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quarta-feira, 7 de junho de 2017

NOVA TÉCNICA PARA REJUVENESCIMENTO DE OVÁRIO É UMA ALTERNATIVA PARA MULHERES COM MENOPAUSA PRECOCE QUE DESEJAM ENGRAVIDAR



 Nova técnica pode ser uma esperança para que essas mulheres possam ovular novamente, e até engravidar, mesmo quando não mais se visualizam folículos ovulatórios (estruturas que contêm óvulos no seu interior)

 

Para rejuvenescer o ovário e reverter o envelhecimento ovariano, existem algumas técnicas e todas têm o mesmo objetivo: ativar “óvulos adormecidos” que não se desenvolveram no decorrer dos anos, permanecendo no ovário em estágio inicial de desenvolvimento na região externa do ovário, chamada córtex. Mesmo com estímulos hormonais, como medicamentos específicos usados nos tratamentos de fertilização e em altas doses, continuam inertes e indiferentes. As principais são: microinjeção de mitocôndrias humanas, estimulação do crescimento de folículos dormentes pela Via AKT, rejuvenescimento do ovário pela infusão de PRP (plasma rico em plaquetas), aplicação de células-tronco na artéria ovariana e rejuvenescimento do ovário pela via Hippo. Todas poderão ser conhecidas em detalhes  no site www.rejuvario.com.br organizado pelo IPGO (Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia).

 

“O número de mulheres que desejam ter filhos em idade mais avançada vem crescendo nos últimos anos e, com isso, o interesse pelo efeito do envelhecimento ovariano na capacidade de ter filhos aumenta cada vez mais”, admite Arnaldo Cambiaghi, diretor do Centro de Reprodução Humana do IPGO.

Ele comenta que, segundo algumas publicações, o número de mulheres que tem seu primeiro filho ao redor dos 20 anos diminuiu em um terço desde 1970, ao passo que o número daquelas na casa dos 30 ou 40 anos quadruplicou neste mesmo período. “Na maioria das vezes, isso se deve à incorporação intensa da mulher na vida profissional, visando o sucesso da sua carreira e a busca da estabilidade financeira, ou pelo início tardio de uma vida afetiva que desperte o desejo de ter filhos, seja pela dificuldade de encontrar um parceiro, seja pelo ingresso em um novo casamento. Esta é uma realidade cada vez mais comum. Parte dessas mulheres só consegue engravidar com óvulos doados. A idade média dessas pacientes está entre 38 e 40  anos”, aponta o médico.


Os ovários podem envelhecer mais rápido?

Entretanto, principalmente nos tempos modernos, existem outros fatores que têm influência importante no processo de envelhecimento prematuro dos ovários. Cambiaghi adverte: “Hoje em dia, mais mulheres estão enfrentando elevada pressão do trabalho, bem como alguns distúrbios psicológicos. Todos os dias se sentem cansadas e cheias de tensões. Fumam, dormem mal e bebem mais. Algumas até usam drogas ilícitas, outras fazem exercícios em demasia, passam por estresse exagerado e possuem hábitos alimentares inadequados. Esses problemas podem causar o envelhecimento prematuro dos ovários e pode levar à síndrome da menopausa prematura. De acordo com uma pesquisa, 27% das mulheres, na faixa dos 30 anos, já podem ter o início dos sintomas da menopausa. O envelhecimento precoce do ovário pode ser uma razão para o envelhecimento físico prematuro da mulher”.


Como funciona?

Chamado de rejuvenescimento pela via Hippo, este tratamento consiste na retirada, por videolaparoscopia, de fragmentos dos ovários (de um deles ou dos dois) que já não têm mais funcionamento adequado. Esses fragmentos são tratados fora do corpo da mulher e depois devolvidos para o seu local de origem e reimplantados por videolaparoscopia, no mesmo ato cirúrgico. Esse processo é considerado experimental e, por isso, só é recomendado  em  pacientes que obedeçam alguns requisitos,  uma vez que um procedimento médico,  nestas condições, não deve oferecer riscos para a paciente. É também  seguro, pois, além de ser simples e rápido, o tecido ovariano implantado é o da própria paciente. Indicações:

·         Mulheres que já tenham recomendação para a videolaparoscopia, como, por exemplo, endometriose, miomas e cistos ovarianos.
·         Mulheres na menopausa ou perimenopausa, com idade inferior a 40 anos.
·         Mulheres inférteis, com baixa reserva ovariana (diminuição de folículos antrais, aumento de FSH ou níveis baixos do hormônio antimulleriano).
·         Mulheres com insuficiência ovariana prematura (POF).

