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quinta-feira, 16 de maio de 2024

Como o cérebro reage aos estímulos traumáticos: dicas para regulação emocional


A mestre em Neurociências Livia Ciacci, neurocientista parceira do Supera – Ginástica para o Cérebro, afirma que é esperado que 90% das pessoas que viveram, presenciaram, resgataram e acompanharam (mesmo que com certa distância) os últimos acontecimentos no Rio Grande do Sul, tenham reações pós-traumáticas, que são normais do sistema nervoso, previstas e com duração de dias a semanas. “Como os estímulos ainda não cessaram, essa duração pode ser um pouco mais estendida”, afirma.

 

Segundo ela, dentre os comportamentos que caracterizam essas reações estão: a ansiedade, alternância de humor entre tristeza profunda e otimismo, dificuldades para dormir, sono agitado, dificuldade em se conectar com pessoas e cuidar dos filhos e familiares, tendência a se isolar ou a falar o tempo todo sobre a experiência, ou não falar nada, e aumento de reatividade a estímulos pequenos.

 

“É comum que crianças tenham regressão de comportamentos, como querer chupar chupeta, colo, fraldinhas. Tudo isso é esperado e normal, a única maneira de lidar é acolher e aceitar”, esclarece a especialista.

 

Livia comenta ainda que o nosso cérebro é capaz de coisas incríveis, mas nas situações traumáticas ele faz com que as pessoas sintam uma combinação de emoções dolorosas, como angústia, ansiedade, impotência, incapacidade, tristeza, insegurança e incerteza. Cada emoção tem a sua função e devemos reconhecê-las e compreender por que estamos nos sentindo assim, e nunca tentar evitá-las ou negá-las, é pior. “Toda a nossa vulnerabilidade está nessas emoções, quando nos reconhecemos, apenas, humanos.”

 

Como ajudar, a partir dos princípios dos primeiros cuidados psicológicos?

 

1. Ao se prontificar a ajudar alguém, esteja calmo e estável emocionalmente.

2. Mantenha expressões amigáveis e voz calma, fale menos e ouça mais.

3. Converse pessoalmente em algum ambiente seguro e silencioso.

4. Nunca peça para a pessoa relatar o que ela viveu e testemunhou, não é hora.

5. Não pressionar nenhuma pessoa a falar, a conversa deve ser espontânea, e sua função é passar a percepção de suporte, acolhimento e ajuda com necessidades básicas práticas, como por exemplo, orientar onde encontrar apoio. 

6. Seja objetivo e claro nas palavras, sem falas longas, moralistas ou com metáforas.

7. Quando der sugestões, que sejam práticas para resolver problemas imediatos. (por exemplo, onde encontrar cuidados médicos, pessoas que podem ajudar, locais onde conseguir objetos e abrigo) sempre tendo cuidado para dizer apenas informações que você tenha certeza.

8. NUNCA minimize o sofrimento, falando frases do tipo “não chora”, “você tem que ser forte”, “importante é que você está vivo”, “vai dar tudo certo”, “perdeu só coisas materiais”, “Deus quis assim”. Substitua por paráfrases, repetindo o que você ouviu e entendeu, assumindo uma postura de que esse sofrimento é coerente e válido. Tentar ser positivo demais pode passar a impressão de invalidação e menosprezo do sofrimento. 

9. NUNCA fale dos seus problemas e nem faça promessas.

10. Se crianças mencionarem culpa, explique que elas não têm influência nenhuma sobre o que aconteceu. Sempre de forma simples, linguagem fácil e sem colocar peso no acontecimento.

 

“Não patologize e não fale de sintomas nesse momento. Essas reações não são transtornos e a recuperação acontecerá sem intervenção na maior parte das pessoas. O período de recuperação vai variar dentro de alguns meses. Se, após a resolução da crise, quando a maioria já conseguiu retornar à uma rotina, ainda perceber pessoas se isolando, sofrendo as reações, com medos vinculados à experiência, aí sim podemos falar em transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) e procurar atendimento especializado. É esperado que 30% das pessoas impactadas desenvolvam TEPT”, explica Livia.

 

Regulação Emocional 

A neurocientista esclarece que a regulação emocional não é evitar os sentimentos, mas reconhecê-los, aceitá-los e escolher como responder. E deixa algumas dicas para que ela aconteça:

 

·        Identifique as emoções que está sentindo, já que aceitá-las e acolhê-las faz parte do processo;

·        Se as emoções forem muito intensas, use estratégias como a respiração profunda, e fale sobre os sentimentos com alguém próximo;


·        Envolva-se o quanto antes em uma rotina mínima, que traga a sensação de recuperar o controle;


·        Envolva-se em atividades de apoio a outras pessoas, isso ajuda na autoconfiança;

·        Verifique os fatos e use o pensamento racional em conjunto com as emoções, para tomar decisões e calcular os próximos passos;


·        Celebre todos os pequenos ganhos do processo.

 

“Devemos validar e reconhecer cada uma dessas emoções. Mostrar que as pessoas não estão sozinhas. Que estamos aqui para ouvir e acolher. Porque mesmo que o sofrimento seja inevitável, nós podemos aceitá-lo e direcionar os olhos para frente. Somos sociais, e agora, mais do que nunca, é essencial essa força do grupo”, conclui Livia.

