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terça-feira, 31 de outubro de 2023

Abordagem interdisciplinar no cuidado ao paciente com câncer de mama

Assistência com equipe multiprofissional permite melhor qualidade de vida, avaliação sob diversos aspectos e tomada de decisões cada vez mais individualizadas 

 

O tratamento multiprofissional para pacientes com câncer de mama é fundamental para abordar todas as necessidades médicas e emocionais dos pacientes. Além do acompanhamento de um oncologista, outros profissionais são importantes para que se tenha um suporte integral, tais como psicológicos e nutricionistas, entre outros. O trabalho em conjunto contribui para uma melhor qualidade de vida e permite que o tratamento seja personalizado. 

Conforme explica a psicóloga do Vera Cruz Oncologia, Aline Riguete, o paciente se depara com uma diversidade de sentimentos: medo, ansiedade, raiva, culpa, entre outros. “Apesar dos grandes avanços da medicina em tratamentos oncológicos e melhoria de qualidade de vida, é comum ainda associar a palavra câncer à dor, a sofrimento e à morte, pois a doença carrega um estigma ainda difícil de ser desconstruído”, diz. Por isso, deve-se avaliar a possibilidade de contar com acompanhamento psicológico, capaz de preparar e ajudar o paciente em cada uma das fases da doença.

 

Sexualidade 

Outro ponto a ser considerado é que mulheres que recebem o diagnóstico do câncer de mama lidam também com alterações que repercutem em sua feminilidade e, por consequência, em sua autoestima. Aprender a aceitar e se sentir bem com seu corpo é tarefa singular e diferente para cada mulher, pois a experiência de sofrimento é sempre individual. 

“As mudanças físicas e hormonais provocadas por alguns tratamentos, além do estresse vivenciado pelo contexto de adoecimento, podem afetar também o interesse sexual. É fundamental que se estabeleça uma comunicação efetiva, ou seja, que a sexualidade possa ser um assunto possível de ser conversado entre o casal”, sugere.

 

Alimentação 

A nutricionista Lígia Vieria, do Vera Cruz Oncologia, destaca a importância de uma alimentação balanceada. “A alimentação deve ser adequada em macro e micronutrientes, ajustada às características pessoais do paciente, tais como peso, altura, idade, estádio da doença e prognóstico de tratamento. A dieta adequada pode contribuir muito para a qualidade de vida do paciente em tratamento oncológico”. 

Quando falamos de recuperação, na nutrição, pensamos em estado nutricional. Para cada estado nutricional, haverá uma conduta e prescrição indicadas. Na maioria das vezes, essa recuperação física se dá mediante alimentação balanceada e personalizada, podendo ou não contar com o auxílio de suplementos. 

A nutricionista destaca que a dieta adequada pode auxiliar na regulação do peso, na manutenção da musculatura, na imunidade e especialmente na redução dos efeitos colaterais provocados pelo tratamento. “Hoje em dia, já há suplementos hipercalóricos, hiperproteicos, imunomoduladores ou especializados para efeitos colaterais, como, por exemplo, mucosite (inflamação interna da boca e da garganta), que são prescritos rotineiramente para auxiliar na recuperação do paciente em toda a jornada do tratamento oncológico”. 

A nutricionista explica que o paciente em tratamento oncológico, com câncer de mama, não tem restrições alimentares, sendo ideal uma dieta baseada em comida saudável, evitando-se embutidos e fast-food. “Os alimentos crus preparados fora de casa também devem ser evitados, pois o ideal é que haja a higienização correta e completa, com hipoclorito de sódio ou desinfetante próprio para verduras”, diz. 

“O importante é que a refeição tenha uma fonte proteica para minimizar ou prevenir riscos de perda de massa magra, ou seja, perda de musculatura. E, dessa forma, evitar danos para as atividades de vida diária, o que automaticamente leva a uma redução na qualidade de vida durante a jornada do paciente”, salienta. 

O alerta da nutricionista vai para alguns chás e temperos, como a cúrcuma e aloe vera, estes dois últimos liberados para uso estético. Segundo ela, podem desencadear interação droga-nutriente em conjunto com a quimioterapia e os medicamentos, por isso, o indicado é não ingeri-los.