Os exames básicos para esse procedimento são: clínico e ginecológico, com dosagens hormonais entre o 3º e 5º dia do FSH, LH, Estradiol e hormônio antimulleriano, além de um ultrassom vaginal para avaliar a reserva ovariana.
“Foi demonstrado que algumas destas pacientes ainda têm folículos primordiais remanescentes que não conseguem ser recrutados. Não se sabe, totalmente ao certo, as vias que determinam esse crescimento folicular inicial ainda não controlado pelo FSH. Há uma via de sinalização celular (chamada Hippo) que inibe o crescimento de órgãos e, no ovário, inibe o desenvolvimento folicular, mantendo os folículos dormentes. Isso é importante para que os folículos sejam recrutados gradualmente ao longo da vida. Estudos prévios já haviam demonstrado que cortes no ovário aumentam o recrutamento folicular (drilling ovariano), mas não se entendia o porquê. Hoje, sabe-se que isto se deve ao fato destes cortes inibirem a via Hippo, ‘liberando’ o crescimento do folículo”, afirma o médico.

Cambiaghi explica que em uma única cirurgia é realizada a remoção do tecido ovariano e, em seguida, esse pedaço é fragmentado em pequenos pedaços e imediatamente reimplantado em locais escolhidos, no próprio ovário ou próximos a eles, sem o tratamento em laboratório.

Em pesquisas foi observado que os ovários passaram a ter folículos antrais, a responder aos estímulos hormonais e a produzir óvulos maduros. Esse protocolo já foi realizado em mulheres com falência ovariana precoce e parte delas conseguiu gerar óvulos maduros e duas chegaram a engravidar. Uma condição para o sucesso do procedimento é a mulher ainda ter folículos primordiais, o que pode ser avaliado por uma biópsia, na hora de extração do ovário. Se já se esgotaram por completo, não há como recrutá-los.

Esta técnica é experimental, mas é uma esperança futura para aquelas que estão entrando em falência ovariana precoce. Foi realizado um estudo com pacientes com menopausa precoce ou nas quais os ovários não respondiam, embora não estivessem ainda em menopausa, todas com menos de 40 anos. “Foram submetidas à cirurgia laparoscópica, na qual foi retirado parte de um ovário, cortado em múltiplos e pequenos fragmentos e, então, reimplantados neste mesmo ovário e na serosa da trompa. Foram submetidas a esse procedimento 14 mulheres. Dessas, quatro (28%) engravidaram e duas já tiveram o bebê. Considerando que eram mulheres cuja única opção era receber óvulos doados, uma taxa de sucesso de 28% é muito promissora”, admite o especialista.

Esta técnica de reimplante de fragmentos de ovário  é atualmente oferecida às pacientes do IPGO como última alternativa antes de partir para o tratamento com recepção de óvulos doados.


OUTRAS TÉCNICAS 

·         Estimulação do crescimento de folículos dormentes pela Via AKT
Tratamento que consiste na retirada, por videolaparoscopia, de fragmentos dos ovários (de um deles ou dos dois da mesma forma que a via Hippo  - aqui descrita) que já não têm mais funcionamento adequado. Esses fragmentos são enviados para um laboratório especializado, onde são tratados e estimulados; depois, da mesma forma que a estimulação pela via Hippo, são reimplantados por videolaparoscopia. 

·         Rejuvenescimento do ovário pela infusão de PRP (plasma rico em plaquetas)

 

O rejuvenescimento do ovário pela infusão de PRP é um procedimento médico com o objetivo de se obter novos óvulos (oócitos) dos próprios ovários de mulheres que não os produzem mais em quantidade ou com qualidade capaz de serem fertilizados.

“O plasma rico em plaquetas (PRP) é produzido a partir do sangue da própria paciente em que será utilizado (sangue autólogo). O método é notavelmente simples e fácil de executar. A amostra é processada em uma centrífuga para aumentar as plaquetas, separando vários componentes de sangue, as células brancas e vermelhas do plasma e as plaquetas”, esclarece o médico.

As plaquetas são ricas em vários fatores de crescimento diferentes que vão atrair outras células de reparação (neutrófilos, monócitos, fibroblastos), também chamadas de células “trabalhadoras”, que permitem a proliferação tecidual.


·         Aplicação de células-tronco na artéria ovariana

“Técnica piloto, que consiste na aplicação de células-tronco nas artérias do ovário, tem se mostrado promissora por ter conseguido que as pacientes engravidassem naturalmente após o transplante de medula óssea. Entretanto, consideramos uma técnica extremamente agressiva”, finaliza Cambiaghi.