 

Fonte de Pesquisa: “Guia de Boas Práticas da OMS (Organização Mundial de Saúde)”


22/5: Dia Mundial de Conscientização sobre a Pré-Eclâmpsia

A pré-eclâmpsia (PE) é responsável pela maioria das mortes maternas em nosso país, além de um número incontável de pacientes que apresentarão sequelas permanentes causadas pela PE ao longo de suas vidas, incluindo sérios problemas renais e cardiovasculares. Estima-se que, no Brasil, a incidência de PE esteja ao redor de 5% a 8% de todas as gestantes. Quatro grandes ações podem reduzir a mortalidade por PE, conhecidas como a “Regra dos 4 P”: Prevenção Adequada, Pré-Natal Atento, Parto Oportuno e Puerpério Seguro.


Prevenção Adequada – São conhecidas algumas estratégias nesse sentido: o uso do ácido acetilsalicílico (AAS) em baixas doses (100 mg), a utilização de cálcio para gestantes de baixa ingesta (1 g ao dia), bem como a prática de atividades físicas regulares. A prescrição de AAS e cálcio deve ser realizada para pacientes que possuem fatores de risco, como pré-eclâmpsia em outra gestação, gestação gemelar, hipertensão crônica, doenças renais, primeira gravidez, idade materna acima de 40 anos, obesidade, entre outros.


Pré-Natal Atento – A assistência pré-natal realizada de forma atenta e com intervenções oportunas, baseadas nas melhores evidências, proporcionará à gestante a oportunidade de prevenir diversas patologias, seja por meio de medicações ou mesmo por orientações educativas. Um seguimento atento será responsável pela suspeita clínica de pré-eclâmpsia e dará oportunidade para um diagnóstico precoce e encaminhamento rápido. Uma vez realizado o diagnóstico, recomenda-se que a gestante seja internada para possibilitar o seguimento adequado do binômio mãe-feto.


Parto Oportuno – Sabidamente, o início do tratamento desta situação ameaçadora à vida é a resolução da gestação. No entanto, quando a pré-eclâmpsia aparece em idades gestacionais precoces, e diante da estabilidade do quadro clínico materno, permite-se acompanhar a gestante com o máximo de cuidado e levar a gestação até no máximo 37 semanas. Nesse período, deve-se acompanhar a gestante controlando sua pressão arterial, realizar exames periódicos para avaliar se a doença não está progredindo e monitorar o feto com exames de ultrassonografia e cardiotocografia. Em relação à via de parto, sabe-se que, exceto em casos de evidente necessidade de nascimento acelerado, a paciente se beneficiará do parto vaginal.


Puerpério Seguro – Recomenda-se que a paciente permaneça monitorada no ambiente hospitalar por pelo menos 72 horas. Outro aspecto relevante deste período é a promoção do planejamento familiar, orientando as pacientes sobre os diversos métodos contraceptivos seguros. Ademais, este é um momento para orientar a paciente quanto às suas repercussões futuras. Devemos sempre ter em mente “uma vez pré-eclâmpsia, sempre pré-eclâmpsia”, para lembrarmos dos efeitos desta doença a longo prazo na vida dessas mulheres e para orientarmos nossas pacientes sobre possíveis riscos futuros, principalmente no que diz respeito às doenças cardiovasculares.

Somente por meio de uma abordagem abrangente, baseada em evidências científicas, que promova a educação, o acesso a cuidados de qualidade e o monitoramento contínuo, poderemos reduzir efetivamente a mortalidade materna e as sequelas relacionadas à pré-eclâmpsia. Cabe a todos nós assumir a responsabilidade de proteger a saúde e o bem-estar das mães e de seus bebês, garantindo que nenhuma vida seja perdida em virtude dessa condição evitável.


Professor Henri Augusto Korkes - Doutor em Ciências pela EPM/Unifesp e pela Harvard Medical School. Professor assistente-doutor de Clínica Obstétrica da Faculdade de Medicina da PUC-SP. Mestre em Obstetrícia pela Unifesp. Membro da Comissão Nacional de Estudo da Hipertensão na Gestação da Febrasgo de 2016 a 2020. Membro da Rede Brasileira de Estudos sobre Hipertensão na Gravidez. Presidente da Sogesp - Regional Sorocaba / Vale do Ribeira nos biênios 2018-2019 e 2020-2021.


CÂNCER DE BOCA CRESCE ENTRE OS MAIS JOVENS. ESPECIALISTAS DESTACAM A PREVENÇÃO E ALERTAM QUE OS CIGARROS ELETRÔNICOS NÃO SÃO SEGUROS

 Cientistas suspeitam que o aumento da incidência do tumor, que é um dos mais frequentes nos homens, esteja ligada à microbioma da boca.

 

Estudos1,2 revelam que, nos últimos anos, a incidência do câncer de boca está crescendo entre adultos com menos de 45 anos. Se nas décadas de 1970 e 1980, a alta variou entre 3% a 5%, atualmente chega a 10%2. As causas da ascensão ainda são desconhecidas, mesmo porque os fatores de risco habituais – o consumo de tabaco e álcool – não estão presentes em muitos desses pacientes. Suspeita-se que o ambiente bacteriano possa estar ligado ao aumento da incidência da doença nesta faixa etária. “A microbiota tem um papel importante não só no câncer, mas também na resposta imunológica do paciente”, afirma o oncologista Daniel Herchenhorn, da Oncologia D’Or. 

