Saiba como se manter informado sem consumir e
compartilhar notícias falsas, especialmente durante a pandemia
Um
estudo desenvolvido pela global de cibersegurança Kaspersky em parceria com a
empresa de pesquisa Corpa mostra que, no Brasil, 62% da população não sabe
reconhecer uma fake news.
Já ao englobar a América Latina, cerca de 70% não sabem identificar ou não têm
certeza se conseguem diferenciar se uma notícia na internet é falsa ou
verdadeira.
Os
dados compõem a campanha de conscientização Iceberg Digital, que buscou
analisar a atual situação da segurança dos internautas da Argentina, Brasil,
Chile, Colômbia, México e Peru.
A
pesquisa ainda aponta que apenas 2% dos latino-americanos consideram as
notícias falsas inofensivas. Além disso, quase metade dos brasileiros, 42%,
ocasionalmente, questiona o que lê. Os usuários entre 25 e 34 anos são
quem mais compartilha notícias falsas em seus perfis e as comentam sem
verificar sua veracidade. Os que menos disseminam informações inverídicas são
os jovens de 18 a 24 anos.
Nesse
período de distanciamento social devido a epidemia do novo coronavírus, a
sociedade brasileira tem usado muito a internet e, por consequência, o WhatsApp e redes sociais.
Notícias falsas sobre o Covid-19, tratamentos alternativos e curas milagrosas
têm sido disseminadas, causando confusão entre a população.
O
que os educadores podem fazer para colaborar para conter a disseminação das fake news?
Um
outro estudo da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz) analisou
denúncias e notícias falsas recebidas pelo aplicativo “Eu Fiscalizo” entre 17
de março e 10 de abril. O resultado mostra que as mídias sociais mais
utilizadas para disseminação de fake
news sobre o novo coronavírus foram Instagram, Facebook e WhatsApp.
O
diretor geral do Colégio Marista Arquidiocesano, Carlos Walter Dorlass, explica
que não é necessário um olhar apuradíssimo para evitar cair nessa armadilha.
Para ele, medidas simples ajudam a perceber quando uma notícia não é
verdadeira.
O
docente explica que é importante checar qual o site original da publicação, sua
data e se o autor é alguém conhecido do público. “Muitas vezes, a informação é
verdadeira, mas pode estar descontextualizada”, explica.
Carlos
ainda esclarece que os professores devem conversar com os pais para que sejam
mediadores entre a tecnologia e os filhos, avaliando quando é o momento mais
adequado das crianças terem acesso aos equipamentos digitais, como celulares e
tablets.
“Os
estudantes tem que ser capazes de compreender que suas opiniões pessoais não
tornam a notícia verdadeira. Senão ele passará a procurar notícias que
corroborem com sua percepção sobre a vida. Isso também vale para os pais”,
analisa o diretor geral.
Formação
de cidadãos
Segundo
Carlos Dorlass, é evidente que a “técnica” permite avaliar se uma notícia é
falsa ou não. Mas, para ele, a questão é muito mais profunda. “A escola deve
estar preocupada em formar cidadãos que tenham empatia, que sejam críticos e
que tenham um olhar global sobre as necessidades da sociedade em que vivem”,
reforça.
O
professor ressalta ainda a importância da liberdade de imprensa. “Uma sociedade
que compreende o valor do bom jornalismo para a democracia não tem o mínimo
interesse em boatos. Essa é uma das boas lições que devemos ensinar para nossos
alunos”, conclui.
Rede
Marista de Colégios (RMC)
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