Arnaldo Schizzi Cambiaghi - Diretor do Centro de reprodução humana do IPGO, ginecologista-obstetra especialista em medicina reprodutiva. Membro-titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Laparoscópica, da European Society of Human Reproductive Medicine. Formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa casa de São Paulo e pós-graduado pela AAGL, Illinois, EUA em Advance Laparoscopic Surgery. Também é autor de diversos livros na área médica como Fertilidade Natural, Grávida Feliz, Obstetra Feliz, Fertilização um ato de amor, e Os Tratamentos de Fertilização e As Religiões, Fertilidade e Alimentação, todos pela Editora LaVida Press e Manual da Gestante, pela Editora Madras. Criou também os sites: www.ipgo.com.br; www.fertilidadedohomem.com.br; www.fertilidadenatural.com.br, onde esclarece dúvidas e passa informações sobre a saúde feminina, especialmente sobre infertilidade. Apresenta seu trabalho em congressos no exterior, o que confere a ele um reconhecimento internacional.



Como diferenciar a depressão da angústia típica da adolescência?



Antes considerado um problema exclusivo de adultos, hoje a depressão afeta cada vez mais os adolescentes. Porém, nem sempre os pais e educadores estão preparados para diferenciar os sintomas da depressão da popularmente chamada “aborrescência”. Estima-se que a depressão atinge de 3,3 a 12,4% dos adolescentes, sendo mais comum em meninas que em meninos.

Segundo Ghina Machado, psicóloga e neuropsicóloga, cofundadora da Clínica Estar a adolescência é marcada por profundas transformações físicas e emocionais. “O corpo muda drasticamente, assim como os níveis hormonais. O adolescente precisa lidar com a perda de sua identidade infantil e, ao mesmo tempo, com a reorganização do seu mundo. Sem dúvida, essa é a tarefa mais difícil desta fase do ciclo vital”.


 
O porquê de tanta tristeza
 
A depressão tem causas biológicas, genéticas, psicológicas e sociais. O histórico de depressão na família (pais depressivos) aumenta o risco de desenvolver o problema na infância ou na adolescência em pelo menos três vezes. Outro fator que tem chamado a atenção dos estudiosos é a qualidade do vínculo parental no início da vida.

“A qualidade dos relacionamentos nas fases iniciais da vida pode influenciar o desenvolvimento ou não da depressão mais tarde. Segundo Ghina, quanto melhor for o vínculo emocional entre a criança, a mãe ou cuidadores, melhor será o desenvolvimento da sua capacidade de lidar com as emoções quando chegar à adolescência ou à vida adulta”, diz a psicóloga.

Há outros fatores de risco para a depressão na adolescência, como violência doméstica, histórico de abuso infantil, bullying, perdas (morte de um dos pais, irmãos ou avós), divórcio dos pais, não aceitação da autoimagem, etc.

“Lembrando ainda que a depressão pode ter doenças associadas (comorbidades), como transtorno da ansiedade, transtorno de conduta, transtorno desafiador opositivo, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, transtornos relacionados ao uso de drogas e os transtornos alimentares, como bulimia e anorexia nervosa”, explica Ghina.


 
Sintomas da depressão são diferentes na adolescência
 
Embora alguns sintomas sejam bem parecidos com os da depressão em adultos, na adolescência há características bem típicas e diferenciadas. “Todo mundo acredita que a tristeza é o sintoma mais básico da depressão. Entretanto, nos adolescentes são mais frequentes a irritação e a instabilidade emocional, podendo inclusive ocorrer crises de raiva frequentemente”, comenta Ghina.  


 
Como diferenciar a depressão da angústia comum em da adolescência
 
O que diferencia as características da adolescência da depressão nessa fase é a duração dos sintomas. É possível suspeitar de um quadro depressivo quando o adolescente apresenta na maior parte do dia ou pelo menos por duas semanas, pelo menos cinco dos sintomas descritos abaixo:
  • Tristeza
  • Perda do interesse por atividades que gostava (apatia)
  • Diminuição do apetite
  • Perda ou ganho de peso significativo
  • Agitação
  • Apatia
  • Redução da capacidade de concentração
  • Excesso de sono ou insônia
  • Cansaço
  • Sentimento de Culpa
  • Pensamentos suicidas ou tentativas de suicídio

O que fazer para ajudar

Quando a criança entra na adolescência, aos 12 anos, ela precisa mais do que nunca da atenção dos pais. O diálogo deve ser a base do relacionamento entre pais e filhos, pois ele permite entender as angústias, as dificuldades e os sentimentos vivenciados pelo adolescente.

