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quarta-feira, 19 de maio de 2021

Planejamento e assessoria são fundamentais para imigração com visto EB-2 NIW

Advogados alertam para a necessidade de buscar informação qualificada quando se pretende imigrar para os EUA com objetivos profissionais


Por dispensar o requerimento de uma oferta de emprego nos EUA, o visto EB-2 NIW (National Interest Waiver ou exceção de interesse nacional) é um dos mais cobiçados por graduados que pretendem imigrar. Entretanto, advogados especialistas em Direito Internacional com expertise em processos de imigração recomendam aos interessados não buscarem informações aleatoriamente sobre o processo de obtenção desse visto.

Segundo o advogado Daniel Toledo, sócio do escritório de advocacia LeeToledo PLLC, especializado em Direito Internacional com unidades no Brasil e Estados Unidos, nem sempre as pessoas que publicam vídeos na internet explicam detalhadamente como funciona o processo de concessão de vistos, especialmente os que são feitos via consulado ou embaixada ou diretamente pelo Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA, o USCIS.

Ele explica que se o aplicante está nos Estados Unidos com um status de visto de não imigrante, ele precisa fazer o ajuste. “Lembrando que o status tem a ver com o tempo de permanência, já o visto é só uma expectativa de entrada no país”, aponta.

De acordo com a advogada Kris Lee, também sócia da LeeToledo PLLC, normalmente, o tempo de processamento via consulado fica entre 10 e 18 meses. “Tive casos em que consegui algumas pessoas aprovadas com menos de 10 meses. Mas é importante ter em mente que quando o aplicante estiver fazendo o processamento consular, posteriormente será encaminhado para o centro nacional de vistos do USCIS, para que seja feito o ajuste de status”, detalha.

Ela ainda aponta ser crucial demonstrar o nível de formação educacional, experiência, conhecimento e habilidades excepcionais para conseguir a isenção de interesse nacional. “É preciso trabalhar em estreita colaboração com um advogado experiente e licenciado dentro dos Estados Unidos para ajudar a traçar a melhor estratégia para a proposta de empreendimento”.

Kris ainda ressalta a necessidade de demonstrar na proposta de empreendimento como o aplicante vai contribuir para os Estados Unidos, “seja abrindo um negócio próprio, seja prestando serviços de consultoria, saúde mental ou na área médica”, exemplifica. A advogada explica que isso é denominado mérito substancial.

Ela cita como exemplo de mérito substancial a aprovação de visto para os sócios de uma indústria de vaporizadores. “Qualquer que seja o seu conjunto de habilidades ou sua profissão, se o aplicante for elegível e o advogado tiver experiência para elaborar uma proposta de empreendimento que tenha o mérito substancial, as chances de garantir a aprovação para o EB-2 NIW aumentam”, estima.

A sócia da LeeToledo PLLC ainda recomenda aos postulantes ao visto EB-2 NIW recorrerem a um advogado especializado, pois a maioria dos escritórios têm sistemas organizados que fazem um check list dos documentos necessários. “A petição feita para um engenheiro de software é muito diferente da solicitada para um administrador de empresas ou um profissional do setor financeiro, de modo que é preciso conhecer bem a documentação a ser produzida”, exemplifica Kris.

Daniel Toledo comenta que uma das principais dúvidas trazidas pelos clientes do escritório sobre o ajuste de status nos casos em que o aplicante ainda está no seu país de origem, é se ele aguarda a liberação do EAD – Employment Authorization Document (documento de autorização de trabalho) ou combo card como é conhecido, ou se já sai do país com autorização provisória de trabalho, sem precisar esperar os cerca de 90 dias para poder fazer algum outro tipo de processo dentro dos Estados Unidos.

Kris adverte que quando é feita inscrição para ajuste de status, é necessário estar nos Estados Unidos há pelo menos 90 dias. Neste caso, a recomendação é fazer o processamento do visto EB2 NIW via consulado ou embaixada.

Por fim, a advogada orienta o aplicante a ressaltar realizações importantes que teve na vida profissional, bem como reconhecimentos recebidos por meio de cartas de recomendação solicitadas a antigos empregadores, especialmente aquelas que podem ter um impacto sobre o que ele pode trazer para os Estados Unidos. “Ao destacar os benefícios que o peticionário pode trazer para o país, também pode servir para validar sua importância nacional, o que o ajudará a obter a isenção de interesse nacional”, conclui Kris Lee.

 

 


Daniel Toledo - advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em direito Internacional, consultor de negócios internacionais e palestrante. Para mais informações, acesse: http://www.toledoeassociados.com.br ou entre em contato por e-mail daniel@toledoeassociados.com.br.  Toledo também possui um canal no YouTube com mais de 100 mil seguidores https://www.youtube.com/danieltoledoeassociados com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente. Ele também é membro efetivo da Comissão de Relações Internacionais da OAB São Paulo e Membro da Comissão de Direito Internacional da OAB santos

 

Kris Lee - sócia-gerente e advogada na YOUJIN LAW. Com mais de 30 anos de prática da lei, Kris Lee se especializou em assessorar, representar e tratar de questões jurídicas de clientes perante outras agências governamentais ou tribunais federais/estaduais nos Estados Unidos. Ela é especialista em EB1/EB2-NIW e já atendeu vários profissionais, incluindo engenheiros, profissionais de saúde, advogados e especialistas em negócios e marketing sempre apresentando estratégias mais atuais e atraentes para realizar seus sonhos nos Estados Unidos.


O que a escola não ensina, a vida nos cobra

 Opinião


Hoje, a maioria dos estudantes de 15 anos sabe várias coisas sobre pandemia e poderia explicar aos colegas de sala. Em 2018, antes da Covid-19 e quando o PISA (Programa de Avaliação Internacional de Estudantes) realizou sua última avaliação global, o resultado foi outro. A avaliação perguntou aos alunos se estavam cientes de questões globais de saúde, como pandemias. Em Hong Kong e na Lituânia, mais de 80% dos estudantes responderam que sabiam algo sobre esse tema e poderiam, pelo menos, explicar a questão geral. No entanto, na Arábia Saudita, apenas 53% responderam da mesma forma e na Argentina e na Indonésia, menos da metade, assim como no Brasil.