 

Família 

A psicóloga explica que vivenciar todas as mudanças e sentimentos envolvidos no processo de descoberta e tratamento do câncer de mama não é tarefa fácil, portanto, é fundamental contar com uma rede de apoio. “O suporte da família e dos amigos é base essencial para o tratamento. É muito importante contar com pessoas que possam ajudar de forma concreta, como com acompanhamento em consultas médicas, para ajudar na assimilação das informações recebidas, auxiliar em atividades rotineiras e poder contar com o amparo e carinho de pessoas queridas, pois isso tornará tudo mais leve e menos doloroso”.  

As pessoas próximas ao paciente compartilham sentimentos parecidos, como medo, insegurança e sofrimento, por isso, é sempre importante lembrar que quem cuida também deve ser cuidado. 

Além de poder contar com a rede de apoio, o paciente e sua família são também cercados pelo cuidado de uma equipe multiprofissional, que auxilia durante todo o processo de tratamento, trazendo informações importantes de cada área e, assim, oferecendo este cuidado de forma integral, o que deixa o paciente mais seguro e confiante para enfrentar o novo momento em que se encontra. 

“O cuidado com a saúde mental é parte importante deste processo, e contar com ajuda especializada pode auxiliar na adaptação a esse novo contexto, explorando sentimentos na busca pela construção de recursos para melhor enfrentamento frente às demandas emocionais suscitadas”, sugere a psicóloga. 

É importante manter um cuidado integral à saúde com uma rotina de exercícios físicos e de cuidados com alimentação, sempre com auxílio de profissionais especializados. Descobrir hobbies e atividades que tragam sensação de bem-estar, como dançar, encontrar amigos e ler livros, também pode servir de combustível para manter um bom enfrentamento. “É importante lembrar que não existe maneira correta de reagir diante das situações novas que acontecem na nossa vida. Somos diferentes, e cada um tem uma maneira própria de lidar com a situação. Respeite-se sempre”, conclui.

 

Vera Cruz Oncologia

 

Primeira menstruação: tire todas as suas dúvidas e vivencie a menarca com conforto e bem-estar

A primeira menstruação, também chamada de menarca, marca a vida da mulher, sendo um acontecimento importante. Normalmente acontece na puberdade, entre os 10 e 15 anos, mas em alguns casos pode vir até antes, pois cada corpo possui seu tempo de evolução e amadurecimento. Inclusive, até o histórico familiar pode interferir neste processo, como a idade em que as mulheres da família tiveram sua primeira menstruação, alterações hormonais e alimentação. 

Quando acontece de forma precoce, por volta dos 8 anos da menina, é chamada de ‘menarca precoce’ ou ‘puberdade precoce’ e merece atenção especial. A primeira menarca vem acompanhada de outras mudanças no corpo da menina, como crescimento dos seios e desenvolvimento dos pêlos pubianos. Segundo um estudo do Ministério da Saúde de 2017, a puberdade precoce é mais frequente em meninas do que em meninos. Quando isso acontece, é preciso consultar um pediatra para que se possa iniciar o tratamento adequado para cada caso. 

A primeira menstruação é um marco muito importante na vida da mulher, por isso deve ser vivenciado de forma saudável, visto que as mulheres viverão esse ciclo durante muitos anos das suas vidas e acompanharão as mudanças em seus corpos com o passar dos anos. Sempre atenta a esse tema e engajada para que as mulheres tenham acesso à novas narrativas menstruais e à importância da saúde íntima, a femtech Herself acredita que o amplo diálogo entre filhos e responsáveis é fundamental. “Embora ainda exista uma problematização do termo "mocinha" e de como criar um espaço seguro e confortável para o diálogo com as meninas. É de suma importância tratar esse momento de forma sadia, evitando que seja um episódio traumático ou doloroso para a adolescente”, explica Raíssa Assmann Kist, co-fundadora e CEO da Herself 

Há inclusive, uma nova tendência no universo das redes sociais, especialmente no TikTok, onde os pais estão realizando um ‘Chá Revelação’ da primeira menstruação de suas filhas. Essas celebrações têm viralizado e mostram o quanto as pessoas e famílias estão evoluindo e buscando a valorização desse momento especial. As festas contam com decoração temática e tem por objetivo superar estigmas e tabus associados ao período menstrual, que é totalmente normal e cíclico. “É muito bacana observarmos como esses eventos podem ser interessantes para a desconstrução do tabu da menstruação, fazendo com que as meninas se sintam acolhidas e compreendidas pelas suas famílias. Também é válido destacar, que esse reforço positivo deve respeitar a privacidade das meninas, e, se for aceito por elas, pode ser muito bem-vindo como uma forma de valorização da menstruação, para que ela não seja um tabu ou limitante”, avalia Raíssa.

