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terça-feira, 28 de novembro de 2017

Diabéticos precisam ter atenção redobrada com a pele





 Hidratação está entre os cuidados necessários com a pele (Marcelo Matusiak)



Os cuidados que os pacientes de diabetes precisam tomar vão além do controle da sua glicemia. A doença exige também atenção à sua pele que, devido à interferência na microcirculação e inervação, induz dificuldades de cicatrização e hidratação, além de aumentar o risco de traumatismos, facilitando o surgimento de doenças, conforme destaca a presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção RS (SBD-RS), Clarissa Prati.

- Estes pacientes têm risco maior de desenvolver infecções bacterianas e fúngicas. Por isso, a primeira medida é o tratamento da própria diabetes, estar com a glicemia estável – esclarece Clarissa.

A hidratação da pele toda e principalmente de pernas e pés, e higienização e secagem adequadas contribuem para evitar o desenvolvimento de complicações. A presidente da SBD-RS explica que secar bem entre os dedos dos pés é muito indicado, pois os portadores de diabetes podem evoluir com infecções fúngicas nesta área, frequentes portas de entrada para uma complicação mais grave, cuja recuperação vai ser mais lenta.

Além disso, a doença também interfere na saúde dos pequenos nervos da pele, contribuindo para uma sensibilidade menor, desta forma, os pacientes podem traumatizar as extremidades com maior facilidade. A dica da dermatologista é olhar sempre dentro dos calçados a procura de objetos que possam machucar, além de utilizar meias sem muitas costuras.



Francine Malessa





Piscar descontroladamente pode ser sintoma de blefaroespasmo



Blefaroespasmo atinge, na maioria dos casos, pessoas acima dos 56 anos com predominância nas mulheres: a cada 3 mulheres, apenas 1 homem é acometido


Piscar é um ato natural e saudável.  Em média, uma pessoa pisca entre 15 e 20 vezes por minuto. Sim, é bastante. Tanto que chegamos a ficar com os olhos “fechados” cerca de 10% do tempo em que estamos acordados. O piscar tem duas funções principais: lubrificar os olhos e nos proteger de algo que possa ameaçá-los. Poeira, por exemplo, ou uma mão que se aproxima.

Só que, algumas pessoas – especialmente aquelas acima de 56 anos – podem sofrer com uma condição caracterizada por piscar descontroladamente, chamada de blefaroespasmo essencial, uma distonia focal rara, com uma incidência entre 16 e 133 casos a cada 1 milhão de pessoas. O blefaroespasmo é tão raro, que estudos feitos nos Estado Unidos apontam que os pacientes chegam a visitar quatro médicos antes de conseguir o diagnóstico final.  


Início insidioso
 
Segundo a Dra.Tatiana Nahas, oftalmologista, especialista em cirurgia de pálpebras e Chefe do Serviço de Plástica Ocular da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, o blefaroespasmo é caracterizado por contrações espasmódicas bilaterais dos músculos ao redor dos olhos, especificamente da musculatura que controla o movimento da pálpebra e dos cílios. “Essas contrações, que são chamadas de espasmos, fazem com que as pálpebras se fechem”, explica.

O blefaroespasmo, geralmente, começa com um simples piscar continuado, mas pode se arrastar por dias ou até mesmo por semanas, afetando a qualidade de vida da pessoa. Se não tratado, o blefaroespasmo irá evoluir para a chamada cegueira funcional”, diz Dra. Tatiana. 


Genética e estresse são algumas causas
 
A causa exata do blefaroespasmo permanece desconhecida. Entretanto, alguns estudos apontam que a genética é importante, já que é comum encontrar membros de uma mesma família que desenvolveram a condição. Além disso, eventos estressantes, como morte de cônjuge, perda de emprego, infidelidade conjugal, problemas financeiros, entre outros, estão ligados ao desencadeamento do blefaroespasmo.


O que a pessoa sente?
 
No início, o paciente poderá relatar aumento da frequência ou duração do ato de piscar, assim como dificuldade de manter os olhos abertos. A maioria dos pacientes irá apresentar uma produção de lágrimas deficiente. Isso leva a irritação dos olhos e, consequentemente, a piora dos espasmos. Um estudo mostrou que no início do quadro, mais da metade dos pacientes com blefaroespasmo apresenta queixas oftalmológicas de irritação, fotofobia (sensibilidade à luz), olho seco ou sensação de corpo estranho.

“Nota-se que ao longo de algumas semanas, os espasmos ficam cada vez mais frequentes e, com isso, pode surgir a cegueira funcional que leva a outras situações como isolamento social e incapacidade para o trabalho. O comprometimento das atividades da vida diária, como dirigir, ver TV, ler ou sair de casa sozinho é importante em pessoas com blefaroespasmo”, comenta Dra. Tatiana.

Outro ponto é que a ação constante de forças oponentes, ou seja, entre os músculos que abrem e os que fecham as pálpebras, pode causar várias alterações palpebrais, como ptose, ectrópio e entrópio, por exemplo.


