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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Você chora ao deixar seu filho na escola no primeiro dia de aula? Esse texto é para você


É muito comum e natural que a criança crie elevadas expectativas com relação ao início das aulas. É tudo muito novo, inclusive as relações interpessoais. No entanto, assim como somos inundados de sentimentos positivos quando passamos por esse ciclo de nossas vidas, diversos pontos negativos também se fazem presente na vida de quem irá passar por essa situação pela primeira vez. O psicólogo Wilton Batista Cabral, do Hapvida, explica como devemos lidar com essa experiência.

"Para lidar com o primeiro dia de aula dos filhos, é importante que os pais se mantenham tranquilos, buscando demonstrar que está tudo bem. Isso pode ser facilitador para o professor que irá receber seu filho. O medo é importante para a sobrevivência, mas nesse caso é importante a demonstração de confiança no processo da experiência vivenciada por todos os envolvidos. Acredite, a criança está observando você e seus sentimentos, podendo corresponder conforme o que ele está observando", alerta o especialista.

Além disso, os pais, segundo Wilton, podem se sentir um pouco incomodados com as mudanças de rotina, principalmente se for o primeiro ano letivo do filho. Mas isso faz parte do processo de adaptação da nova rotina e cada um vai vivenciar esse processo de forma diferente. "Mas se esse incômodo chegar a níveis muito altos, o importante é procurar ajuda profissional de um psicólogo", completa.

Para identificar esses sintomas e amenizá-los, é importante que a pessoa esteja atenta para diferenciar uma aparente tristeza passageira de uma situação de tristeza profunda que esteja causando prejuízos importantes em seu dia a dia, assim como em seu meio social e familiar.

"Ocupar a mente com a leitura de um bom livro ou atividade física, pode ajudar, e muito no alívio dos sintomas, porém é importante lembrar que se esses sentimentos vêm causando incômodos pessoais e sociais. Podemos e devemos buscar ajuda terapêutica para passar por essa experiência da forma mais saudável possível", finaliza.


Uso inadequado de mochilas pode lesionar coluna das crianças


Ortopedista do HCor alerta para o uso incorreto e o peso excessivo das mochilas na volta às aulas; o ideal é que a bolsa não pese mais do que 10 e 15% do peso corporal da criança, tenha duas alças ou, preferencialmente, rodinhas


Com o retorno às aulas, volta também à atenção dos pais ao peso da mochila das crianças e dos adolescentes. Nesta época do ano os pais enfrentam o mesmo dilema: o que e como levar os materiais para a escola sem prejudicar os ombros e a coluna da meninada. O mau uso de mochilas pode ocasionar, além de problemas sérios na coluna, vários tipos diferentes de lesões nos ombros. Se não tratados adequadamente, podem levar a prejuízos para a vida toda, como desvio de postura e dores crônicas nas articulações.

Aquela lista imensa de materiais nem sempre é preciso ir todos os dias para a escola. As crianças podem até ter preguiça de arrumar a mochila diariamente, mas esta iniciativa, que deve ser supervisionada pelos pais, evita que elas carreguem peso extra, sem necessidade. Além disso, é preciso orientá-los quanto à forma correta de carregar, erguer ou retirar a mochila das costas. Ao primeiro sinal de dor, vale consultar o médico para uma avaliação mais detalhada.

Raphael Marcon, ortopedista do HCor (Hospital do Coração) explica que o peso pode afetar as articulações, influenciando no desenvolvimento dos pequenos. “As crianças podem sofrer sérios danos na coluna vertebral. O ideal é que a bolsa não ultrapasse 10% a 15% do peso da criança e que tenha duas alças, preferencialmente largas, para evitar a sobrecarga em apenas um dos ombros. Se for mochila de rodinha, o puxador tem de que ter uma altura suficiente para que a criança não curve o corpo”, orienta.


Evite problemas

Para eliminar a possibilidade de as crianças sofrerem com algum problema na coluna, o ortopedista do HCor lista algumas dicas que podem ajudar os pais na hora de arrumar a mochila dos filhos para a volta às aulas. Confira!


Tamanho ideal: a mochila não deve ficar abaixo da cintura. “Quanto mais baixa, mais sobrecarregados ficarão os ombros”, alerta Dr. Marcon. O ideal é que a bolsa fique um pouco acima da cintura, cerca de três dedos, aproximadamente.


Alças: na hora de escolher a mochila, prefira as que têm alças largas. Elas ajudam a distribuir melhor o peso. Além disso, é importante que a criança utilize as duas alças nos ombros firmemente ajustadas.


Rodinhas: se for inevitável levar diversos livros e cadernos todos os dias, o ideal é optar pelas mochilas com rodinhas. “Mesmo estes modelos merecem atenção. O puxador deve ficar na altura do punho da criança, isso evita que ela se abaixe para puxar a mochila”, ressalta o ortopedista.






