A economista Penha Pereira, comenta sobre os
impactos na economia, causados pelo Coronavírus.
O COVID-19 trouxe uma pandemia que causou impactos
formidáveis em todas as economias pelo mundo, além desta crise, tivemos um
outro episódio de natureza especificamente econômica, a crise do petróleo entre
os países da OPEP, em especial visto no Oriente Médio e Rússia, o que baixou
consideravelmente os preços do barril de petróleo. Este episódio, somado à
crise sanitária, potencializou os graves danos causados a todos os países
desenvolvidos ou em desenvolvimento.
No caso brasileiro, se verifica impactos em toda a
cadeia de produção, em grandes, médias e pequenas empresas, no setor de
serviços, bens de capital, consumo, transportes, alimentação, turismo e
entretenimento, uma série de paralisações que expuseram o país ao risco de uma
retração econômica, visto que o Brasil está em um grande esforço de recuperação
de desacelerações anteriores sem grandes resultados até o instante da explosão
desse episódio.
“No início de 2020, vários analistas do mercado
financeiro previam para a economia brasileira um crescimento de 2,2%, sendo que
após o impacto gerado, esse indicador foi reavaliado para uma potente retração
da ordem de 0.48% no corrente, tendo já ocorrido projeções de encolhimento de
até 5% devido as paralizações” explica Penha Pereira, economista e gestora de
carreira.
Penha também comenta que a resposta do governo à
crise, especialmente para as empresas de porte pequeno e para o trabalhador
informal, cuja renda depende do ganho do dia, veio atrasada e aquém das
necessidades desse governo.
O Brasil carece de planejamento, algo que precisa
ser corrigido, além da insistência na burocracia que dificulta o pequeno e
micro empresário, bem como o trabalhador informal que é praticamente
inexistente para a economia. Somente nesta semana o Congresso trabalhou na
aprovação de emendas à Constituição, que liberam de responsabilidade fiscal o
Presidente da República, com finalidade de aumentar os gastos públicos em
situações de contingência.
No caso dos trabalhadores informais, um auxílio de
R$ 600 por pessoa, limitando a duas pessoas por família foi liberado,
entretanto é um dinheiro que não resolve a situação, uma vez que as famílias já
estão muito endividadas. “Acrescente-se a essa dificuldade a burocracia para a
concessão do benefício que já é insuficiente, o Brasil precisa repensar os seus
planejamentos e preparar-se desde já para outras epidemias” apresenta a
economista.
Entretanto, o auxílio pode gerar uma movimentação positiva
ao consumo das famílias que dependem muito de uma renda diária como
caminhoneiros, diaristas, garçons, catadores de recicláveis, motoristas de
aplicativos, manicures, camelôs, garimpeiros, guias de turismo, artistas, entre
outros. “Estes profissionais encontram-se em pior situação em relação às
pequenas empresas, necessitando de algo que lhes proporcione o mínimo para o
enfrentamento da quarentena” finaliza.
Penha
Pereira - Economista, Master Coach e gestora de carreira
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