 

O que é preciso saber sobre a primeira menstruação

A menarca costuma ter uma coloração mais escura do que o vermelho habitual de uma menstruação regular. Nos primeiros dias da menstruação, ela pode atingir um tom marrom.

 

Sinais e sintomas da primeira menstruação

 

O corpo pode apresentar alguns sintomas que antecedem a menarca, como aumento dos seios, ganho de peso, alterações de humor em razão do efeito dos hormônios e as famosas cólicas menstruais. 

Nessa faixa etária esperada para a primeira menstruação — entre 10 e 15 anos —, já é possível se atentar ao surgimento desses sinais.

 

Tempo de duração da primeira menstruação 

Geralmente, a menarca dura de 3 a 8 dias. Os primeiros ciclos menstruais costumam ser irregulares, porém, com o passar do tempo, vão se ajustando naturalmente.

 

Quais absorventes usar 

Há uma variedade de absorventes no mercado para diferentes tipos de fluxo menstrual. Nas primeiras menstruações, o fluxo não costuma ser intenso; logo, um absorvente descartável mais fino – além de confortável – pode ser uma boa opção. 

Outras opções interessantes disponíveis no mercado, são os absorventes reutilizáveis e as calcinhas absorventes da Herself, que se adaptam facilmente a todos os tipos de corpos, são confortáveis, seguros e indicados para qualquer idade.

  

Raíssa Assmann Kist - Co-fundadora e CEO da Herself. Com a empresa-irmã Herself Educacional, já impactaram mais de 300 mil pessoas que menstruam em situação de vulnerabilidade. Ainda na faculdade de Engenharia Química, Raíssa idealizou a Herself e atualmente estuda Ciências Políticas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ela é especialista em inovação social para a menstruação e já participou do programa de Aceleração Itaú Mulher Empreendedora (2019) e recebeu o prêmio ‘Ideias à Venda’, da Netflix, na categoria de moda.

 

Mapeando a fertilidade feminina: como o Método Billings tanto pode ajudar quem está tentando engravidar, como evitar a gestação

 


Mulheres que estão tentando engravidar têm o hábito de observar vários sinais de saúde para compreender completamente seu ciclo mensal e ficar sabendo quais são os dias mais férteis no mês para elas – mais ou menos do mesmo jeito que um atleta monitora seu tempo e compara as respostas dadas pelo organismo. Sobre isso, pode-se dizer que uma das chaves de leitura da fecundidade feminina está na produção do hormônio estrógeno, responsável por formar um muco na cérvix, região próxima ao colo do útero.

É nas diferentes texturas dessa secreção que se baseia o Método de Ovulação Billings (MOB) - especialmente por ser natural, a técnica tem se tornado cada vez mais popular, já que através dela também é possível evitar uma gestação indesejada, sem o uso de contraceptivo hormonal. 

Isso porque o MOB se enquadra entre os métodos naturais de planejamento familiar, denominados também de “comportamentais”. Vários pilares abrangem essas técnicas, a exemplo da periodicidade da fertilidade e infertilidade, o fato da mulher ovular somente uma vez a cada ciclo, a capacidade limitada do óvulo de ser fertilizado – apenas de 12 a 24 horas, depois da ovulação – e a vida útil reduzida do espermatozoide (de 3 a 5 dias após a ejaculação). 

Em linhas gerais, o muco anuncia a proximidade da ovulação, e a relação sexual, nos dias com a presença dele, potencializa a probabilidade de fecundação. Portanto, conhecendo esse sinal da fertilidade a mulher pode, junto com o parceiro, decidir ter relações ou abster-se delas, conforme o desejo de gestar ou não. 

Por outro lado, é importante enfatizar que sendo o Billings usado como método contraceptivo, há outros meios mais efetivos para isso e que ele não protege contra as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST's), conforme destacou a ginecologista e obstetra, especialista em Reprodução Humana e integrante da Famivita, Dra. Malu Frade.

Vale ressaltar que as chances da relação sexual resultar em gravidez variam de acordo com a ovulação da mulher: 4% de chance se a relação sexual acontecer 5 dias antes da ovulação; de 25% a 28% se isso se der nos dois dias antes da ovulação; de 8% a 10% nas 24 horas após a ovulação; e praticamente nula nos demais dias do ciclo menstrual. Nessas variáveis, é preciso que se inclua, ainda, a idade da mulher, um fator preponderante.