Evidências mostram que indivíduos com doenças periodontais crônicas têm entre duas a cinco vezes mais risco de desenvolver o câncer bucal. Pesquisadores chineses3 investigaram 50 indivíduos com essa foram de câncer, usando o sequenciamento 16S rDNA no tumor e nos tecidos saudáveis da boca. O estudo concluiu que a riqueza e a diversidade de bactérias foram significativamente maiores nos locais do tumor do que nos tecidos de controle. 

Sem considerar o câncer de pele não melanoma, o câncer de boca é o quinto tumor mais comum entre os homens, com 11 mil4 novos casos por ano. O tabagismo é apontado como o principal fator de risco para a doença, seguido pela infecção por Papilomavírus Humano (HPV). Em casos raros, o uso de dentaduras mal adaptadas pode causar a doença. ‍

Embora os cigarros eletrônicos tenham menos substâncias cancerígenas que os tradicionais, os especialistas afirmam que esses dispositivos não são seguros. “Estudos in vitro demonstraram que os cigarros eletrônicos podem induzir danos ao DNA, estresse oxidativo e genotoxicidade nas células orais”, adverte Daniel Herchenhorn. Pesquisadores escoceses mostram que o uso de cigarros eletrônicos provoca boca seca, irritação, dor, úlceras orais, sendo associado à inflamação, doença periodontal e alterações no microbioma oral.

 

Sintomas e tratamento

De acordo com o rádio oncologista Felipe Erlich, os sintomas mais comuns deste tipo de câncer são pequenas feridas que surgem nos lábios, na parte interna das bochechas, na língua e no assoalho da boca e não cicatrizam. Conhecidas como lesões precursoras, são manchas brancas ou avermelhadas, muitas vezes confundidas com aftas. “Só que as aftas cicatrizam em uma semana”, afirma o médico. 

Caso a ferida não feche em duas semanas, o ideal é procurar um cirurgião-dentista, um estomatologista ou um médico. “Cerca de 80% dos casos de câncer de boca em estágios iniciais podem ser curados”, explica Felipe Erlich. O tratamento consiste em cirurgia, seguida de radioterapia. Na doença avançada, acrescenta-se a quimioterapia a esses dois procedimentos. 

A prevenção do câncer de boca consiste em não fumar, inclusive cigarros eletrônicos, não beber em excesso, ter boa higiene bucal e uma dieta equilibrada, além de consultar o cirurgião-dentista periodicamente.

 



Oncologia D'Or


Referências

1. Aisha Hussein et al. Global incidence of oral and oropharynx cancer in patients younger than 45 years versus older patients: A systematic review, European Journal of Cancer. Volume 82, Pages 115-127, 2017.

2. Mateusz Szewczyk et al.Oral cancer in young adults: should we approach these patients differently? Front Oncol. 14: 1297752, 2024.

3. Ling Zhang et. al. The Oral Microbiota May Have Influence on Oral Cancer. Front. Cell. Infect. Microbiol., Sec. Microbiome in Health and Disease. Volume 9, 2019.

4. Instituto Nacional de Câncer (Brasil).Estimativa 2023 : incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer. – Rio de Janeiro : INCA, 2022.


Enxaqueca é até 3 vezes mais prevalente em mulheres1 e condição é a mais incapacitante entre as jovens3

 Maio bordô: conheça 5 mitos e verdades sobre a enxaqueca ao longo de toda a vida da mulher


Com a cor bordô, maio é o mês de combate à cefaleia, distúrbio neurológico mais prevalente do mundo, que atinge 190 milhões de pessoas por ano, variando entre dor de cabeça tensional e enxaqueca, segundo estudo global publicado no The Journal of the American Medical Association2. Em mulheres, o problema é três vezes mais predominante,1 sendo a condição mais incapacitante entre as jovens3 com idade entre 15 e 49 anos, período da vida em que enfrentam os maiores desafios por estarem em idade reprodutiva e com foco no crescimento relacionado à carreira. 

A neurologista especialista em cefaleia, Eliana Melhado, liderou o estudo Headache classification and aspects of reproductive life in young women, com 422 estudantes universitárias, cujo resultado apontou que a grande maioria delas tem cefaleia (79%), sendo 31,8% enxaqueca menstrual4, a forma mais incapacitante desse tipo de condição5. “Para se ter uma ideia, mais de 80% das mulheres com enxaqueca têm uma redução nas atividades sociais e domésticas e 45% delas relatam limitação no trabalho em períodos de crises, que na fase menstrual costumam ser mais longas e graves5”, explica, e completa: “os episódios dependem da variação dos níveis hormonais, e a preparação do corpo para a menstruação é um gatilho para as crises6, já que o cérebro é sensível à subida de estrogênio no organismo e, quando há a queda, a dor é desencadeada”. 

A médica, que é parceira da Libbs Farmacêutica, conta que a enxaqueca é uma doença genética neurológica séria, cujo tratamento deve ser individualizado e realizado por um especialista, pois a automedicação é um grande risco para o desenvolvimento de uma cefaleia crônica por uso excessivo de medicação. “O tratamento é baseado no tripé manejo da crise, tratamento preventivo e terapias complementares. Praticar atividades físicas por pelo menos 150 minutos por semana diminui as crises pela metade. Ioga, acupuntura e fisioterapia também são estratégias que podem ajudar”, recomenda ela. A especialista também pontua que a continuidade do tratamento por pelo menos seis meses, mesmo após a fase aguda da dor ter passado, é o autocuidado necessário para melhorar a qualidade de vida das pacientes. “Ter uma dieta saudável e cuidar da saúde mental tem um papel decisivo nos resultados.”