Como lidar com autistas em sala de aula


O acesso de uma criança autista à escola é um direito garantido por lei. Mas para essa experiência seja realmente inclusiva, é importante que a escola e o educador estejam bem preparados e informados.

Tecnicamente o autismo hoje é chamado de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Ao tratar essa condição de saúde como “espectro”, a ciência evidencia o fato de que não existe um único tipo de autismo: ao contrário, há tantos níveis diferentes de comprometimento que sua manifestação em cada pessoa é tratada como única.
Em geral, entretanto, pessoas que se enquadram no espectro têm três importantes áreas do desenvolvimento humano afetadas : as habilidades socioemocionais, a atenção compartilhada e a linguagem. 


INFÂNCIA

Durante a infância, a manifestação mais evidente do autismo está no comportamento da criança. Ainda bebê, é possível notar alguns sinais, como por exemplo um olhar mais distante do que o habitual, uma certa apatia. Outro indicador é a criança se mostrar incomodada por algum som específico ou pelo toque de outra pessoa. O maior sinal, entretanto, é uma grande falta de interesse por situações sociais, em geral, uma vez que a socialização é a parte mais afetada


ROTINA

Para se sentir confiante a participar do ambiente escolar, a criança autista precisa que a escola estabeleça para ela sequências de ações, rotinas. É importante que o autista perceba cada parte da rotina. Grande parte dos autistas tem dificuldade de comunicação e, quando este é o caso, a escola pode trabalhar com os livros adaptados que, com figuras de rotinas e ações, ajudam o autista a se comunicar. Claro que há outros recursos e estratégias. Cada criança tem suas próprias características e necessidades. Um caso pode ser diferente do outro porque também há graus diferentes de autismo (leve, médio e moderado). O grau leve é mais difícil de detectar na infância e tem uma forma de lidar totalmente diferente dos níveis de comprometimento médio ou moderado. Existem escolas especiais para esta condição, mas o convívio em classes regulares deve ocorrer logo de início, mesmo que com menor tempo de permanência na escola. 


AMIZADES

O autista tem dificuldade em ter amizades, mas elas são importantes para ele. O problema, na verdade, é que ele não consegue compreender alguns aspectos que fazem parte dos laços de amizade. É comum que o autista mantenha pouquíssimos amigos em ambiente escolar ou de trabalho. Para que o autista tenha relações de amizade é preciso que sinta empatia, afinidade com a pessoa, que os laços de amizade sejam muito fortes. Mesmo assim, quando uma outra pessoa, com menor afinidade, entra em seu grupo de convívio, ele tende a se fechar, pois não consegue encontrar facilmente situações comunicativas com a pessoa "nova". Ele precisa conhecer e se acostumar com suas amizades. Embora a socialização seja difícil, o autista sente, dentro de si, a necessidade de convívio, especialmente no grau leve. Nos graus médio e moderado é importante a presença de amigos, mas o tipo de necessidade é um pouco diferente, pois as perspectivas sociais também são distintas. De qualquer forma, é de grande importância que o autista tenha amizades, porque ele precisa de convívio social. Apesar de ser difícil para ele, o autista precisa aprender como funcionam relações entre as pessoas e, sem as amizades, isso fica quase impossível. 


LIDANDO COM O PRECONCEITO

Grande parte das pessoas acaba tendo realmente preconceitos em relação ao autista por não saber lidar com aqueles comportamentos considerados estranhos. É importante ensinar o autista a lidar com situações diversas em relação às pessoas que o cercam, especialmente estas, com maiores preconceitos. Para ensinar, é preciso fazê-lo, primeiramente, entender o ponto de vista das pessoas. Muitas vezes, o autista vê o comportamento mas não entende o motivo de ele acontecer. Dependendo da situação, o autista nem percebe o preconceito. Uma grande dificuldade para quem está no espectro é a leitura de emoções e sentimentos. Para compreender e lidar com as situações, ele precisa aprender a ler sinais de emoção ou de sentimentos das pessoas que os cercam. Além de entender estas emoções, necessita saber o que deve fazer quando as percebe. Se sofre um preconceito, precisa aprender a identificar e receber instruções sobre como lidar com cada situação. Quando alguém usa tons mais altos de voz e está com determinadas feições mudadas, por exemplo, o autista pode estar diante de uma situação de agressividade com ele. Ele precisa ser orientado a permanecer calmo, explicar que tem dificuldade para fazer tal coisa e apenas precisa que a pessoa lhe explique melhor ou perguntar por qual motivo a pessoa está agindo daquela maneira para que ele possa entender e ajudar. Para que a criança no  espectro compreenda partes de indícios sociais, especialmente os não verbais, pode ser interessante o uso de fotos para explicar feições, pois o visual é importante para o autista. 


TALENTOS

Existem casos em que pessoas autistas ficaram conhecidas por sua inteligência acima da média, comportamento autodidata, desenvolvimento de talentos especiais para música ou grande facilidade com números. Nesse caso, a família e a escola podem estimular o aprimoramento da pessoa no espectro.

