Mata do Uru, na
Lapa (PR)
Crédito: Rodolfo Buhrer
Crédito: Rodolfo Buhrer
Na pesquisa Estilo de Vida Sustentável, realizada
no Rio de Janeiro em 2015, 80% dos entrevistados disseram estar dispostos a
pagarem mais por produtos que sejam ambientalmente responsáveis e produzidos
por empresas que mantêm práticas comerciais éticas. Tal comportamento por parte
do consumidor está fazendo um número cada vez maior de empresários enxergarem
que ser sustentável e socialmente correto garante à marca um diferencial que
pode colocá-la à frente da concorrência. Organizações mundo afora têm firmado
compromissos atrelados à sustentabilidade e estão trabalhando de forma a buscar
alternativas para que suas ações minimizem impactos negativos e potencializem
os positivos. Daí a preocupação com gestão de resíduos, eficiência energética,
reaproveitamento de água, governança, contratação de fornecedores, além de
investimentos em favor da comunidade e meio ambiente.
Segundo o engenheiro florestal Miguel Milano,
diretor da Permian Brasil, presidente do conselho diretor do Instituto LIFE e
membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, uma parte
considerável das empresas já têm projetos na área de sustentabilidade, algumas
com iniciativas acertadas, outras com processos “equivocados”, mas é um número
menor de empresas que conduz o assunto de forma consistente. “Temos poucas
empresas na ponta, de vanguarda neste campo, mas elas têm um impacto muito
significativo, seja por causa de sua representativa participação direta no
mercado, seja por influenciar fornecedores e a concorrência”, ou como
inspiração geral, afirma Milano, que cita como exemplo a iniciativa da
Unilever, que processa 1% da soja produzida no planeta, mas compra soja
produzida em áreas de desmatamento.
Certificado em prol do meio ambiente
A Certificação LIFE reconhece organizações que
desenvolvem ações favoráveis e efetivas à conservação da biodiversidade,
colaborando assim com a manutenção de áreas naturais e a oferta dos serviços
ecossistêmicos. Antes de se tornar a primeira indústria brasileira a receber a
certificação, a Posigraf escalou vários patamares de gestão, alcançando
certificações nos campos da gestão da qualidade, gestão ambiental e procedência
florestal do papel usado na produção industrial.
Além do cumprimento das normas legais,
pré-requisito inicial de qualquer processo de gestão, a Posigraf tem políticas
e práticas próprias para evitar e mitigar danos ambientais. Dentre as muitas
iniciativas, a Posigraf possui como diretriz a escolha de insumos com baixo
impacto ambiental, a busca pelo aumento da eficiência energética e pela redução
do desperdício no processo produtivo, acarretando na redução nos volumes de
geração de resíduos sólidos. Mas uma ação fundamental para este processo de
certificação foi a adoção voluntária do compromisso de compensação dos impactos
ambientais ainda não mitigáveis, o que se deu com a adoção da Mata do Uru, uma
reserva natural localizada no município da Lapa (PR), que protege um importante
remanescente natural da Floresta com Araucária no Estado do Paraná. O foco da
adoção está em manter a biodiversidade da floresta, mas também abre espaço para
o desenvolvimento de pesquisas e atividades educativas no local.
A empresa também pratica algo muito comum hoje no
mercado: a preferência a parceiros que atendam a determinados padrões e
requisitos sociais e ambientais. E na posição de fornecedora, ela também é
auditada por parceiros comerciais que desenvolvem programas de sustentabilidade
e precisam garantir o cumprimento de alguns padrões em todas as fases do processo
produtivo. “Na Posigraf, buscamos praticar a estratégia de sustentabilidade de
forma integrada, com processos geridos por meio de indicadores e metas, com
orientação para longo prazo e foco no engajamento de stakeholders. Do ponto de
vista da gestão da cadeia de suprimentos, acreditamos na construção de relações
fundamentadas pela integridade, transparência e atendimento à requisitos
legais” afirma a supervisora do Sistema Gestão Integrado da Posigraf, Andréa
Luiza Silva Arantes.
Novas perspectivas: integração entre a empresa e a
comunidade
Novas tendências também têm surgido quando a
abordagem de sustentabilidade está atrelada às ações voltadas para a
comunidade. Diversas empresas têm buscado alinhar as estratégias dos seus
investimentos sociais com o negócio. Uma das razões desse alinhamento é o
entendimento que as empresas podem contribuir para além dos investimentos
financeiros, envolvendo a sua rede de parceiros e oferecendo as suas
habilidades em prol da comunidade. Segundo a diretora do Instituto Positivo,
Eliziane Gorniak, para potencializar o impacto social, cultural ou ambiental é
importante que sejam estabelecidos programas estruturados, com objetivos
claros, metas e compromissos de longo prazo, de preferência, utilizando o
know-how da própria empresa para potencializar os resultados.
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