“É o amor, que mexe com a minha cabeça e me deixa
assim!” Assim como diz a canção, o amor é um dos sentimentos que mais mexe com
o nosso cérebro! Ele faz com que surjam borboletas no estômago e ainda nos faz
imaginar um futuro ao lado da pessoa por quem estamos apaixonados. A mão sua, o
coração dispara, perdemos noites de sono... Será que existe uma explicação científica
para todos essas reações no nosso corpo quando estamos apaixonados?
O amor surge primeiro no cérebro. De acordo com a
neurociência, o amor se assemelha a um vício, uma vez que faz com que sejam
liberadas substâncias químicas em nosso corpo, trazendo sensações como
ansiedade, prazer, euforia, conforto, apego. As emoções estão intimamente
ligadas às nossas capacidades cognitivas. Segundo
Solange Jacob, especialista em habilidades cognitivas e diretora pedagógica da
franquia SUPERA Ginástica para o Cérebro, há uma relação direta entre emoção e
cognição, porque a qualidade das conexões neuronais começa a ser garantida no
início da vida, justamente no período de construção de apego seguro.
De acordo com o professor Pedro Calabrez,
pesquisador do Laboratório de Neurociências Clínicas da Escola Paulista de
Medicina da UNIFESP, a paixão existe e é fruto de alterações no funcionamento
do cérebro, sendo regulada por hormônios e neurotransmissores.
Ainda segundo o especialista, os amantes e
apaixonados de plantão apresentam baixos níveis de serotonina -
neurotransmissor que regula nosso humor, sono e disposição - e se assemelham às
pessoas que possuem transtornos obsessivos-compulsivos. Essa é a explicação
para aqueles que dormem e acordam pensando na pessoa amada.
E as outras sensações que temos quando estamos
apaixonados? Como explicar?
Universo cor-de-rosa
Até mesmo o ato de pensarmos na pessoa faz com que nosso sistema límbico seja ativado, trazendo a sensação de recompensa! Isso faz com que o mundo “pareça cor-de-rosa” quando estamos apaixonados e enxerguemos a pessoa amada como perfeita!
Borboletas no estômago
A partir do momento em que idealizamos a pessoa amada por meio da liberação da dopamina, nosso corpo começa a reagir... E a famosa sensação de borboletas no estômago se torna real! E isso ocorre porque nosso corpo envia estímulos às glândulas adrenais, localizadas nos rins; local onde os hormônios como a adrenalina e a norepinefrina são bombeadas. Esses hormônios são responsáveis pela alteração nos batimentos cardíacos, euforia e excitação.
O amor é
cego
E não é que isso também é verdade? A paixão faz com que nossa amígdala (a do cérebro! Não da garganta...) passe a funcionar de maneira diferente. Ela fica no lobo temporal e é responsável por comandar nossas decisões e nosso bom senso. Por isso, o amor apaixonado pode trazer mudanças significativas em nossas emoções e atenção, uma vez que nosso controle cognitivo é prejudicado.
Após os primeiros momentos
de euforia, casais que estão juntos por muito tempo voltam a produzir
serotonina, trazendo a sensação de confiança; a produção de novos neurônios
também retorna ao seu estágio normal. Uma área especial do cérebro passa a ser
ativada, com a produção de oxitocina (hormônio do amor) e vasopressina; ambos
relacionados à monogamia e relações amorosas.
Amor
saudável
Juntos há 12 anos, Camila
Daga, 30 anos e João Marcos, 32, frequentam as aulas de ginástica para o
cérebro da unidade SUPERA Esplanada, de São José dos Campos (SP). O casal
começou a exercitar o cérebro este ano e desde então, comparece às aulas juntos
semanalmente.
Camila é professora de
inglês e conheceu o trabalho do SUPERA devido seu interesse com os temas de
cognição, estimulado dentro das suas aulas de inglês com alunos 60+.
João Marcos também se
motivou a frequentar as aulas através da sua família: “Meu avô também teve
influência no nosso ingresso no SUPERA. Ele tem 83 anos e adora fazer
atividades novas e desafiadoras!”.
O casal acredita que
exercitar o cérebro juntos ainda ajuda a mantê-los unidos. “Esse é um dos
poucos momentos em que podemos desfrutar de uma atividade juntos e isso, sem
sombra de dúvidas, fortaleceu a nossa relação. As aulas sempre são muito
divertidas e dinâmicas. Ambos somos competitivos e esse espírito promove uma
disputa saudável na hora de resolver os exercícios”, diz Camila. João adora
brincar com o Tangram, já Camila prefere se desafiar com o ábaco.
E os benefícios já são
perceptíveis. Conhecer pessoas novas, experimentar novos desafios e aprender
novas formas de ver a vida fez com que a relação saísse do comum: “Sem sombra
de dúvidas, esse tempo já foi suficiente para ampliar os nossos horizontes e
mudar a nossa forma de ver as coisas. Saímos da nossa zona de conforto e é lá
que as coisas mais incríveis acontecem”, declara Camila.
Diante de tantas evidências, como negar que o
amor é o sentimento mais puro e genuíno que existe? Todas as respostas estão no
nosso cérebro!
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