Final de
ano, festas, confraternizações, comilança e muitas bebidas. Essa época do
ano é agitada e repleta de comemorações, mas também pode ser bastante
difícil para algumas pessoas, principalmente para os dependentes químicos
em recuperação. Afinal, muitos estão na fase de tratamento ainda e precisam
resistir para continuarem 'limpos'.
A
psicóloga e coordenadora terapêutica da Clínica Maia, Ana Cristina Fraia
explica que 'os dependentes químicos ficam inseguros com a alta neste
período e muitos chegam a pedir para permanecerem internados para que o
tratamento não seja afetado, pois nessa época do ano as festas se tornam
rotineiras e as bebidas alcoólicas estão, na maioria das vezes, presentes,
além de, dependendo do tipo de festa e companhia, as drogas acabarem
surgindo."
A
especialista reforça que quando o paciente recebe alta no final de ano, sai
preparado para retornar ao convívio em sociedade. "A orientação é
para que ele siga a programação recebida na internação e sempre peça ajuda
se precisar". Ana Cristina afirma que assim que o paciente sai,
ele é orientado a ainda não administrar seu próprio dinheiro, a manter-se
próximo da família e de pessoas de confiança e seguir o tratamento, geralmente
em regime aberto em um hospital dia. "O tratamento não acaba com a
internação. Ele apenas começou, o mais difícil é permanecer limpo no seu
cotidiano."
Embora as
altas possam acontecer, a psicóloga comenta que não são recomendadas, pois
há riscos de recaída. "Não é comum acontecer, pois o risco de não
aguentar dizer não, de manter comportamentos que levam o paciente a pensar
na droga é grande. Quando existe a possibilidade de alta, o paciente que
sai, deve sair muito bem preparado e ter o apoio da família que é essencial
nesse processo, inclusive, os familiares também recebem orientações para
saberem lidar com a situação."
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