 

5 mitos e verdades sobre a enxaqueca em mulheres:
 

1 – Depressão e ansiedade estão relacionadas com a enxaqueca.

Verdade. A enxaqueca é uma comorbidade de várias situações de saúde como asma, fibromialgia, endometriose e acidente vascular cerebral (AVC). Nesse sentido, pode ser uma condição associada também a questões psicológicas como estresse, depressão, ansiedade, transtorno bipolar e transtorno de personalidade. A neurologista conta que pessoas com enxaqueca têm de três a quatro vezes mais depressão e vice-versa. Por isso é importante o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar no tratamento. Fazer acompanhamento psicológico melhora a condição do paciente”.
 

2 – Jejum, cheiro e estresse desencadeiam as crises.

Verdade. Não se alimentar por longos períodos é um dos principais desencadeadores da enxaqueca, chegando à marca de 70% de casos. Já 20% dos pacientes com o problema relatam outros fatores que, de forma subjetiva, podem desencadear as crises, como alimentos específicos, cheiros, exposição à luz, barulho. “Cada caso de paciente é único e devemos tratar o cérebro de forma individual”, explica a dra. Eliana.
 

3 – As mudanças hormonais pioram a enxaqueca.

Verdade. Diferentemente dos homens, ao longo da vida as mulheres têm grandes oscilações de níveis hormonais, que começam na puberdade e se alteram na gravidez e na menopausa e isso tem impacto direto na relação com a enxaqueca. Para se ter uma ideia, a prevalência da dor de cabeça a partir da primeira menstruação é de 33%, condição que tem cerca de 40% de melhora com o uso de anticoncepcionais6.
 

4 – Enxaqueca piora na gravidez.

Mito. A pesquisa Management of primary headaches during pregnancy, postpartum, and breastfeeding, publicada no Headache Journal, apontou que 1/5 das mulheres evitou a gravidez por causa da enxaqueca e uma das principais preocupações é o medo da piora dos sintomas durante a gestação7. Em contrapartida ao que se supõe pelo senso comum, a dor de cabeça pré-existente melhora ou desaparece em 55% a 90% das mulheres durante a gravidez8-9, segundo estudo do mesmo órgão, liderado por Eliana, principalmente a partir do 2º trimestre6

Vale pontuar que, após o parto, período denominado puerpério, há uma queda rápida de estrogênio, o que pode resultar no aparecimento da enxaqueca6. Para ambos os casos, gravidez ou puerpério, é importante entender que a enxaqueca tem tratamento. Além de existirem tabelas de segurança de medicamentos, outras abordagens são ainda mais importantes, como diminuição do ritmo de trabalho e ioga.
 

5 – A menopausa intensifica as dores de cabeça.

Mito. Com a chegada da menopausa é comum que haja o desaparecimento dos sintomas da enxaqueca na maioria dos casos6. Quando a dor permanece mesmo após essa fase da vida, a reposição hormonal pode ser uma aliada, pois 64% dos casos melhoram ou desaparecem com a terapêutica10, segundo a pesquisa Migraine, menopause and hormone replacement therapy, publicada no periódico científico Post Reproductive Health Journal.
 

*Parágrafos não referenciados correspondem à opinião e/ou prática clínica da médica.
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Libbs



Referências

1 Victor TW, Hu X, Campbell JC, Buse DC, Lipton RB. Migraine prevalence by age and sex in the United States: a life-span study. Cephalalgia. 2010;30 (9):1065–72. https://doi.org/10.1177/ 0333102409355601.

2 GBD 2017 US Neurological Disorders Collaborators. Burden of Neurological Disorders Across the US From 1990-2017 A Global Burden of Disease Study. JAMA Neurol. 2021;78(2):165-176. doi:10.1001/jamaneurol.2020.4152 Published online November 2, 2020

3 Steiner TJ, Stovner LJ, Jensen R, Uluduz D, Katsarava Z. Lifting The Burden: the Global Campaign against Headache. Migraine remains second among the world's causes of disability, and first among young women: findings from GBD2019. J Headache Pain. 2020;21(1):137. https://doi.org/10.1186/ s10194-020-01208-0.

4 Melhado, E.M., Bigal, M. et al. Headache classification and aspects of reproductive life in young women. Arq Neuropsiquiatr 2014;72(1):17-23

5 Warnock JK. Et al. Hormone-related Migraine Headaches and mood Disorders: Treatment with Estrogen Stabilization. Pharmacotherapy 2017 Jan;37(1):120-128. doi: 10.1002/phar.1876. Epub 2017 Jan 6

6 Melhado EM. Cefaleia Na Mulher. Atheneu 2011

7 Ian J. Saldanha; Wangnan Cao; Monika Reddy Bhuma et al. Management of primary headaches during pregnancy, postpartum, and breastfeeding: A systematic review. Headache. 2021;00:1–33. DOI: 10.1111/head.14041

8 Melhado E.M.; Maciel JA; Guerreiro CA. Headaches during pregnancy in women with a prior history of menstrual headaches. Arq Neuropsiquiatr;63(4):934-40, 2005 Dec.