A evolução do muco fértil se dá à medida que se aproxima a ovulação. Começa em pequena quantidade, espesso, de cor mais esbranquiçada, viscoso e sem elasticidade; ao progredir, surge um muco de transição, em maior quantidade, que passa a afinar, tornando-se mais translúcido e levemente elástico. No ápice da fertilidade, o muco é brilhante, transparente e muito elástico, semelhante à clara de ovo – para se ter uma ideia, dá para ser pinçado com o polegar e o indicador até esticar cerca de 5 cm. “É nesse estado que ele protege e facilita o transporte dos espermatozoides”, explicou a profissional da Famivita. 

Parece fácil, mas o Método Billings requer uma observação apurada do próprio corpo e bastante atenção, por isso a sugestão é que se anote tudo, de modo a identificar o padrão de fertilidade do organismo. Inclusive, para abarcar todos os detalhes dele, muitas mulheres optam por fazer um curso sobre MOB, já que ele dispõe de instrutores espalhados por todo o Brasil, cadastrados através da Confederação Nacional de Planejamento Familiar (Cenplafam). 

O Método é igualmente interessante para quem tem apenas curiosidade a respeito do funcionamento do organismo e, como vantagem adicional, pode ajudar a detectar quando existe algo errado, pois com o tempo e a perfeita utilização dele é possível saber, por exemplo, se a secreção está normal ou se é hora de buscar um especialista para tratar problemas com a ovulação ou mesmo relacionados à corrimento. 

Planejamento familiar em foco

Não há dúvida de que a possibilidade de planejar o momento de ter um ou mais filhos e de evitar a gravidez enquanto isso, significou para as famílias, e principalmente para as mulheres, uma ampliação de horizontes no que se refere ao desenvolvimento profissional e pessoal. “Porém, para que isso ocorra da maneira correta, é fundamental que os envolvidos tenham conhecimento dos métodos contraceptivos existentes e como atuam, para poder, junto com o profissional que os acompanha, eleger o melhor para a fase da vida em que estão”, acrescentou a especialista.

"Parece uma escolha simples, muitas vezes de fato é, quando a mulher ou casal se adapta facilmente a um método, mas em alguns casos podem surgir efeitos colaterais indesejáveis, por exemplo, ou a paciente apresentar alguma contraindicação. Nesse sentido, é essencial lembrar disso quando se planeja uma consulta, para que haja essa conversa entre o casal e o médico”, pontuou a Dra. Malu.

 

Células-Tronco: a regeneração da vida

Reprodução
Em crescimento no Brasil, tratamento com células-tronco revela potencial revolucionário no combate ao envelhecimento

  

O futuro da medicina antienvelhecimento (anti-aging) parece mais promissor do que nunca, à medida que cientistas, pesquisadores e médicos de todo o mundo exploram as inúmeras aplicações das células-tronco. Recentemente, avanços significativos na pesquisa revelaram a impressionante capacidade das células-tronco em retardar e, possivelmente, reverter o processo de envelhecimento.

O médico endocrinologista Tércio Rocha, especialista em células-tronco explica que o tratamento emergiu como algo promissor, capaz de regenerar constantemente as estruturas, evitando que fiquem velhas. Segundo ele, essas células “podem regenerar todas as estruturas que mostram a beleza externa para as pessoas, com a regeneração completa, por exemplo, da derme facial, de pescoço, de dorso de mãos, do colo, da face interna de braços, da face interna de coxas etc.”

Tércio explica que o poder das células-tronco é de se multiplicar exponencialmente até que o ser humano esteja completo e carregado de bilhões de células-tronco para a regeneração diária de todos os seus órgãos, até o resto de sua vida. As células-tronco são as únicas células que se adaptam e se transformam em qualquer outra célula necessária para a regeneração de diferentes partes do corpo. Elas têm o potencial de substituir e regenerar tecidos danificados, reparando o envelhecimento a nível celular.

Pesquisas recentes demonstraram que as células-tronco podem melhorar a saúde, aumentar a vitalidade e reduzir os efeitos do envelhecimento. “Quando você se machuca e abre uma ferida na pele, por exemplo, você não se preocupa, por que sabe que em poucos dias, aquela ferida irá pouco a pouco cicatrizar, formando uma casca, até sumir por completo. Este foi mais um trabalho bem-sucedido das células-tronco do seu corpo”, elucida o especialista.

