– Dia Mundial do Diabetes é lembrado
em 14 de novembro e chama atenção para a necessidade do controle adequado da
doença –
Uma
epidemia – é desta maneira que a Federação Internacional de Diabetes (IDF)
define a abrangência atual do diabetes ao redor do mundo. A Organização Mundial
da Saúde (OMS) estima que a população mundial com diabetes esteja acima de 380
milhões de pessoas, e deverá atingir mais de 470 milhões até 2035. “O mundo
está enfrentando uma epidemia sem precedentes de diabetes”, confirma David
Cavan, diabetologista diretor de políticas e programas da IDF31.
Só
no Brasil estima-se que existam 14,25 milhões de portadores da doença, sendo
que um a cada dois adultos diabéticos ainda não está diagnosticado2 3.
Neste 14 de novembro, quando se celebra o Dia Mundial do Diabetes, a Sanofi
preparou um guia com dez mitos e verdades a respeito da doença, já que a
educação é parte fundamental do tratamento do diabetes.
“O
fato é que o paciente leva um tempo até conseguir compreender e se adaptar à
nova condição crônica”, avalia a endocrinologista Denise Franco, pesquisadora
do Centro de Pesquisas Clínicas (CPClin) e coordenadora do departamento de
Novas Terapias da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). “Mas, uma vez que se
adapte à nova rotina, tudo fica mais fácil”.
Precisar tomar insulina é o último
recurso e significa que minha doença é grave.
MITO. Assim como acontece em qualquer problema de saúde
crônico, como é o caso do glaucoma e da asma, por exemplo, muitas vezes o
paciente precisa fazer uso de uma medicação de modo contínuo – é para isso que
servem os colírios para baixar a pressão ocular e a “bombinha” do asmático.
Quando o corpo não dá conta de equilibrar o nível de açúcar no sangue sozinho,
algumas pessoas diabéticas precisam recorrer à insulina, um hormônio que ajuda
nesta função. Isso não significa, necessariamente, que a doença tenha atingido
um alto grau de gravidade. Significa, apenas, que o paciente poderá contar com
a ajuda de um medicamento que vai controlar a doença, retardando, deste modo,
por muitos anos, as complicações crônicas do diabetes.
O diabetes pode até ser uma doença
grave, mas a Aids, por exemplo, matou mais pessoas nos últimos anos.
MITO. Um estudo publicado pela revista científica
britânica The Lancet aponta que o diabetes tem matado mais do que a Aids/HIV
nos últimos anos. A estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que
cerca de 1 a 5 milhões de pessoas morreram, só em 2012, vitimadas pela doença4.
A hipoglicemia pode matar.
VERDADE. A hipoglicemia é um dos sintomas que mais causam
medo nos pacientes com diabetes. Se ela ocorre durante a noite, enquanto o
paciente está dormindo, pode não ser percebida. E, sem uma intervenção rápida,
um quadro de hipoglicemia pode até ser fatal. Entre os sintomas de hipoglicemia
estão sensação de fraqueza ou fome, tontura, tremor, palpitação, sudorese,
alterações da visão e até perda da consciência5.
Só aplicar a insulina é suficiente
para o controle do diabetes.
MITO. Para que o controle ideal do diabetes aconteça, é
preciso que o paciente também invista em uma alimentação balanceada e na
prática de atividade física regular, além do controle da glicemia e o uso
medicação prescrita de forma contínua. Além disso, há uma preocupação por parte
do Ministério da Saúde em estimular que se torne prioridade a perda de peso,
entre os obesos, como forma de se obter mais qualidade de vida. Até porque,
estudos apontam que são essas as únicas formas de se reduzir as complicações do
diabetes.
Diabéticos que não controlam os
índices glicêmicos têm mais chances de sofrer ataque do coração e derrames.
VERDADE. O estudo6 UK 1994 Prospective Diabetes
Study – UKPDS mostrou que a chance de morte prematura é maior nos diabéticos
que não controlam a doença adequadamente. Além disso, a falta de controle
glicêmico de quem tem diabetes pode levar a complicações crônicas decorrentes
da hiperglicemia, como alteração na visão, problemas renais, neuropatia
diabética, insuficiência cardíaca e infarto agudo do miocárdio. No entanto, a
evolução da doença pode ser modificada se, desde o início, o paciente realizar
mudanças em seu estilo de vida.
Ter repetidos episódios de
hipoglicemia não traz maiores consequências além de desconforto físico.