9 Melhado E.M.; Maciel JA; Guerreiro CA. Headache during gestation: evaluation of 1101 women. Can J Neurol Sci;34(2):187-92, 2007 May

10 E Anne MacGregor. Migraine, menopause and hormone replacement therapy. Post Reproductive Health. Vol 24, Issue 1, 2018 -11-18. Link


Maio azul: câncer de ovário é silencioso e pode evoluir depressa se não tratado em estágio inicial

Com maior incidência após os 50 anos, neoplasia é a oitava mais comum nas brasileiras. Oncologista explica por que pode acontecer, tipos e como identificar  

 

Considerado o nono tipo de tumor mais comum entre as mulheres no mundo, o câncer de ovário merece atenção. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), é estimado que no triênio 2023-2025 sejam diagnosticados 7.310 novos casos da neoplasia ao ano. Quanto ao número de óbitos, o Atlas de Mortalidade por Câncer de 2020 apontou 3.921 mortes no período. 

Quando não tratado em estágio inicial, o câncer de ovário pode evoluir rapidamente e costuma ser assintomático. No entanto, quando existem sinais da doença, são bastante discretos, podendo dificultar o diagnóstico. 

“A neoplasia possui uma maior incidência em mulheres acima de 50 anos. Na grande maioria dos casos, não é possível que os fatores de risco sejam identificados previamente, tornando este tipo de câncer agressivo", comenta a Dra. Marcela Bonalumi, oncologista da Oncoclínicas São Paulo.
 

Tipos de câncer de ovário 

Ao todo, é estimado que existam cerca de 30 tipos de câncer de ovário, podendo ser denominados a partir de suas células de origem. 

"Em 95% dos casos, o câncer de ovário é derivado das células epiteliais, que revestem o ovário. Já os outros 5% são das células germinativas, que formam os óvulos, e também das estromais, responsáveis por produzir grande parte dos hormônios femininos", comenta a oncologista. 

Vale lembrar ainda que o câncer de ovário é o segundo tipo de câncer ginecológico mais comum em mulheres, ficando atrás somente do câncer de colo de útero. Os três principais grupos da neoplasia são:


  • Carcinoma epitelial de ovário – vem da superfície do ovário (o epitélio) e é o subtipo mais comum. O câncer de tuba uterina e o câncer primário do peritônio estão incluídos neste grupo;
  • Carcinoma de células germinativas de ovário – origina-se nas células reprodutivas ou germinativas dos ovários, ou seja, aquelas que dão origem aos óvulos;
  • Carcinoma de células estromais de ovário – forma-se nas células do tecido conjuntivo.

Há também o carcinoma de pequenas células hipercalcêmico do ovário, que não se enquadra nos três grupos acima e é extremamente raro. Ainda não foi identificado em que tipo de células ele se origina.
 

Sintomas e sinais do câncer de ovário 

O câncer de ovário é uma doença silenciosa e em seus estágios iniciais não costuma apresentar sintomas específicos. À medida que o tumor cresce, pode causar:

  • Inchaço no abdômen;
  • Dor no abdômen;
  • Dores na região pélvica, nas costas ou nas pernas;
  • Náuseas;
  • Indigestão;
  • Gases;
  • Funcionamento anormal do intestino (prisão de ventre ou diarreia);
  • Fadiga constante;
  • Perda de apetite e de peso sem razão aparente;
  • Sangramento vaginal anormal, especialmente depois da menopausa;
  • Aumento na frequência e/ou na urgência de urinar.


Por que o tumor pode acontecer? 

"Não se tem um motivo ao certo, mas existem alguns fatores de risco que podem colaborar para o surgimento do câncer de ovário. Dentre eles, é possível citar: a obesidade, sedentarismo, tabagismo, endometriose, idade maior a 50 anos, fatores hormonais (menarca precoce ou menopausa tardia), histórico familiar, mutações em genes BRCA1 e BRCA2, fatores reprodutivos (mulheres que não tiveram filhos possuem um risco aumentado de desenvolver a doença), entre outros", comenta a oncologista da Oncoclínicas São Paulo. 

Alguns estudos sugerem que o uso de pílula anticoncepcional pode ser adotado como método preventivo, pois o número excessivo de ovulações tende a levar ao aparecimento de tumores. "A partir dos resultados, foi possível analisar que o medicamento diminuiu em até 33% o risco de câncer de ovário, seguido por 34% no de endométrio e 19% no de intestino", explica.
 

Diagnóstico 

Infelizmente, até o momento não existe um exame específico que possa detectar o câncer de ovário, assim como o Papanicolau para o câncer de colo de útero ou a mamografia para o câncer de mama. 

"Os sintomas da neoplasia podem ser facilmente confundidos com outras doenças. Por isso, caso qualquer um deles apareça, é muito importante procurar ajuda médica o mais rápido possível", comenta a oncologista. 

A partir disso, o médico pode solicitar exames clínicos ginecológicos, laboratoriais e também de imagem, para identificar a presença de ascite ou acúmulo de líquidos, além da extensão da doença em mulheres com suspeita de disseminação intra-abdominal. Se houver suspeita de câncer de ovário, é necessário uma avaliação cirúrgica. 