É importante ressaltar que o conhecimento não implica automaticamente em conscientização: mesmo em alguns países que se deram bem na avaliação científica do PISA – como Coreia, Suíça, Alemanha ou Nova Zelândia –, a porcentagem de estudantes conscientes de problemas globais de saúde foi de 60% ou menos.

Quando não há uma pandemia, a conscientização dos alunos sobre questões globais de saúde dependerá muito do que acontece nas escolas. Assim, o PISA também perguntou aos dirigentes escolares se as questões de saúde pública estão incluídas nos currículos escolares. Em Hong Kong (China), Lituânia e Rússia, altos níveis de conscientização dos alunos se alinham com uma alta cobertura de tais questões no currículo escolar. Mas em países como Brunei Darussalam, Coreia, Marrocos ou Letônia, mais de 90% dos líderes escolares relatam que questões globais de saúde são abordadas no currículo, mas a conscientização dos alunos ainda é relativamente baixa.

Claro que, em 2018, ninguém poderia prever que uma pandemia nos arrebataria dois anos depois, mas o futuro pode nos surpreender e parece que as escolas podem e precisam fazer melhor para preparar os alunos para um mundo em rápida mudança, incerto e volátil. E a saúde pública não é a única questão urgente no cenário global. O PISA também pesquisou junto aos alunos sobre sua conscientização em relação a outras questões globais, tais como mudanças climáticas; migração; conflitos internacionais; fome ou desnutrição em diferentes partes do mundo; causas da pobreza; e igualdade entre homens e mulheres. As respostas dos alunos foram então resumidas e criou-se um índice de conscientização global.

Os dois assuntos com os quais os estudantes estavam menos familiarizados foram as questões globais de saúde, como pandemias e conflitos internacionais. A questão é o que tudo isso significa para as políticas públicas. Talvez mostre que governantes deveriam ter dado mais atenção às questões de saúde pública no passado para que as populações pudessem responder com níveis de consciência e conhecimento, bem como de responsabilidade pessoal e social, adequados para lidar com uma pandemia. E já que a Educação é um dos pilares mestres para a plena formação dos indivíduos, essa responsabilidade não está só nas mãos dos governos. As escolas também precisam refletir sobre o que precisa ser incluído em seus currículos a fim de que todas essas questões sejam tratadas e incorporadas por nossos estudantes, garantindo assim a formação de uma consciência coletiva que nos torne melhores cidadãos, mais aptos a dar as respostas necessárias quando o mundo resolver nos cobrar isso. 

 



Luiz Fernando Schibelbain - gerente executivo de conteúdo no PES English


Qual a importância de contar com uma assessoria contábil após a abertura de um negócio?

Não basta abrir uma empresa da maneira correta. É necessário ter cuidado durante a prestação de contas e manter o CNPJ em conformidade. Para isso, o trabalho de uma boa assessoria contábil pode fazer toda a diferença.

 

A assessoria contábil presta diversos serviços de contabilidade, que vão desde cuidar do cumprimento das obrigações fiscais, tributárias e trabalhistas, até auxiliar no controle financeiro do negócio e ajudá-lo a crescer, se esse for seu desejo.

“Mesmo para quem é MEI e que não precisa da assinatura de um contador, essa assessoria é bastante útil, diminuindo a carga de preocupações com burocracia e permitindo o empresário focar na sua atividade principal”, explica João Esposito, CEO da Express CTB.

Quais são os serviços oferecidos pela assessoria contábil?

Conheça alguns dos trabalhos realizados por uma assessoria contábil e que são importantes para o seu negócio.


Certificação digital

O certificado digital funciona como uma assinatura digital, que oficializa as operações da sua empresa para fins legais e atesta a veracidade de diversos processos. 

Atualmente, diversas rotinas indispensáveis para uma empresa só são possíveis com a apresentação do certificado digital, tornando a contratação desse serviço obrigatória.


Regularização

Algumas pessoas começam uma empresa de maneira muito amadora. Com o crescimento das demandas, surge a necessidade de formalizar o negócio. Para isso, uma assessoria contábil pode atuar de maneira consultiva, verificando o melhor enquadramento para a empresa evitando o pagamento de impostos desnecessários.

Os profissionais conseguem solucionar dúvidas e orientar em relação aos processos e às declarações, além de cuidar de tudo o que é necessário para que o CNPJ atue regularmente.

 

Gestão financeira

Uma boa gestão financeira serve não só para deixar as contas “no azul”. Com relatórios claros, é possível identificar problemas e tomar as melhores decisões, proporcionando um crescimento claro e seguro para a corporação.

Esse serviço pode ser terceirizado para um escritório contábil competente. Além desses profissionais terem uma sólida experiência no assunto, certamente os custos serão menores do que a contratação pela empresa de funcionários responsáveis por essa gestão.

 

RH e Folha de Pagamento

Outra questão importante para os negócios são as obrigatoriedades legais que envolvem a admissão e a demissão de colaboradores, assim como o pagamento dos direitos e a emissão de holerites.

A assessoria contábil também atua como apoio para o RH nesses aspectos, evitando processos trabalhistas e problemas com os funcionários.


Auditoria

Durante a auditoria, são identificadas as possíveis irregularidades na situação financeira, trabalhista e tributária do negócio. Além de prevenir problemas fiscais, esse cuidado traz informações importantes para que os empresários façam um planejamento estratégico das finanças.


Documentos contábeis

A prestação de contas corporativas requer uma série de documentos trabalhosos, como balancetes, DREs e resultados financeiros, apenas para citar alguns.

Contratando uma assessoria contábil de confiança, você pode deixar todo esse procedimento maçante e demorado nas mãos de quem realmente entende do assunto.


Qual a importância de uma assessoria contábil de qualidade?

A pandemia do coronavírus obrigou as empresas a adaptarem a maneira de trabalhar. Algumas precisaram demitir, outras tiveram que transferir funcionários para o home office. Além disso, o governo federal trouxe novas cláusulas de lei para ajudar os empresários durante esse período crítico.

Com uma assessoria contábil, fica muito mais fácil acompanhar todas essas transições, sem que a empresa perca o compliance e mantenha o controle dos balanços financeiros.


Como escolher a assessoria contábil ideal?