 

Benefícios notáveis

Pacientes que passaram por terapias com células-tronco relataram aumento de energia, maior resistência física e mental e melhora na qualidade de vida. Em relação à renovação da pele, o tratamento com células-tronco pode rejuvenescer a pele, minimizando rugas, manchas e imperfeições. Isso resulta em uma aparência mais jovem e radiante.

Quanto à regeneração de órgãos, as células-tronco têm a capacidade de regenerar tecidos e órgãos danificados, promovendo a saúde a longo prazo e reduzindo a incidência de doenças relacionadas à idade.

 

O futuro da medicina antienvelhecimento

A medicina antienvelhecimento está avançando a passos largos, graças aos avanços nas pesquisas com células-tronco. Embora ainda haja muito a ser explorado, o tratamento com células-tronco está crescendo a cada dia no Brasil e representa uma promessa significativa para melhorar a qualidade de vida à medida que envelhecemos.

Esta descoberta está trazendo esperança e entusiasmo para inúmeras pessoas em todo o mundo que desejam envelhecer com vitalidade e saúde. Mulheres de 30, 40, 50, 60, 70 anos ou mais pode regenerar todo o seu corpo, pele, cabelo, disposição, beleza, viço, qualidade do sono, tonicidade muscular, colágeno, bom humor e tudo que se pode desejar no que diz respeito à qualidade de vida a partir de células-tronco.

Médico há 34 anos, Tércio Rocha elucida que a medicina regenerativa com protocolos biológicos de células-tronco chega para causar uma disrupção e surpresa no embelezamento e rejuvenescimento da mulher. Segundo Tércio, os protocolos biológicos, por se tratarem de um material próprio e inerente ao corpo humano, tem uma duração muito maior, que se estende por anos, não tem contraindicação e nenhum efeito colateral.

“Dos vários protocolos criados por mim para regeneração, rejuvenescimento e cura, eles podem ser utilizados de uma forma que eu denomino como técnica de sanduíche, que se trata do uso de células-tronco de modo local e interno. Isso significa que essas células podem ser aplicadas, por exemplo, em todo o rosto de uma mulher que deseja rejuvenescer uma década ou mais, além de receber células-tronco via endovenosa, permitindo que a inteligência dessas células trabalhe em seu corpo exatamente onde precisa, mesmo que a própria paciente não tenha esse conhecimento”, explica o médico.

Tércio Rocha acaba de lançar o livro “Partículas divinas” (Literare Books International), que trata da sua trajetória pessoal e profissional entrelaçada com as células-tronco, que o fez entender seu propósito de vida e a maneira como cuidamos da saúde atualmente. “As células-tronco não transformaram apenas a minha vida, mas irão revolucionar a maneira como atuamos e compreendemos a medicina em todo o planeta”, finaliza.



Parto sem medo: conheça 5 tipos de parto e suas vantagens para a saúde da mulher e do bebê

 

O Brasil está no top 5 do ranking de países que mais fazem cesarianas no mundo. Segundo dados da revista científica internacional The Lancet, o país está atrás apenas da República Dominicana.

 

De acordo com o Ministério da Saúde, 57,6% dos partos realizados em 2022, foram cesáreas. Uma taxa quase quatro vezes maior do que a recomendada pela Organização Mundial da Saúde, de 15%.

 

No Dia do Ginecologista, lembrado neste 30 de outubro, Juan Carlos Boado, médico e diretor Técnico do Hospital Bom Pastor, localizado em Guajará-Mirim (RO), destaca que os dados apontam para riscos à saúde. 

 

“Apesar de salvar vidas quando indicada, a cesariana representa um risco maior de mortalidade materna ao ser feita sem necessidade. Além disso, o procedimento pode expor a mulher e o bebê a maiores chances de infecções, hemorragias e prematuridade”, alerta o médico.

 

Tipos de partos 

Atualmente, existem outros tipos de partos, além da cesárea, que podem fazer parte do planejamento da gestante. Alguns deles são:

 

1. Parto Normal

Inicialmente é indicado à todas as gestantes, engloba todos os tipos de nascimentos que não são realizados através de cirurgia, como a cesárea. Por não se tratar de uma cirurgia, a recuperação da mãe é mais rápida. No parto normal, o bebê pode ter contato pele a pele com a mãe em seguida, sendo amamentado logo após o parto.