MITO. Estudos mostram que os episódios frequentes de
hipoglicemia aumentam em quatro vezes o risco de a pessoa desenvolver uma
doença cardiovascular, além de levar à diminuição da função mental e até à
demência.
Quase metade dos brasileiros
portadores de diabetes mellitus tipo 2 não sabem que têm a doença.
VERDADE. Diabetes do tipo 2 é mais prevalente entre os
diabetes. Está presente em 90% a 95% dos casos. Mesmo assim, de acordo com o
Estudo de Prevalência do Diabetes Mellitus, no Brasil, coordenado pelo
Ministério da Saúde, existem 46,5% de portadores do DM tipo 2, em todo o País,
que desconhecem ter a doença. Esses brasileiros estão sem diagnóstico e sem
tratamento7.
O diabetes mellitus tipo 2 pode não
apresentar sintomas.
VERDADE. Especialmente no início, quando ainda existe uma
considerável produção de insulina, é comum que o diabetes mellitus tipo 2 cause
pouco ou nenhum sintoma. “Já o diabetes tipo 1 pode ter um início dramático, se
sintomas como urinar muito, tomar muita água e emagrecer sem deixar de se
alimentar não forem reconhecidos a tempo”, explica a endocrinologista Rosângela
Réa, do Paraná.
O tratamento com insulinas envolve
sempre mais de uma aplicação por dia.
MITO. Cada caso deve ser avaliado pelo médico, que vai
prescrever os medicamentos e as posologias adequadas àquele paciente. Mas,
graças à oferta de novos medicamentos pela indústria farmacêutica, quem tem
diabetes passou a contar com mais opções de tratamento. Recentemente foi lançada
no Brasil a insulina glargina de última geração U300, indicada para o
tratamento do diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2 em adultos. A insulina glargina
U300 proporciona ao paciente efeito estável e prolongado de controle do nível
glicêmico, para além de 24 horas8 9. Trata-se de um aliado poderoso,
por exemplo, nos casos de diabetes mellitus tipo 1, quando, no geral,
recomenda-se a associação de uma insulina de ação lenta, como a insulina
glargina U300, e outra de ação rápida, junto com as refeições. Já em pacientes
de diabetes tipo 2, é possível realizar o tratamento apenas com uma insulina
glargina de última geração.
A obesidade na infância pode
levar ao diabetes mellitus na adolescência.
VERDADE. O diabetes mellitus em adolescentes tem sido
atribuído às elevadas taxas de obesidade na infância e na adolescência que, por
sua vez, estão relacionadas ao crescente sedentarismo e hábitos alimentares
ricos em calorias e gorduras. Além disso, segundo afirma a Sociedade Brasileira
de Diabetes, estudos recentes feitos em adolescentes com diabetes mellitus tipo
2 mostraram que o efeito do diabetes e da obesidade tem grande influência no
sistema vascular, aumentando a rigidez dos vasos. Com isso, os pesquisadores
alertam que o tipo 2, quando desenvolvido precocemente, é mais agressivo do
ponto de vista cardiovascular do que em adultos.
Referências
bibliográficas
Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2015) ; www.diabetes.org.br/images/2015/area-restrita/diretrizes-sbd-2015.pdf. Acessado em maio de 2016.
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atualizada em 2015. Disponível em http://www.idf.org/diabetesatlas. Data de acesso : maio
de 2016.
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Diabetes, Clinical Diabetes 2008 ; 77-82.
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6, 2016. http://www.thelancet.com/pdfs/journals/lancet/PIIs0140-6736(16)00618-8.pdf. Acessado em maio de 2016.
McCall AL. Insulin therapy and hypoglycemia.
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10.1016/j.ecl.2012.03.001. Epub 2012 Apr 17.
Review.PubMed PMID: 22575407; PubMed Central PMCID: PMC4265808.
UK Estudo Proespective Diabetes
(UKPDS). XI: fatores de risco bioquímicos em pacientes diabéticos tipo 2 no
momento do diagnóstico em comparação com indivíduos normais de idade; Manley
SE, Meyer LC, Neil HAW, Ross é, Turner RC, Holman RR; Diabetic Medicine 1994;
11; 534-544, Publicado: Jul-1994 PMID: 7955969, doi: 10,1111 /
j.1464-5491,1994.tb02032.x; https://www.dtu.ox.ac.uk/ukpds. Acessado em maio de 2016.
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com doença crônica: diabetes mellitus; Ministério da Saúde, Secretaria de
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n.36
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2014;17(3): 254-60
Sanofi