Os especialistas da Express CTB separaram algumas dicas para te ajudar a escolher a melhor opção de assessoria contábil para o seu negócio:


Avalie a expertise dos profissionais

O prestador de serviços que você está pensando em contratar tem realmente uma boa experiência em contabilidade e já atendeu negócios de diversos nichos? Esses detalhes são importantes para entender se os profissionais têm o conhecimento necessário para trabalhar com as demandas da sua corporação.


Verifique as tecnologias usadas

A assessoria contábil está a par de softwares recentes e novidades de mercado? Esse alinhamento traz não só a otimização necessária na prestação de serviço, como o conhecimento atualizado em relação a processos e ferramentas.


Consulte a reputação da assessoria

Como foi a experiência dos outros clientes com a assessoria contábil? Quanto tempo ela tem de mercado e quantas empresas atende? Essas informações ajudam a entender o grau de satisfação com os serviços oferecidos.


Analise a proatividade da equipe

Uma boa assessoria não se limita apenas a cumprir as obrigações legais e a formalizar documentos. Ela atua como verdadeiro braço direito da empresa, ajudando na tomada de decisões e trabalhando de maneira estratégica. “Por mais que você tenha planos bem concretos de como promover o crescimento do negócio, ter uma assessoria contábil como parceira certamente vai tornar esse caminho menos tortuoso”, declara Marcos Ross, coordenador do departamento contábil da Express.

 


Express CTB

www.expressctb.com.br


STF posterga decisão sobre fator de correção monetária do FGTS

São mais de 70 milhões de trabalhadores na expectativa, que podem, por meio do  ‘LOIT FGTS saber o valor da sua revisão e decidir se entra ou não com o pedido na justiça antes do julgamento assegurar seus direitos

 

O Supremo Tribunal Federal (STF) retirou de pauta a ADI 5090, que estava agendada para ser julgada em 13 de maio, ação que reivindica a substituição da Taxa Referencial (TR) como fator de correção monetária do FGTS por um índice de inflação.  A postergação da decisão frustra a expectativa dos trabalhadores que tiveram saldos nas contas de FGTS desde 1999 até os dias atuais de receberem a diferença de correção monetária acumulada no período.

Porém, por meio do ‘LOIT FGTS’, um serviço gratuito e que pode ser acessado por meio do https://fgts.loitlegal.com.br, o trabalhador que desejar saber o valor da sua revisão, pode utilizar o serviço de cálculo automatizado desenvolvido pela lawtech LOIT. Com os valores em mãos, a pessoa poderá decidir se entra ou não com o pedido na justiça antes do julgamento assegurar seus direitos.

Segundo Antônio Maia, advogado e criador do Loit Fgts, são milhões de brasileiros que podem ter o direito a correções que podem variar de alguns reais até valores acima de R$ 66.000,00, equivalente a 60 salários-mínimos, teto para ações no Juizado Especial Federal. Os valores são maiores conforme o tempo de trabalho, o salário e o período em que o recurso ficou depositado e, para saber o valor a que tem direito, as pessoas já podem saber o total de forma automatizada.


O FGTS

O FGTS é um fundo público, administrado pela Caixa Econômica Federal, por força da Lei 8177/1991, e é composto por contribuições compulsórias dos empregadores com 8% do salário dos empregados, ele existe para preservar ou para proteger o trabalhador em caso de despedida imotivada.

A Lei do FGTS prevê que o fundo seja corrigido pela TR. Ocorre que a referida taxa ficou defasada, desde 1999 em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), que medem a inflação.

Em 2015, o Supremo passou a admitir uma tese baseada no direito de propriedade, ou seja, na qual se observa que a garantia da propriedade pode ser afetada caso não haja a devida correção pela inflação. Portanto, a TR poderá ser declarada inconstitucional por afrontar tal garantia da propriedade do crédito.

Atualmente, milhares de processos questionam a aplicabilidade da atual taxa. A exemplo, a inconstitucionalidade da TR como índice de correção monetária foi levantada inicialmente na discussão relacionada aos precatórios (ADIs 4.537 e 4.435), posteriormente nas ações contra o INSS e as Fazendas Públicas (RE 870.947) e, mais recentemente, nas condenações da Justiça do Trabalho (ADIs 4.357, 4.372, 4.400 e 4.425). Em todos os precedentes acima nominados a TR foi declarada inconstitucional.

A decisão provocará efeitos retroativos para todos os trabalhadores que tiveram suas carteiras assinadas em qualquer período desde 1999 até os dias atuais, com depósitos na conta vinculada do FGTS, tanto para o dinheiro que está em conta quanto para o valor que já foi sacado.

Um aspecto importante a ser destacado é a alta probabilidade de o STF utilizar o recurso de modulação no caso de a mudança de índice prevalecer, seguindo a tendência de decisões recentes que também traziam impactos de grandes proporções nas contas públicas. Nesta hipótese, apenas as pessoas que já estiverem com ações ajuizadas manteriam o direito integral, enquanto quem não se manifestou à justiça passaria a receber o direito de ter seu saldo corrigido pela inflação somente daqui para a frente.

O processo pode voltar à pauta em até 48 horas anteriores a qualquer sessão plenária da Corte, o que significa que a cada segunda-feira é possível marcar o julgamento para sessão de quarta ou na terça-feira, para a sessão de quinta.

 

Ética se ensina pelo exemplo, dizem especialistas

Comportamento de professores e equipe escolar têm impacto direto sobre o que crianças aprendem como certo e errado


O que é ética e o que é ser ético? Qualquer professor que fizer essas perguntas durante uma aula receberá respostas variadas, dependendo da idade dos estudantes, do conhecimento teórico deles sobre o assunto e do contexto ao qual eles pertencem. Nenhum conceito teórico, no entanto, seria capaz de ensinar a esses estudantes como ser uma pessoa ética na vida cotidiana. Isso só pode ser feito usando uma das armas mais importantes da Educação: o exemplo.

De acordo com o coordenador do Paideuma, o Grupo de Estudos Clássicos da Faculdade de Educação da USP, Marcos Euzébio, todas as pessoas estão ensinando ética a todo momento. “Um professor que chega e não cumprimenta ninguém, por exemplo, ensina algo a seus alunos, que talvez passem a considerar desnecessário cumprimentar uns aos outros. O ensino de ética nas escolas está diretamente conectado à postura dos professores”, afirma. Para ele, a ética está até mesmo na relação que cada educador mantém com a disciplina que leciona. “Quando um professor se relaciona de maneira forte e apaixonada com sua área do conhecimento, é um poderoso exemplo ético”, avalia.