Vale lembrar que pode ser realizado também um raio x ou tomografia computadorizada do tórax, com o intuito de analisar derrame pleural, metástases pulmonares ou ainda quaisquer outras alterações.
 

Tratamento 

Apesar do câncer de ovário ser o tumor ginecológico de maior índice de óbito no mundo, quando diagnosticado precocemente, as chances de cura podem aumentar. "O tratamento irá depender do tipo de estágio do câncer de ovário. Além disso, deve-se levar em conta os desejos da paciente, ou seja, se há a vontade de ter filhos. A partir disso, a cirurgia é o principal tratamento, mas pode significar a retirada unilateral ou bilateral dos ovários. Já no caso da quimioterapia, ela pode ser realizada antes ou depois da cirurgia", comenta a Dra. Marcela Bonalumi. 

Por isso, a oncologista aconselha que a decisão sempre seja tomada junto com o especialista. "O melhor método é aquele com o objetivo de salvar a vida da paciente, mas sem perder de vista os sonhos futuros. Contudo, devemos realizar uma abordagem personalizada para cada caso, pensando não só nas questões físicas, mas também nas emocionais durante todo o processo", finaliza. 



Oncoclínicas&Co.


Seu filho é uma criança hiperativa?

A Sociedade Brasileira de Neurologia infantil explica o TDAH, transtorno que traz prejuízos de aprendizagem e sociabilidade.


A criança parece não ter sossego. É inquieta, fala demais, mexe em tudo, larga as tarefas pela metade. Perturba pelo excesso, desafia a autoridade dos pais ou dos professores e, às vezes, tem atitudes impulsivas. Não tem limites, nem foco. Concentra-se apenas naquilo que lhe dá prazer, mas tem dificuldade em manter a atenção em outras atividades, especialmente as mais longas e repetitivas. Na escola, atrapalha as aulas, é desatenta e vai mal nas provas. 

Comportamentos desse tipo podem ser indicadores do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), problema neurobiológico de fundo genético que afeta de 3% a 5% das crianças e acompanha cerca de 50% delas ao longo da vida. Elas poderão sofrer com prejuízos de aprendizagem e sociabilidade e, quando adultos, ter mais dificuldade nos relacionamentos, no emprego, na vida social e atitudes impulsivas, que os tornam mais suscetíveis às drogas ou às doenças sexualmente transmissíveis, por exemplo. Um indivíduo com TDAH pode até ser brilhante em atividades que o atraem – se gostar de xadrez, por exemplo, vai se tornar um exímio jogador, mas possivelmente terá várias dificuldades relacionadas com o transtorno, com prejuízos para ele e, eventualmente, para as pessoas com as quais convive.

Relacionado a distúrbios de neurotransmissores como a dopamina e a noradrenalina, o TDAH afeta áreas do cérebro associadas ao autocontrole e à atenção. “O diagnóstico é clínico e tem de ser criterioso, envolvendo um levantamento cuidadoso do histórico da criança. Além dela e dos pais, às vezes precisamos conversar também com professores e outras pessoas da rede de relacionamentos da criança”, diz o Dr. Erasmo Casella, neurologista infantil da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (SBNI). O passo inicial é a aplicação de um questionário simples, o SNAP-IV, baseado no Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Americana de Psiquiatria, que avalia nove critérios de déficit de atenção e nove de hiperatividade e impulsividade. “A ocorrência de comportamentos associados a pelo menos seis desses critérios, por mais de seis meses, pode indicar TDAH e exige aprofundar as investigações clínicas”, afirma a Dra. Letícia Sampaio, também neurologista infantil da SBNI.

O tratamento costuma envolver medicamentos estimulantes (há também medicamentos não estimulantes, mas são menos eficazes), além de terapia comportamental e aconselhamento familiar e escolar. Dependendo das dificuldades associadas, pode ser necessária, ainda, a atuação de outros profissionais, como fonoaudiólogo, psicopedagogo e psicomotricista. 

“É importante nunca rotular a criança como hiperativa ou algo parecido. Mas é preciso ajudá-la a entender que determinados comportamentos são inadequados, orientá-la, mostrar os limites e reconhecer ou elogiar as ações positivas. Os pais não devem gritar ou ter atitudes agressivas, pois os filhos são espelhos dos pais e agirão da mesma forma”, afirma o Dr. Erasmo. “Na escola, os professores também podem adotar iniciativas como colocar o aluno com TDAH na frente, permitir um tempo maior para que ele faça a prova e substituir uma tarefa de execução mais demorada por várias outras que possam ser realizadas mais rapidamente”, exemplifica a Dra. Letícia.

 

Sociedade Brasileira de Neurologia infantil (SBNi)
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Saiba quais são os principais riscos do contato com águas de enchente

Créditos: Vlad
Entenda como a infraestrutura de saneamento e drenagem pode prevenir enchentes e minimizar os riscos à saúde da população


As águas de enchente representam uma série de perigos significativos para a saúde de diversos seres vivos devido à sua propensão à contaminação por uma variedade de agentes patogênicos e substâncias tóxicas. Durante inundações, esgotos e resíduos industriais podem poluir as águas, aumentando drasticamente o risco de doenças transmitidas.  

Desta forma, alguns microorganismos podem estar presentes em concentrações perigosas, fazendo com que a ingestão ou o contato com água contaminada possa resultar em uma série de problemas de saúde, incluindo doenças gastrointestinais, infecções bacterianas, virais e parasitárias, e danos ao sistema nervoso devido à exposição a metais pesados e produtos químicos tóxicos.  