Diagnóstico diferencial
 
Para fechar o diagnóstico do blefaroespasmo, o médico oftalmologista irá realizar diversas avalições e solicitar exames, inclusive neurológicos. O blefaroespasmo pode ser secundário, ou seja, ser uma comorbidade de outras doenças oftalmológicas, como síndrome do olho seco, entrópio espástico, triquíase, blefarite, uveíte, catarata subcapsular, entre outras condições.


Tratamento pode ser feito com toxina botulínica
 
Um dos tratamentos mais efetivos para o problema é o uso de toxina botulínica. A substância é injetada nos músculos afetados para enfraquecê-los e bloquear os impulsos nervosos que levam a essa contração ininterrupta. “Geralmente, é preciso repetir o procedimento a cada três ou quatro meses”, diz a Dra. Tatiana.

Nem todos os casos respondem ao tratamento com a toxina botulínica. Para estes, é recomendada a cirurgia. “Uma das opções cirúrgicas – há várias - é remover toda a musculatura da pálpebra superior e parte da pálpebra inferior. Essa técnica é chamada de miectonia limitada. Ela melhora os aspectos funcionais e os estéticos do paciente”, completa a médica.

“É importante ressaltar que embora raro, o blefaroespasmo representa um importante fator de risco para a cegueira funcional, afeta a qualidade de vida e a execução de atividades diárias, como sair de casa, cozinhar, ler, etc. Mas, o tratamento reverte essa condição. Quanto mais cedo for feito, melhor será o resultado”, conclui Dra. Tatiana.





Você já ouviu falar em Doença de Graves e de hipertireoidismo?



Também conhecida por bócio difuso ou doença de Basedow-Graves, é uma doença autoimune, que leva a uma anomalia no funcionamento da tireóide. Caracteriza-se pela presença de hipertireoidismo, bócio, oftalmopatia e, em certas ocasiões, dermopatia infiltrativa ou mixedema pré-tibial, que é um inchaço endurecido, não doloroso na extremidade das pernas. Também é a única forma de hipertireoidismo que apresenta como sintoma irritação nos olhos e pálpebras, além das manifestações mais comuns.

Segundo a endocrinologista, Dra. Amalia Lucy, "em sua forma mais suave, não apresenta sintomas facilmente diagnosticáveis ou apenas distúrbios como fraqueza ou sensação de desconforto. Entretanto, em seu aspecto mais grave, pode levar à osteoporose, arritmias cardíacas e até matar. Há também o risco de a disfunção afetar a gravidez ou a fertilidade feminina. Ocorre um aumento no volume da tireoide durante o hipertireoidismo, o que também pode ser associado a outros sintomas", explica. 

É mais comum em mulheres entre as idades de 20 a 40 anos, mas os homens também podem apresentar essa condição. "Pessoas com hipertireoidismo leve e idosos podem não ter qualquer sintoma. As manifestações mais comuns são: sensação de calor, aumento da transpiração, fraqueza muscular, mãos trêmulas, batimentos cardíacos acelerados, cansaço/fadiga, perda de peso, diarreia ou evacuações frequentes, irritabilidade, ansiedade, problemas dos olhos, irregularidade menstrual e infertilidade", destaca.

A Dra. Amália ressalta destaca que o diagnóstico depende da história clínica, de um exame físico detalhado e de exames de sangue para medir os níveis hormonais e anticorpos sanguíneos. “Quando há suspeita de nódulos um exame de ultrassonografia ajuda a determinar a forma e o tamanho da glândula e confirmar/ caracterizar as nodulações. Em seguida, para determinar o tipo de hipertireoidismo, pode ser solicitado um exame de captação de iodo radioativo para medir o quanto da substância a tireoide ou o nódulo está captando do sangue. ", diz.

"Precisamos estar atentos a outras causas de aumento dos hormônios da tireoide, entre elas alguns remédios para emagrecer, gravidez molar e certos tipos de tumores não tireoideanos, uma vez que podem simular um quadro semelhante ao da doença de Graves, mas tem um tratamento diferente.
A doutora conclui que o tratamento da doença de Graves pode ser feito de três maneiras:

- Uso de medicamentos antitireoidianos, que irão diminuir a produção de hormônios da tireoide e de anticorpos que atacam essa glândula;

- Uso de iodo radioativo, que causa destruição das células da tireoide, o que acaba diminuindo a sua produção de hormônios;

- E em casos reservados a cirurgia, que remove a tireoide para interromper o processo imunológico causador da doença, sendo feita em pacientes com doença ocular muito ativa, nódulos suspeitos ou doença grave na gravidez.






Amália Lucy Querino - Clínica geral e endocrinologista. Professora da Faculdade de CIências Médicas IPEMED
Consultório IpanemaRua Visconde de Piraja, 414, sala 306
Tel: 2521-2232 - 99627-6362

Consultório BarraAmericas Medical City, Av. Jorge Curi, 550, Sala 255
Tel: 2284-0649

LinkedIn: Amália Lucy Querino





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