Ainda que haja, atualmente, discussões sobre os limites da escola no ensino de posturas morais, é impossível separar esse tipo de abordagem dos currículos disciplinares formais. Para Edina Itcak, supervisora pedagógica no Sistema de Ensino Aprende Brasil, “não se pode deixar de ensinar ética porque, no dia a dia, todas as atitudes e condutas dos educadores são também uma forma indireta de demonstrar às crianças e adolescentes o que é certo e o que é errado. Mesmo que o educador não tenha intenção, ele está o tempo todo ensinando algo”.


Agir de forma ética e refletir sobre as ações

Para ensinar ética, não basta, porém, agir de maneira ética. O professor, psicólogo e escritor Marcos Méier explica que é preciso convidar os estudantes a refletir sobre essas ações. “Os princípios humanos mais universais só podem ser ensinados se houver uma reflexão sobre eles. Se o professor fala sobre respeito, amor, consideração e empatia, mas não demonstra esses sentimentos em suas atitudes, o aluno não vai entendê-los como imprescindíveis. E, se o professor demonstra esses sentimentos, mas não fala sobre eles, perdeu-se a oportunidade de refletir sobre esses comportamentos”, ressalta. Agir, portanto, é o primeiro passo para suscitar a compreensão de que determinada atitude é correta. O segundo passo, que termina de consolidar essa compreensão, é debater a atitude em questão, falar sobre ela e provocar conclusões pessoais a respeito.

Segundo Euzébio, também é papel da escola contribuir para que as crianças e adolescentes desenvolvam a capacidade de julgar por si mesmos os fatos com que se deparam no cotidiano. “A escola precisa favorecer uma capacidade que, para mim, é a mais alta que se pode esperar da boa Educação: a capacidade do juízo. E esse é um princípio presente em Kant. Ele diz que um ser humano capaz de julgar bem agirá de modo mais ético que aquele que não julga bem. A escola é o ambiente mais favorável para o julgamento sem os riscos que ele terá no mundo real. Ali, eu posso emitir julgamentos que funcionam como preparação para aqueles que farei fora da escola e que terão consequências mais sérias”, destaca. Para o especialista, é preciso exercitar o julgamento pessoal para além das respostas certas ou erradas. Muitas vezes, perde-se a oportunidade de educar para a autonomia porque quem vai melhor é aquele aluno que responde unicamente o que o professor pergunta, sem questionar, duvidar ou colocar em perspectiva.

Segundo Edina, do Sistema de Ensino Aprende Brasil, uma Educação promovida dessa forma, não é libertadora e não prepara os estudantes para os muitos desafios e dilemas éticos que eles encontrarão ao longo de suas vidas. Ele lembra que o desenvolvimento de competências como a ética está compreendido inclusive na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). “A ética e a autonomia permeiam todas as competências gerais trazidas pela BNCC, mas a 10ª dessas competências menciona especificamente que o estudante precisa ‘agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários”, pontua.

Marcos Méier e Marcos Euzébio falam sobre a importância do ensino de ética por meio do exemplo no 24º episódio do podcast PodAprender, cujo tema é “Como falar sobre ética com crianças e adolescentes”. O programa pode ser ouvido no site do Sistema de Ensino Aprende Brasil (sistemaaprendebrasil.com.br), nas plataformas Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e nos principais agregadores de podcasts disponíveis no Brasil.

 

Brasileiros foram mundialmente os que mais sentiram o impacto da pandemia

77% dos brasileiros sentiram o impacto da pandemia em seus cotidianos, fazendo com que o país ficasse em primeiro lugar neste quesito em uma pesquisa realizada pela multinacional Kantar, líder em dados, insights e consultoria. Em 2020 eram 73%. As entrevistas foram aplicadas em 11.500 pessoas de 21 países entre 15 e 19 de abril. 

Já 87% contraíram o vírus ou tiveram parentes e amigos próximos contaminados. É mais do que o dobro da média global – da ordem de 42% - e sete pontos percentuais à frente do segundo colocado, a Colômbia. Deles, 16,2% tiveram Covid-19, 60,5% um parente próximo e 50,1% um amigo próximo. Globalmente esses números foram 8%, 23% e 23%, respectivamente. 

Além disso, 55% se mostram extremamente preocupados com a situação (versus 31% mundialmente) e 62% acompanham com frequência o noticiário sobre o tema. 

O Brasil também é líder no quesito expectativa pela vacinação. 66% afirmam que definitivamente se imunizarão e 20% provavelmente.  Globalmente 43% responderam definitivamente sim e 27% provavelmente.. 

Os cuidados pessoais também cresceram significativamente. 69% dos brasileiros se mostram muito atentos na adesão de medidas de saúde e segurança, 58% ficam bravos quando veem regras sendo desrespeitadas e 58% se afastam quando outras pessoas se aproximam em espaços públicos.

 


Kantar


Estado de São Paulo tem queda de 3,8% nas fatalidades de trânsito nos quatro primeiros meses de 202

 No acumulado do ano, em comparação com mesmo período de 2020, número de óbitos caiu de 1510 para 1451

 

De acordo com os novos dados do Infosiga SP, sistema do Governo do Estado gerenciado pelo programa Respeito à Vida e Detran.SP, o Estado de São Paulo registrou queda de 3,8% no número de fatalidades de trânsito nos quatro primeiros meses de 2021 em comparação com o mesmo período do ano passado.

 

No primeiro quadrimestre de 2021 foram contabilizados 1452 óbitos por acidentes de trânsito, contra 1510 entre janeiro e abril do ano passado. Com relação aos acidentes com vítimas, houve um aumento de 4,7%, passando de 52.200 casos em 2020 para 54.648 em 2021.

 

“Melhorias da infraestrutura viária somadas ao trabalho de educação para o trânsito que desenvolvemos contribuem para que ano a ano os números de acidentes fatais sejam reduzidos”, destaca o presidente do Detran.SP, Neto Mascellani. 