“O ideal é procurar a ajuda de um psicólogo com experiência em atender adolescentes. O tratamento é fundamental já que existe o risco da depressão se estender para a vida adulta. Um estudo feito nos Estados Unidos, por exemplo, mostrou que 25% dos adultos com depressão relataram o primeiro episódio depressivo antes dos 18 anos de idade”, conclui Ghina.

Entenda a importância de tratar o bruxismo na infância



 Hábito de ranger os dentes durante o sono pode causar diversos problemas se não for diagnosticado e tratado cedo 

A descoberta nem sempre é fácil e, muitas vezes, vem associada a fratura de dentes, sensibilidade dentária e até dores de cabeça. O apertamento, mais conhecido como bruxismo, consiste no hábito involuntário de ranger os dentes. O distúrbio pode aparecer ainda na infância e acomete meninas e meninos, a partir dos 2 anos de idade. Estudos mostram que o bruxismo está cada vez mais presente entre as crianças entre 2 e 10 anos de idade.

De acordo com Sílvia Reis, doutora em Ortodontia pela Universidade de São Paulo (USP), existem dois tipos de apertamento. O mais comum é conhecido como bruxismo noturno, quando a criança range os dentes à noite. Crianças menores estão mais propensas a ele. Já o bruxismo de vigília pode ocorrer durante todo o dia.  “Quem sofre com esse tipo mantém os dentes apertados, forçando-os como se estivessem em situações de ansiedade e estresse. Crianças maiores e adolescentes são os mais atingidos”. Além disso, o bruxismo infantil pode estar diretamente relacionado à problemas respiratórios nas crianças, pois a dificuldade de respirar decorrente das sinusites, rinites e outras doenças respiratórias diminui a taxa de oxigênio no sangue, o que estimula a liberação de substâncias neurotransmissores que estimulam a atividade cerebral, a frequência cardíaca e desencadeiam o ranger de dentes. No inverno aumenta a ocorrência de bruxismo devido à maior prevalência de problemas respiratórios. 

Silvia destaca ainda que o monitoramento dos pais durante esse processo de desenvolvimento é fundamental. “O ato de ranger os dentes, principalmente na infância, pode afetar seriamente a saúde bucal, já que desgasta e fratura os dentes”, frisa. Ainda de acordo com a ortodontista, o apertamento tem causas multifatoriais. “Ele pode estar ligado a questões hereditárias, mas não se deve descartar a hipótese de que, uma criança que vive uma rotina de ansiedade e estresse, pode desencadear esse problema de forma ainda mais intensa e preocupante”, salienta. 

De olho nos sintomas

Os pais devem estar atentos se criança reclama frequentemente de dores de cabeça e até mesmo de sensibilidade nos dentes, já que podem ser os primeiros sinais de que algo não vai bem. 

Existem diversas opções de tratamento, porém cada caso deve ser avaliado e tratado individualmente. Sílvia destaca que as crianças com dentes de leite não devem usar as placas. Se essa criança apresentar sensibilidade, deve-se restaurar os dentes desgastados. Depois da troca dos dentes de leite pelos permanentes, as placas específicas, que não comprometem o crescimento dos ossos, podem ser usadas para evitar a fratura e o desgaste dos dentes. “Deve-se, entretanto, identificar a causa do bruxismo, pois o paciente pode necessitar de um tratamento com otorrinolaringologista para melhorar a respiração, ou ainda reduzir o nível de stress ao qual está exposto, a fim de resolver definitivamente esse problema."


Para prevenir
- Mantenha o seu filho com um padrão de respiração nasal. Trate as obstruções nasais, pois 60% das crianças com alergias respiratórias apresentam o bruxismo. 
- Procure propiciar um ambiente tranquilo que anteceda o sono. Evite deixar luzes acesas, assistir televisão ou usar o computador ou videogame antes de ir para a cama.





 Sílvia Reis - Graduada em Odontologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), titulou-se mestre em Ortodontia pela Universidade Metodista de São Paulo (Umesp) e doutora em Ortodontia pela Universidade de São Paulo (USP). Atua em Belo Horizonte desde 1994 e, em Ouro Branco/MG, desde 1998. É, ainda, coordenadora do curso Ortoadultos - Tratamento Ortodôntico em Adultos (SP e BH) e da especialização em Ortodontia do Instituto de Estudos da Saúde Sérgio Feitosa (IES) e palestrante nos principais eventos nacionais de Ortodontia.




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