Este é o caso do autismo leve ou do tipo Asperger, comentado anteriormente. O autista consegue ter pouca, mas alguma sociabilidade. Este tipo de autismo costuma ter focos durante a vida, fixações. Geralmente o Asperger tem um interesse grande por um determinado tema e se aprofunda demais nele, o que as outras pessoas identificam como comportamento autodidata. Por se interessar e buscar informações para este tema, acaba criando formas pessoais e extremamente estruturadas de estudo que são muito interessantes de serem analisadas. Com isso, acabam tendo maior facilidade de estudo, mas não quer dizer que serão bons em tudo. Acontece de serem muito bons nas áreas de seu interesse, embora consigam lidar bem com as demais. 

A família pode incentivar estimulando a criança com várias fontes diferentes onde poderá encontrar informações sobre seu tema de interesse e também mostrar à criança novos temas que podem ser relacionados. Desta forma, consegue ampliar seu campo de interesse. A escola pode utilizar as estratégias de estudo criadas pela criança para estudar também matérias que não estão no foco dessa criança. Deve estimular seu convívio social, para que a criança possa ampliar conhecimentos. Embora tenha dificuldade em se relacionar, as amizades também são importantes para seu estímulo, porque podem aprender a partir do convívio, trazendo novas informações para seu "mundo". Caso seja possível, é interessante matricular a criança em cursos relacionados à suas área de interesse maior, para que ela possa se desenvolver também com profissionais que tenham maior conhecimento sobre o assunto. 

Uma equipe multidisciplinar, composta por vários profissionais que tenham conhecimento das características do autismo, pode ajudar a família a lidar com todas as particularidades do autista, inclusive os talentos natos. 


FAMÍLIA, CUIDADORES E QUALIDADE DE VIDA

Pais e cuidadores devem compreender e aceitar que o indivíduo autista consegue aprender e tem a possibilidade de se desenvolver, mas precisará de estímulos diferentes das outras pessoas. As mais preciosas dicas são: leia muito sobre o assunto e observe como o indivíduo se comporta. Observar como a pessoa no espectro trabalha com rotinas pessoais é o que dá acesso à compreensão de seus comportamentos. É importante salientar que, embora o autista não tenha um comportamento social comum, ele tem dificuldade em lidar com situações nas quais as pessoas fazem coisas que ele considera erradas. Conversar com o autista, mesmo que ele não dialogue totalmente da forma como esperada, ajuda muito a compreender os motivos pelos quais ele faz determinadas ações. Ele sempre mostrará um comportamento que dará dicas de como lidar com as situações. 


BEM-ESTAR GARANTIDO

Existem alguns indicadores de que educadores, família e cuidadores estão no caminho certo para garantir o bem-estar da pessoa no espectro. É preciso sempre incentivar suas habilidades, procurar não expor o indivíduo a situações sociais nas quais ele não se sinta confortável (com o tempo, o autista aprende sozinho a lidar com situações de exposição), conversar com ele sobre as situações que percebemos ter gerado desconforto nele, procurar auxílio de profissionais que possam ajudar na orientação de como lidar com o transtorno, não forçar situações sociais que podem parecer comuns para pessoas fora do espectro (como forçar a criança a cumprimentar estranhos em situações de exposição). 

O convívio familiar é também uma situação social. É um lugar de segurança para o autista, no qual ele pode aprender sobre os comportamentos da vida social, mas em menor escala. É preciso estimular as situações de conversa, deixando o autista seguro em relação ao ambiente. Todos os familiares devem respeitar os limites da criança autista e procurar compreender que terá respostas diferentes dos demais membros da família para determinadas situações.


SEMPRE A ROTINA

Ter rotina ou fazer ações em etapas ajuda muito o autista tanto em casa quanto na escola ou no trabalho. Criar rotinas para a criança dentro do ambiente familiar ajuda-a a se sentir mais confortável, deixando-a mais tranquila e segura e trazendo maior equilíbrio para o ambiente. A rotina é pessoal do autista, mas deve ser construída ao longo da vida e para isto é interessante que os familiares possam contribuir com as primeiras rotinas. No trabalho, não forçar situações sociais nas quais o autista não queira participar e compreender que ele precisa sim das relações sociais na interação com colegas, mas se mostrará mais calado com colegas com os quais não tem tanta intimidade. 

* Designer de atividades pedagógicas, Janaína Spolidorio é formada em Letras, com pós-graduação em consciência fonológica e tecnologias aplicadas à educação e MBA em Marketing Digital. Ela atua no segmento educacional há mais de 20 anos e atualmente desenvolve materiais pedagógicos digitais que complementam o ensino dos professores em sala de aula, proporcionando uma melhor aprendizagem por parte dos alunos e atua como influenciadora digital na formação dos profissionais ligados à área de educação.





Janaina Spolidório


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