 

Meios de transporte

No período, a maior redução nas fatalidades foi referente aos acidentes envolvendo ciclistas, que caíram 22,5%, de 138 em 2020 para 107 em 2021. Também se verificou uma queda significativa de 18% nos óbitos de pedestres, que passaram de 378 no ano passado para 310 em 2021. As ocorrências com ocupantes de motocicletas se mantiveram estáveis (568 em ambos os períodos) e as que abrangem passageiros de automóveis aumentaram 5,7%, de 336 em 2020 para 356 em 2021.


 


Sobre o programa Respeito à Vida


Programa do Governo do Estado de São Paulo, atua como articulador de ações com foco na redução de acidentes de trânsito. Gerido pela Secretaria de Governo por meio do Detran.SP, envolve ainda as secretarias de Comunicação, Educação, Segurança Pública, Saúde, Logística e Transportes, Transportes Metropolitanos, Desenvolvimento Regional, Desenvolvimento Econômico e Direitos da Pessoa com Deficiência. 

O Respeito à Vida também é responsável pela gestão do Infosiga SP, sistema pioneiro no Brasil, que publica mensalmente estatísticas sobre acidentes com vítimas de trânsito nos 645 municípios do Estado. O programa mobiliza a sociedade civil por meio de parcerias com empresas e associações do setor privado, além de entidades do terceiro setor. Em outra frente, promove convênios com municípios para a realização de intervenções de engenharia e ações de educação e fiscalização.

Diversas medidas têm sido adotadas para reduzir a mortalidade relacionada nas rodovias do Estado de São Paulo. Entre elas, algumas de maior impacto podem ser destacadas.

 

Velocidade no atendimento

A redução no tempo de atendimento às vítimas de acidentes pode reduzir a mortalidade em até 60%. Em rodovias, esse aspecto é ainda mais relevante, dado os tempos naturalmente dispendidos entre o deslocamento da equipe de resgate até o local do acidente e, em situações mais graves, dali para o hospital mais próximo. Os socorristas chamam esse período crítico de “A Hora de Ouro”, que é absolutamente relevante para as estatísticas de salvamentos de acidentes de trânsito.


Iluminação em trechos urbanos

Estudos indicam forte redução de mortalidade em trechos urbanos de rodovias que foram iluminadas. Um estudo que reuniu resultados de 50 pesquisas referentes ao impacto sobre os acidentes da iluminação em vias previamente não iluminadas concluiu pela de redução de 60% em acidentes fatais nessas áreas.

 

Cinto de segurança no banco traseiro



Uma pesquisa realizada pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (ARTESP) em rodovias concedidas indicou, em 2019, que em torno de 10% das pessoas não usam o cinto de segurança nos bancos dianteiros e 30% no banco traseiro. Essa prática é de extrema importância e vem sendo estimulada por meio de campanhas educativas e fiscalização, uma vez que estudos indicam redução de mortalidade em torno de 25% para ocupantes do banco traseiro e 45% para os bancos dianteiros.

Canadá enfrenta déficit de pessoas para preenchimento de vagas de emprego

País teme se tornar um dos que mais podem apresentar baixas taxas de natalidade e uma população envelhecida, com a pandemia que começou em 2020, esse cenário se agravou ainda mais

 

Desde 2011, o Canadá vem recebendo novos imigrantes com a proposta de aquecer a economia do país, com a pandemia esse cenário se agravou e o país está correndo atrás de pessoas de fora para oportunidades de trabalho. 

Essa necessidade em atrair imigrantes vem acontecendo, pois o Canadá tem o receio de ter uma das menores taxas de natalidade do mundo e também uma das populações mais envelhecidas. “O Canadá já vive com esses problemas e somando tudo isso com a pandemia que começou em 2020, fez com que o cenário por lá se agravasse ainda mais. Eles estão com falta de pessoas para preencher vagas de emprego que já existiam, por exemplo. Por isso, esse é o momento para quem deseja se planejar para morar no país”, afirma Daniel Braun, presidente da Cebrusa Northgate, empresa que oferece soluções completas de imigração para o Canadá. 

O governo canadense vem facilitando ainda mais os processos para imigrar no Canadá. “Em outras palavras, está sobrando emprego onde é considerado o melhor país do mundo para se viver. E não estou falando de subempregos, mas de milhares de vagas formais para quem quer morar por lá com diferentes níveis de escolaridade. Existem oportunidades do ensino básico ao pós-doutorado”, destaca. 

Segundo Daniel Braun com as novas facilidades que o Canadá vem oferecendo para os imigrantes, hoje é possível morar no país independente de diploma, condição financeira ou domínio de outra língua, mas para isso é importante se planejar bem para não cair em ciladas e contar com uma boa consultoria. “Estamos oferecendo o Check List da Imigração para quem deseja morar no país. O Check List é um mapa da imigração com diversos pontos importantes. Quem entrar para o Check List, além de ter acesso a uma plataforma que fala sobre vida e imigração canadense, também terá dicas sobre preparação no mercado de trabalho com uma consultoria gratuita”, garante. 

Braun afirma que é essencial ter a consultoria de um consultor regulamentado, mas esse tipo de serviço não é muito acessível. “Para se ter uma ideia, se você for atrás de um consultor regulamentado, por exemplo, você vai gastar em média 200 dólares, mais de 900 reais. Nós estamos oferecendo toda essa consultoria de forma gratuita”. 

Para se inscrever e ter mais informações sobre o Check List da Imigração, basta acessar o link https://maratona.seufuturocanada.com.br/oportunidade_checklist_

 


Northgate Cebrusa


ESTUDO RELEVA SE JOVENS PROCURAM CONHECIMENTOS ALÉM DA SALA DE AULA

Análise feita com quem tem entre 15 e 29 anos aponta onde esse grupo obtém aprendizados para se destacar no mercado de trabalho

 

Encontrar maneiras de vencer a alta competitividade do mundo empresarial é essencial. Justamente por isso, o Nube - Núcleo Brasileiro de Estágios promoveu uma pesquisa para saber como as novas gerações vêem sua busca por sabedoria, questão primordial para se tornar um profissional desejado. A pergunta “como você avalia sua busca por conhecimentos?” foi respondida por 21.773 participantes e ficou no ar entre 5 e 16 de abril.  

Mais da metade dos entrevistados, ou seja, 55,1% (12.007 pessoas) disseram ir além das teorias aplicadas na escola ou faculdade. Desses, 35% (7.629) fazem cursos, leem o máximo possível e os outros 20,1% (4.378) não costumam buscar livros e se mantêm apenas nos treinamentos. Para Everton Santos, analista de treinamentos do Nube, é preciso sempre buscar maneiras de se atualizar. “O mercado de trabalho passa por transformações constantes, tendências são apontadas e é preciso saber algo novo a cada dia”, comenta.  