Segundo Danilo Chagas Vasconcelos, Coordenador do curso  de Biomedicina do Centro Universitário Newton Paiva  além das doenças infecciosas, o contato com águas poluidas pode resultar em uma série de outros problemas, como lesões por trauma e desenvolvimento de doenças respiratórias devido à exposição a mofo, bactérias e outras substâncias irritantes presentes em ambientes úmidos e mal ventilados por conta das enchentes. “É importante reconhecer que as enchentes não são apenas eventos naturais e, muitas vezes, são agravadas pela falta de infraestrutura de saneamento básico e sistemas de drenagem inadequados”, explica o especialista.  

A implementação de medidas adequadas de saneamento básico, como sistemas de tratamento de esgoto eficazes e sistemas de drenagem bem projetados, desempenham um papel crucial na prevenção de enchentes e na minimização dos riscos à saúde pública. Danilo aponta, “Nós, especialistas da área, temos que alertar a população e saber como conduzi-lá de forma geral, alertando sobre principais precauções sobre o momento”, abaixo, confira algumas dicas do especialista para evitar a contaminação: 

• Evitar o contato direto com a água de enchente, se possível

• Usar equipamentos de proteção, como botas e luvas, ao entrar em áreas inundadas

• Lavar as mãos com frequência, especialmente após o contato com água de enchente

• Evitar o consumo de água não tratada ou alimentos contaminados

• Caso tenha a chance de estar contaminado, procurar ajuda médica e tomar remédios para evitar agravar a situação 

A proteção da saúde pública contra os perigos nas águas requer uma abordagem que combine medidas de prevenção de enchentes, infraestrutura de saneamento básico robusta e educação pública sobre práticas seguras de higiene e consumo. Investimentos em infraestrutura de saneamento e drenagem são essenciais para mitigar os impactos das enchentes e proteger as comunidades contra os riscos à saúde associados a esses eventos climáticos extremos.

Centro Universitário Newton Paiva


17 de Maio - Dia Mundial da Hipertensão

Cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz alerta sobre doença silenciosa que afeta 51 milhões de brasileiros   

Números da OMS mostram que a pressão alta é um grave problema de saúde pública 

 

Nesta sexta-feira, 17/5, é comemorado o Dia Mundial da Hipertensão, data instituída com o objetivo de alertar a população para os riscos dessa condição que afeta atualmente milhões de brasileiros.

De acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), divulgados em setembro de 2023, o país conta com 51 milhões de hipertensos, ou seja, a doença é um grande problema de saúde pública no Brasil.

Conhecida como pressão alta, ocorre quando a pressão arterial, permanece sistematicamente, igual ou maior que 140 por 90 mmHg (milímetros de mercúrio), o primeiro número se refere à pressão máxima ou sistólica, que corresponde à contração do coração; o segundo, corresponde a pressão arterial mínima que ocorre durante a diástole, ou seja, quando o coração relaxa.

O não controle adequado da pressão é fator de risco dos mais importantes para uma série de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC (acidente vascular cerebral) que são as principais causas de mortes no Brasil e no mundo.

“Estima-se que existam atualmente 1,3 bilhão de hipertensos no mundo. No Brasil a doença afeta cerca de 35% da população adulta. Essa prevalência aumenta principalmente nas idades mais avançadas [mais que 60% após os 70 anos]. As doenças cardiovasculares são responsáveis por cerca de 400 mil mortes por ano e um principal fator de risco é a hipertensão”, aponta o cardiologista Pedro Graziosi, coordenador do Centro Diagnóstico de Cardiologia Não-Invasiva do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

No mundo apenas 20% dos hipertensos estão diagnosticados, tratados e controlados de forma ideal. O tratamento apropriado da pressão alta tem a consequência de evitar a morte prematura, como também a convivência com sequelas de infartos e de AVCs (também conhecido como “derrame”) entre outras.

A doença está diretamente relacionada a outros hábitos e condições de saúde, como diabetes, colesterol alto, tabagismo, consumo excessivo de álcool, sedentarismo, estresse, obesidade, apneia do sono e até mesmo a poluição, como ressaltado pela OMS.

“Há também os chamados fatores não mutáveis como genética, sexo e envelhecimento. Temos um mosaico de fatores que implicam e se interligam”, disse o cardiologista. “Desta forma é fundamental a interrupção ou controle dos chamados fatores de risco evitáveis”, completou o especialista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Os fatores ambientais e sociais também estão associados à hipertensão, pois podem influenciar o estilo de vida, a alimentação, o perfil e local das atividades, a compreensão da doença, como também a busca e acesso ao sistema de saúde.

A urbanização, e as decorrentes mudanças de hábitos de vida, ocorridas em meados do século 20, contribuíram para que as doenças cardiovasculares assumissem a posição como principal causa de mortalidade.

De acordo com o cardiologista, todos esses aspectos também impactaram principalmente a mulher moderna.

“Temos de dar atenção para a saúde da mulher e às suas diversas particularidades desde a adolescência. A doença cardiovascular é a principal causa de mortes nas mulheres, sendo a hipertensão a principal doença associada, direta ou indiretamente. A proteção hormonal perdida na menopausa aumenta risco de doenças cardiovasculares. Também por isso a prevenção antes dessa fase é fundamental, assim como o acompanhamento médico apropriado”, destacou.

