Especialista dá
dicas para os pais auxiliarem os filhos nesse processo que marca uma nova
realidade social da vida familiar.
Está chegando o período de volta às aulas na
maioria das escolas do Brasil. Trata-se de um momento marcante para a vida dos alunos, de veteranos a iniciantes –
crianças que, pela primeira vez, vão encarar o momento mágico da vida escolar. Pais e escolas têm papel fundamental
para ajudar na adaptação dos pequenos.
“Para os novos alunos da Educação Infantil a
escola é, inicialmente, um espaço novo e desconhecido, com um professor que não
faz parte do seu círculo de relacionamento”, esclarece Lady Christina Sabadell,
diretora geral da Escola Bilíngue Pueri Domus. “Ir para a escola significa
separar-se de pessoas conhecidas e de ambientes seguros. Isso gera insegurança
natural, intensificando a dependência dos pais. A criança precisa de um tempo
para conhecer e aceitar a escola, adquirindo confiança nela”, conta a diretora,
que é pedagoga e psicopedagoga com mais de 30 anos de experiência em educação.
É fundamental as escolas oferecerem períodos
de adaptação especial, que variam de
criança para criança e, geralmente, costumam se resumir à primeira semana de
aula. No caso do Pueri Domus, o horário de entrada e saída bem como o de
permanência é diferenciado: duas horas nos dois primeiros dias, três no
terceiro e quarto e quatro horas no quinto dia. “Queremos, com isso, que os
novos alunos se sintam mais seguros e tranquilos”, revela a diretora.
Além disso, é necessário um olhar cuidadoso e atento
por parte dos educadores para que percebam o que aproxima as crianças. Esse
tipo de ação contribui para a consolidação de vínculos afetivos e de vivência.
Desta forma se dá o exercício da convivência, quando pequenas ações ajudam a
criar relações entre as crianças e o efetivo processo de adaptação.
Dez dicas para a adaptação escolar
ser tranquila
A Escola Bilíngue Pueri Domus preparou um Guia
de Adaptação da Educação Infantil, com
várias dicas para os pais neste momento importante na vida da criança. Conheça algumas das principais
dicas do documento:
1. CONVERSE COM A CRIANÇA SOBRE A ESCOLA
Procure ouvir a criança sem demonstrar ansiedade
ou fazer um “questionário”. Conte o que vai acontecer enquanto estiverem na
escola. Mantenha a tranquilidade, falando menos e ouvindo mais.
2. DEMONSTRE SEGURANÇA, SEMPRE
Mostre firmeza na hora de deixar a criança na
escola, despedindo-se carinhosamente. Demonstre que gostaria que permanecesse
na escola, conhecesse sua classe, os novos amigos e aproveitasse o que lhe vai
ser oferecido. Afirme que irá esperar por ela na saída. Organize-se
especialmente nos primeiros dias, para que não atrase de forma alguma para
buscá-la. O período de adaptação, longo ou
breve, é importante tanto para seus filhos, como para os pais. É nesse momento
que a confiança na escola se estabelece para ambos. O papel da escola é o de
orientá-los e o dos pais, de cuidar e nos ajudar para que esse momento
importante seja seguro e tranquilo para a criança.
3. REFORÇO POSITIVO É IMPORTANTE
Não comente na presença da criança as atitudes
negativas dela na escola. Ao contrário, reforce o fato de ter ficado sem
chorar, mesmo que por pouco tempo, e ter trabalhado em classe.
4. A IMPORTÂNCIA DE ESTABELECER A ROTINA
A criança deve vir todos os dias à escola,
uniformizada e na hora marcada, respeitando horários de entrada e saída.
Deve-se evitar que, neste período, ela chegue com muita antecedência ou
permaneça além do horário de saída.
5. CHORAR É NATURAL
Nesse período,a maneira que a criança se expressa
para demonstrar seu desagrado frente a algo que o incomoda é o choro. Seja
firme, paciente e acredite que ela estará bem e que a separação nesta fase é um
processo necessário.
6. OBJETOS DE APEGO
Não é bom mudar a rotina da criança. Essa é a
primeira “grande” separação (mãe/criança) e, por isso, algumas delas necessitam
de um referencial que faça uma ponte casa/escola. Portanto, os objetos de apego
são bem-vindos (paninho, chupeta, ursinho, etc.). Depois da adaptação, aos poucos estes objetos vão sendo deixados de
lado.
7. TROCA DE INFORMAÇÕES
Toda adaptação gera
angústias e inseguranças, tanto em crianças como em adultos. É importante
manter um diálogo estreito entre pais e escola, para dar informações sobre a
criança e tirar dúvidas. Entre os recursos disponíveis
estão entrevista com a coordenação, breve com a professora nahora da saída,
trocar recados via agenda e reunião individual com a professora após o primeiro
mês de aula.
8. FORMAS DE EXPRESSÃO
Nessa faixa etária, as crianças, por ainda não
terem a linguagem verbal totalmente desenvolvida, expressam seu
descontentamento, angústia ou insegurança utilizando a linguagem corporal. Como
muitos estão na fase oral, período em que sentem a necessidade de levar à boca
tudo o que estiver ao seu alcance, eles não compreendem que mordidas, beliscões
e puxões de cabelo, machucam e causam dor. É provável que situações como essas
aconteçam nesse período, mesmo com a professora atenta. Quando isso ocorrer, os
pais são informados.
9. COMPORTAMENTO DIFERENTE
Neste início de ano escolar a criança poderá ter
oscilações no comportamento como: choro, medo, receio, falta de apetite,
alteração no sono, teste de limites, etc. Há necessidade de tempo para ajustes
entre escola, família e criança, o que é perfeitamente normal.
10. ADAPTAÇÃO A
UMA SEGUNDA LÍNGUA
Outra preocupação dos pais, principalmente para
as escolas bilíngues, é a adaptação a uma
segunda língua. Lady Christina Sabadell explica que a aprendizagem do inglês
acontece de forma progressiva, respeitando o ritmo de cada criança tanto na
primeira língua quanto na segunda. Ela ressalta ainda que a comunicação não
verbal e gestual e a linguagem corporal também são formas de expressão que são
levadas em consideração e permitem que o professor realize uma leitura do
comportamento da criança. “O contato com a segunda língua começa com palavras
soltas, músicas, rimas e brincadeiras. Essa forma de aprendizagem, pautada na
ludicidade e dentro de contextos significativos, dará sentindo ao processo
de input ao idioma para que ela ocorra com naturalidade”,
resume.