Segundo ele, a Internet tem diversas opções gratuitas para aproveitar. Entretanto, é preciso escolher capacitações relacionadas aos seus objetivos para manter uma boa tática. “Pensar estrategicamente não é se ausentar dos conhecimentos, mas evidenciar aqueles capazes de se tornar um diferencial para seus escopos, seja no currículo ou no processo seletivo”.  

Já outros 39,6% (8.633) se dedicam aos conteúdos aprendidos nas aulas on-line. Para tirar o maior proveito dos estudos remotamente, é preciso tomar alguns cuidados. “A pandemia obrigou as instituições de ensino transferirem as atividades para a modalidade remota. Com essa nova rotina, restringimos as tarefas em nossos lares e isso impacta diretamente na forma de aprender. Portanto, adequar nossa casa às demandas do ensino remoto é uma estratégia capaz de ajudar. Rever a disposição do ambiente, reservar um espaço para as atividades acadêmicas e posicionar os materiais necessários pode contribuir”, explica o especialista.  

Por fim, 5,2% (ou 1.133 respondentes) se contentam apenas com o essencial e não vêem importância em muitas das matérias de suas grades curriculares. Para Santos, ter essa atitude pode trazer prejuízos para a trajetória de um indivíduo. “O perigo é se ausentar das mudanças. Quando se estuda somente o básico, isso limita a pessoa para realizar entregas condizentes com seu repertório. A partir do momento no qual ele se engaja em outras áreas do saber e em outras possibilidades, aumenta as chances de ter um desempenho criativo e inovador. Portanto, quem não se atualiza corre o risco de perder visibilidade e oportunidades”, alerta.  

Nesse sentido, como dica para quem quer ter sucesso na carreira, o analista destaca: “acompanhe as tendências tecnológicas de sua área, mas também invista em especializações capazes de aumentar suas competências. Dedique tempo para estudo e lazer, o equilíbrio é necessário para garantir melhor absorção dos conteúdos. O excesso pode não contribuir com resultados efetivos”. Para ele, é preciso sempre explorar novas possibilidades, como “vídeos em plataformas digitais, podcasts, artigos científicos, palestras ou workshops. Inovar na metodologia, além de conhecer outros meios e plataformas, possibilita diversas formas de compreender sobre o tema pesquisado”, conclui. 

 


Fonte: Everton Santos, analista de treinamentos do Nube

www.nube.com.br


Pix completa seis meses e deve ganhar força entre os pequenos negócios

Taxa de crescimento média, com pagamento para empresas, é de 57,5% ao mês


Com seis meses de funcionamento, o Pix deve conquistar mais ainda os donos de micro e pequenas empresas. Com o anúncio de novas funcionalidades, o Banco Central aposta na maior adesão das empresas ao meio de pagamento instantâneo. No último dia 14, mais uma funcionalidade foi lançada com o Pix Cobrança, que permite gerar faturas com data de vencimento para pagamentos por meio de um QR Code que possibilita o cálculo automático de multas, juros ou até desconto por pagamento antecipado. Desde o lançamento do Pix, o Sebrae tem acompanhado a evolução do sistema e disseminado os benefícios para os pequenos negócios.

Para a analista do Sebrae Cristina Araújo, o balanço do funcionamento do Pix tem sido positivo. “As facilidades prometidas pelo Banco Central desde novembro do ano passado se tornaram realidade ao se confirmar, na prática, por meio da sua usabilidade. A disponibilidade por 24h por dia, a velocidade das transações, a conveniência para pagamento, seja por QR Code ou Chave Pix, são benefícios que, ao final do dia, no fechamento do caixa, contribuem para que o empreendedor tenha condições de tomar decisões mais assertivas para o negócio”, destacou.

O Banco Central calcula que mais de 83,5 milhões de pessoas, incluindo os empreendedores individuais (MEI), e em torno de 5,5 milhões de empresas estejam utilizando a tecnologia do Pix, totalizando 237,3 milhões de chaves Pix cadastradas nas mais de 750 instituições habilitadas para ofertar o serviço, entre elas bancos tradicionais, fintechs, instituições de pagamento e cooperativas de crédito.

Desde novembro, o número de transações envolvendo o Pix é crescente não só entre pessoas, como também envolvendo as empresas. Dados de abril apontam que a taxa de crescimento média, envolvendo o pagamento de pessoas para empresas, é de 57,5% ao mês.

De acordo com a analista do Sebrae, a agenda evolutiva do Pix prevista para este ano traz boas perspectivas para uma adesão ainda adesão das MPE. Segundo ela, as melhorias incluem a possibilidade de saque e troco em estabelecimentos comerciais, a realização de operação sem necessidade de internet (offline), pagamento por aproximação, disponibilidade de mecanismo especial de devolução para casos de suspeitas de fraudes e falhas operacionais.


Pagamento do Simples via Pix

Na semana passada também foi anunciado que as MPE que se enquadram no regime tributário do Simples Nacional podem pagar suas contribuições por meio do Pix. A expectativa é que mais de 16 milhões de empreendedores sejam beneficiados. Para fazer o pagamento do Simples com Pix, basta retirar o Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) online, que virá com um QR Code. Em seguida, o contribuinte abre o aplicativo da instituição que é registrado, escolhe a função Pix, faz leitura do código QR Code com a câmera do celular e o processo é iniciado. O pagamento instantâneo também estará disponível para quem está renegociando dívidas e precisa pagar as parcelas do Simples.

 

O impacto da experiência do colaborador na Saúde Mental


A experiência do cliente é algo levado a sério por qualquer empresa que queira manter a competitividade em tempos de crise. No entanto, para quem não é da área de Recursos Humanos pode ser muito difícil associar um colaborador a um cliente, mas isso é algo que precisa ser feito se as empresas quiserem continuar crescendo.

Mas essa experiência não pode mais estar restrita à oferta de benefícios atraentes ou salário acima da média. Para, de fato, conseguir uma equipe altamente engajada, é necessário personalizar a experiência do colaborador, cujas prioridades já não são mais as mesmas de antes da pandemia.