 

Doença silenciosa 

“Em casos mais raros e extremos pode ocorrer dor de cabeça, tontura, embaçamento na visão, falta de ar. Ela é silenciosa e vai ao longo dos anos complicando os aspectos vasculares e, principalmente, contribuindo para o entupimento das artérias”, explicou o especialista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Essa realidade ressalta a importância da conscientização e da adoção de hábitos saudáveis para a promoção da saúde e o combate efetivo dessa condição que impacta a qualidade e a sobrevida dos brasileiros.

“Dos hábitos que podem impactar positivamente no tratamento da hipertensão está a alimentação. É necessário dar preferência à uma dieta equilibrada, como a mediterrânea, que é pobre em gordura animal e carnes vermelhas e com menor consumo de frituras e carboidratos. O uso comedido do sal é um aspecto importante para um melhor controle da doença”, explica o cardiologista. Bem como atividades físicas regulares, sono de qualidade e gerenciar o estresse (inclusive com práticas de meditação e espiritualidade).

Para a grande maioria dos hipertensos adultos o mais importante é um controle adequado da doença, pois não existe uma causa curável específica, buscando-se quando possível a meta de 120 por 80 mmHg. Para uma minoria dos casos (cerca de 5%) existem causas específicas relacionadas, que seu médico poderá avaliar.

 

Novas recomendações de aferição  

Monitorar regularmente a pressão arterial é fundamental para detectar o aumento indesejado. Dispositivos portáteis de aferição e exames regulares são importantes para acompanhar a saúde cardiovascular.

Recentemente, a SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) em sintonia com as recomendações da Sociedade Europeia de Cardiologia, destacam a importância de avaliar não apenas a pressão arterial em ambientes clínicos, mas também fora do consultório médico.

A utilização da MAPA (monitoração ambulatorial de pressão arterial) e da MRPA (monitoração residencial de pressão arterial) tem o objetivo de aumentar a precisão do diagnóstico e do resultado do tratamento.

 

Perspectivas

As organizações de saúde ressaltam o papel das intervenções mais básicas, entre elas, maior acesso da população ao sistema de saúde, campanhas sobre o assunto, suporte governamental com direcionamento a alimentos com menos sódio e maior acesso às medicações.

O Brasil tem a vantagem de já ter o SUS (Sistema Único de Saúde) e alguns programas em andamento. O cardiologista ressalta que é necessária uma melhor conscientização a respeito dessa doença, sendo que o diagnóstico e a regularidade do tratamento dependem de uma parceria entre o paciente, família e a equipe de saúde. 



Hospital Alemão Oswaldo Cruz
Link


Luta contra o tabagismo é tema de mostra cultural no Shopping Piracicaba

Foto: divulgação
5ª Mostra Cultural Paradas pro Sucesso busca conscientizar diferentes públicos com trabalhos produzidos por estudantes de escolas públicas da cidade  


Embora o número de fumantes no Brasil esteja em queda, segundo os últimos dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) cerca de 10% da população adulta brasileira ainda fuma, o que se revela um dado preocupante, principalmente ao olhar para a estatística de mais de 160 mil mortes no país decorrentes do tabaco. É neste contexto, com o objetivo de conscientizar a população sobre os perigos do cigarro, que o Shopping Piracicaba realiza a 5ª Mostra Cultural Paradas pro Sucesso, de 15 a 31 de maio.

A partir da perspectiva de jovens sobre o assunto como forma de engajar na luta contra o tabagismo, a exposição traz cerca de 50 trabalhos de estudantes dos ensinos fundamental e médio de mais de 20 escolas municipais e estaduais de Piracicaba. Os trabalhos ficarão distribuídos em 10 totens, no Piso L1 do centro de compras.

A realização da Mostra é uma parceria inédita do Shopping Piracicaba com o projeto antitabagista Paradas Pro Sucesso. Segundo a cardiologista e idealizadora do Paradas pro Sucesso, Juliana Previttali, as pessoas vão poder interagir, fazer fotos para divulgar e incentivar amigos e familiares na questão do antitabagismo. “Essa interação, além de ser um incentivo às pessoas para pararem de fumar, é uma forma de reforçar a campanha para que os jovens não iniciem no tabagismo, principalmente diante do modismo de cigarros eletrônicos, que podem ser ainda mais danosos para a saúde”, afirma.

Foto: divulgação
Para a gerente de marketing do Shopping Piracicaba, Andreia Vidal, é muito importante para o Shopping receber uma exposição como essa. “Nosso centro de compras é voltado para a família; então é uma oportunidade para o público que frequenta o local refletir e se conscientizar sobre os malefícios do cigarro”.

Segundo a idealizadora, a data escolhida para o encerramento da mostra, 31 de maio, é pela importância mundial do dia. “Trata-se de uma data muito importante para a causa, que é o Dia Internacional de Combate ao Tabagismo. Com várias campanhas simultâneas acontecendo no mundo todo, nosso objetivo é reduzir o número de fumantes ainda mais diante de tantos malefícios”, afirma a cardiologista.

 

SERVIÇO

5ª Mostra Cultural Paradas pro Sucesso

Data: até 31 de maio

Local: Piso L1 do Shopping Piracicaba (Av Limeira, 722, bairro Areão, Piracicaba)

 

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