouvir todos os
casos e ser exemplo em meio à crise, para sair dessa situação pronto para as
mudanças que estão por vir - seja no comportamento do consumidor, nos
resultados das medidas de isolamento social ou na adaptação dos negócios.
Ao todo, mesmo com a flexibilização dos pagamentos,
como aluguéis e condomínio dos shoppings centers, a retomada é motivo de
ansiedade. É importante que as administradoras de shoppings centers prepararem
diversos cenários para ajudar os lojistas a superar a crise juntos. O contato
precisa ser adaptado e fortalecido neste momento, para passar a tranquilidade
necessária. O ideal é trabalhar com as ferramentas já conhecidas e explorar
novas potencialidades, reinventar, criar um conjunto de ações que possam
colaborar com a sociedade como arrecadação de alimentos, e envolver mão de obra
de lojistas, seja confeccionando máscara para doações, ou orientado as vendas
online dos lojistas, por exemplo. A frase “crise não constrói caráter, revela!”
deve fazer parte do dia a dia para motivar os próximos passos. Afinal, todas as
crises, apesar de doloridas, nos deixam um aprendizado eterno.
Cida Oliveira - diretora de marketing do Grupo Tacla Shopping
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