Se antes das mudanças ocasionadas pela crise, os profissionais buscavam um retorno financeiro compatível com seu estilo de vida na hora de procurar uma recolocação, com o surgimento de novos modelos de trabalho que forçaram um distanciamento social, a saúde mental passou a estar no topo das escolhas pessoais e profissionais.

Um estudo feito pelo Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde da FGV em parceria com o Institute of Employment Studies (IES) entre junho e agosto de 2020 mostrou o impacto do home office na saúde mental dos profissionais. 45,63% dos trabalhadores apresentaram baixos níveis de bem-estar e saúde mental e apenas 15,9% alegaram ter recebido suporte das empresas para trabalhar em casa.

Um outro estudo, da Vittude, uma empresa de psicologia online e saúde emocional corporativa, em parceria com a Opinion Box, revelou que as razões podem ter sido justamente a sobrecarga de funções. 33% dos respondentes disseram ter acumulado funções e outros 32% viram o nível de concentração e foco piorarem após as medidas de isolamento.

Longe de colocar o home office como o vilão da história, é urgente que as empresas repensem a experiência dos colaboradores dentro dos novos modelos de trabalho, que não devem retroceder. A falta de equilíbrio entre vida pessoal e profissional não pode mais se tornar um hábito entre os adeptos desse regime.

Oferecer uma experiência, contudo, não se restringe apenas ao processo de recrutamento. Essa deve ser uma jornada contínua, sem prazo de validade e abranger todo o ciclo de vida do colaborador. É fato que não existe uma receita de bolo pronta para todas as empresas, pois cada uma tem suas próprias particularidades, e são essas diferenças que tornam a análise de métricas e KPIs ainda mais importantes.

Mas quais dados são importantes e o que medir? Apesar de parecer clichê, toda ação empregada revela traços da personalidade e comportamento, desde um simples registro de ponto e controle de frequência até os feedbacks e pesquisas de clima.

Automatizar todas as etapas da jornada do colaborador pode trazer insights importantes que, certamente, contribuirão para identificar problemas antes que se traduzam em afastamentos ou demissões.

Mas, ao mesmo tempo em que é necessário obter um controle das ausências, absenteísmo, licenças médicas e faltas, é também muito importante utilizar as tecnologias como solução e não apenas diagnóstico. Elas podem e devem ser utilizadas para promover o engajamento, a troca de ideias e encorajar uma comunicação transparente entre líderes e colaboradores.

A tecnologia se tornou parte da sobrevivência das empresas e no RH é essencial, mas as conexões humanas não podem desaparecer. É preciso encontrar um equilíbrio entre o uso da tecnologia e as relações pessoais para que os avanços obtidos pela transformação digital não resultem em um retrocesso na Gestão de Pessoas.

 


Paulo Oliveira, gerente de marketing da Apdata


Pandemia muda relações de trabalho

Empresas se preparam para evitar conflitos com o retorno às atividades presenciais


O prolongado distanciamento social, que impôs o teletrabalho a muitas empresas mudará de forma definitiva as relações de trabalho no Brasil. Segundo o especialista em RH e psicólogo especializado em Crises e Emergências, Alexandre Garrett, muitas práticas nada saudáveis do período pré-pandemia não serão mais aceitas com a retomada do trabalho presencial ou a adoção do modelo híbrido. “O home office mostrou a muita gente que é possível trabalhar sem as cobranças excessivas e o assédio moral de alguns líderes. Isso, somado aos benefícios de trabalhar em casa, como o maior contato com a família, mudou a forma como as pessoas enxergam o ambiente corporativo”, explica Garrett.

Quando essas pessoas retornarem ao trabalho, diz o especialista, estarão menos tolerantes a comportamentos inadequados. E as empresas já estão atentas à necessidade de rever suas políticas de compliance. “Será necessário um trabalho árduo com líderes que têm um histórico de cobranças mais duras. As pessoas serão menos tolerantes com esses tipos de comportamento e os conflitos resultantes podem desestabilizar a equipe como um todo”, completa.

Garrett conta que as relações de trabalho serão mais saudáveis nas empresas que se planejam para a retomada das atividades presenciais. “Muitas já estão atuando em conjunto com psicólogos para formular políticas de readequação. Podemos esperar, a partir de uma colaboração conjunta, melhorias nas condições de trabalho”, diz.

Home office mudou a forma como as pessoas
enxergam o ambiente corporativo

Freepik


O distanciamento natural entre os membros da equipe, outro efeito colateral do home office, está fazendo as empresas a criarem estratégias para readequar seus colaboradores quando a vacinação avançar e as atividades presenciais retornarem. “É certo que muitas companhias vão manter o esquema híbrido, mas a volta ao ambiente físico vai exigir atenção especial para reintegrar esses funcionários que ficaram tanto tempo longe do convívio com os colegas e líderes”, afirma o especialista.

Segundo Garrett, é preciso tratar esse retorno como um processo de integração à equipe. “O tratamento deve ser bem semelhante ao adotado quando um membro da equipe é contratado. Tanto tempo de isolamento muda as pessoas, então, de certa forma, é como se todos estivessem se conhecendo pela primeira vez”, diz.

Uma pesquisa feita pela empresa de videoconferência Zoom mostrou em números que a preocupação das empresas com o modelo híbrido é válida. Segundo o levantamento, 53% dos brasileiros entrevistados se preocupam com a falta de conexões pessoais e 49% com a falta de materiais e recursos de escritório no modelo de trabalho híbrido.

Outras preocupações dos brasileiros se referem a rotinas de trabalho irregulares e dificuldade de contato com outras equipes e departamentos. “Apesar dessas observações, 70% dos brasileiros consultados disseram que pretendem usar recursos virtuais e presenciais para desempenhar suas funções. As empresas devem, portanto, se organizar para poder se enquadrar nas novas formas de trabalho que devem ser implantadas quando for seguro retornar ao ambiente físico”, diz.

 


Alexandre Garrett - psicólogo especializado em Crises e Emergências e RH

 

terça-feira, 18 de maio de 2021

Inatividade física durante a quarentena piorou a saúde de mulheres entre 50 e 70 anos, aponta estudo


(foto: acervo dos pesquisadores)

Exames feitos por pesquisadores da USP após as primeiras 16 semanas de confinamento indicam perda de força muscular e de condicionamento aeróbio, bem como aumento dos níveis sanguíneos de colesterol e hemoglobina glicada – dois fatores de risco para distúrbios metabólicos 

 

 Em estudo feito com 34 mulheres entre 50 e 70 anos, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) mediram de forma objetiva o impacto à saúde causado pela queda no nível de atividade física durante a quarentena imposta pela COVID-19. Testes feitos após as primeiras 16 semanas de confinamento apontaram piora no estado geral de saúde das voluntárias, incluindo perda de força muscular e condicionamento aeróbio, bem como aumento dos níveis sanguíneos de colesterol e hemoglobina glicada – dois fatores de risco para distúrbios metabólicos.

Os resultados completos da pesquisa, apoiada pela FAPESP, foram divulgados na revista Experimental Gerontology.

“Importante ressaltar que essas mulheres já eram consideradas fisicamente inativas antes do início da pandemia, ou seja, não tinham uma rotina estruturada de exercícios. E com o confinamento elas passaram a se movimentar ainda menos, pois deixaram de fazer atividades como passear com o cachorro ou no shopping, brincar com os netos, caminhar até o ponto de ônibus ou até o trabalho”, explica Carlos Bueno Junior, professor da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP-USP) e um dos autores do artigo.

Idealizada antes da pandemia, em parceria com a professora da EEFERP-USP Ellen de Freitas, a pesquisa tinha como objetivo original avaliar o efeito de diferentes programas de treinamento físico em grupos de voluntários com perfil variado. Uma primeira bateria de exames foi feita com mulheres entre 50 e 70 anos em fevereiro de 2020, antes de iniciar a intervenção.

Foram avaliados parâmetros como peso, índice de massa corporal (IMC), percentual de gordura corporal, circunferência abdominal, pressão arterial, força de preensão manual (medida com um dinamômetro, aparelho que se aperta com as mãos) e perfil alimentar (por meio de questionário). Para avaliar a capacidade cardiorrespiratória, as voluntárias foram submetidas a um teste de caminhada com duração de seis minutos. Por último, foram coletadas amostras de sangue por meio das quais os pesquisadores analisaram o perfil de células brancas e vermelhas, os níveis de colesterol, as taxas de glicemia, insulina e hemoglobina glicada (exame capaz de indicar o risco de diabetes do tipo 2).

“A ideia era reavaliar as participantes após o término do protocolo de exercícios, mas com a pandemia o planejamento inicial tornou-se inviável. Decidimos então adaptar o projeto para avaliar os efeitos das mudanças sociais causadas pela COVID-19 nos parâmetros de saúde da população, principalmente no contexto do envelhecimento. Já tínhamos as medidas iniciais e refizemos os testes após as primeiras 16 semanas de confinamento, seguindo todos os protocolos para evitar a contaminação”, conta Bueno Junior à Agência FAPESP.

A pesquisa contou com a participação dos estudantes de mestrado João Ribeiro de Lima e Gabriela Abud.


Resultados

A segunda bateria de exames não revelou alteração em parâmetros como peso, IMC, percentual de gordura corporal e circunferência abdominal. Porém, registrou-se, em média, um aumento de 39,8% na taxa de insulina, 9,7% na de hemoglobina glicada e 1,3% na de glicemia (valor considerado não significativo). O nível de colesterol total aumentou 8% e houve queda significativa (10%) na porcentagem de plaquetas no sangue – fenômeno cujas causas e implicações ainda estão sendo investigadas.

O teste de preensão manual indicou uma redução de 5,6% da força muscular. Já o teste de caminhada indicou perda de 4,4% da capacidade aeróbia.

“Alguns desses parâmetros, como força muscular e capacidade aeróbia, já estavam aquém do ideal para a idade em razão do estilo de vida das voluntárias. O estudo mostra que, no contexto da pandemia, algo que já estava ruim ficou ainda pior. Aumentou o risco de desenvolver doenças crônicas e, para aquelas que já tinham problemas cardiovasculares ou metabólicos, houve um agravamento do quadro”, comenta Lima.

Segundo Abud, por meio do questionário, foi possível concluir que não houve piora no padrão alimentar após o início do confinamento e, portanto, os prejuízos à saúde observados na pesquisa devem ser atribuídos principalmente à queda na movimentação corporal.

“Muitas dessas mulheres trabalhavam fora antes da quarentena e tinham uma rotina agitada, embora não praticassem atividade física regular. Algumas relataram se sentir mais estressadas em consequência do confinamento e isso também pode ter contribuído para a piora no estado geral de saúde”, afirma Abud.

Na avaliação dos pesquisadores, os resultados deveriam servir de alerta para os governantes e para a sociedade em geral. “Com apenas 16 semanas já foi possível notar mudanças significativas em alguns dos parâmetros avaliados e, com o prolongamento da crise sanitária, as implicações para a saúde tendem a se tornar cada vez maiores. É preciso pensar em maneiras de promover a atividade física com segurança durante esse período”, defende Lima.

Para Bueno Junior, a prática de atividade física durante o período de isolamento social é fundamental não só para a saúde física como também psicológica. “Uma das propostas é a prática de exercícios em casa, com auxílio de plataformas virtuais. Mas no caso de idosos ou de pessoas com limitações físicas é importante haver algum tipo de orientação profissional personalizada durante o treino, pois o risco é maior”, diz.

De acordo com Lima, os resultados da pesquisa evidenciam que, além do tempo dedicado à prática de exercícios físicos, o que as pessoas fazem no restante do dia também é importante e deve ser avaliado. “Muitos acham que porque fizeram uma hora de academia estão liberados para comer qualquer coisa ou para ficar sentado o resto de suas horas livres vendo TV. Mas não é bem assim. É fundamental diminuir o sedentarismo, que é o tempo em que se permanece sentado ou deitado”, afirma.

O artigo Effects of the COVID-19 pandemic on the global health of women aged 50 to 70 years pode ser lido em https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0531556521001248?fbclid=IwAR19nvk4Pg-4--kfBgRk70YGGqJFHa4ts5NFArRKqRr8tXcUvozGzDZwUns#!.
 

 


Karina Toledo

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/inatividade-fisica-durante-a-quarentena-piorou-a-saude-de-mulheres-entre-50-e-70-anos-aponta-estudo/35883/


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