 

2. Parto Natural

Ocorre de forma parecida e tem os mesmos benefícios que o normal. Nele, não há intervenções médicas e uso de medicamentos como a anestesia, utilizando de métodos naturais para o alívio da dor. Também pode ocorrer em hospitais. 

 

3. Parto Humanizado

Pode ser estendido tanto para partos naturais quanto cirúrgicos. Isso porque ele inclui uma escuta direcionada à mulher, respeitando suas escolhas. “Além de ser um direito da mulher, as vantagens do parto incluem a redução dos níveis de estresse e ansiedade, redução dos riscos de infecção e autonomia da mulher na decisão do trabalho de parto”, indica o profissional.

 

4. Parto na Água

Nesse caso, o bebê nasce, geralmente, dentro de um ambiente com água morna, como uma banheira. A água morna ameniza a dor das contrações e traz relaxamento, além do bebê sair de forma mais suave geralmente.

 

5. Parto de Lótus

Incluso na categoria de parto normal, a diferença é que, após o nascimento não é feita a ligadura do cordão umbilical e o bebê permanece conectado à placenta, até que o cordão se desprenda naturalmente do umbigo. Nesse caso, o benefício está relacionado ao bebê, diminuindo o risco de anemia. 

Única maternidade da região, o Hospital Bom Pastor conta com cinco salas de PPP (pré-parto, parto e pós-parto), duas salas cirúrgicas, enfermarias para alojamento conjunto de parto normal e cesariana, incubadoras neonatais, berços aquecidos e aparelhos de fototerapia. Tecnologias que favorecem o desenvolvimento, crescimento, resistência a doenças e sobrevivência do bebê.



CÂNCER DE MAMA: SEXO AINDA É UM TABU

 A médica Sabrina Chagas, da Oncologia D’Or, afirma que 20% das mulheres com a doença se divorciam ou são abandonadas durante o tratamento.

 

Em 2023, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que 74 mil novos casos de câncer de mama serão diagnosticados no País. Entre as grandes consequências deste tipo de câncer está o impacto na vida sexual da mulher e do casal. A quimioterapia, por exemplo, provoca a queda do cabelo da paciente e pode induzir à menopausa, o que diminui a libido, altera o humor e contribui para o ressecamento vaginal. A retirada total ou parcial dos seios, símbolos da feminilidade, é um forte golpe na autoestima. A mulher se olha no espelho e não se reconhece. 

“Estudos internacionais apontam que 20% das mulheres são abandonadas ou se divorciam durante o tratamento”, constata a oncologista Sabrina Chagas, da Oncologia D’Or. A Sociedade Brasileira de Mastologia divulgou uma pesquisa apontando que no País essa proporção chega a 70%. Pesquisadores da Universidade da Flórida1, nos Estados Unidos, estudaram os fatores que influenciam na dissolução conjugal. Os casais entrevistados afirmaram que, após o diagnóstico, tiveram conversas mais abertas e conflitos frequentes, passando a se sentir estranhos uns para com os outros.
 

Vencendo um tabu

Na sociedade brasileira, o sexo ainda é um tabu. “Não raro as mulheres não conhecem seus corpos, não conversam sobre sexo com seus parceiros e parceiras. E, durante um tratamento oncológico, esse tema fica mais difícil de ser abordado”, observa a médica Sabrina Chagas.  

Além do parceiro, a paciente precisa conversar também com o seu médico. Pesquisa2 recente revela que, embora mais de 70% das mulheres com câncer mama tenham disfunção sexual, a maioria nunca discutiu o tema com o seu oncologista. “Muitas evitam falar sobre o assunto porque acham que é besteira trazer isso numa consulta, o que não é porque a sexualidade está ligada ao seu bem-estar”, esclarece a médica.

Para a oncologista, é importante o casal desmitificar a questão da sexualidade no câncer de mama. Muitas vezes, o homem sente saudades do contato íntimo do casal, mas não fala nada para a companheira. Por outro lado, a mulher acredita que, por ter feito uma cirurgia na mama, o companheiro perdeu o desejo por ela. Nessas horas, o diálogo franco é o melhor caminho. Quando necessário, os dois podem procurar terapeutas de casais. 

Ao enfrentar a doença, a mulher e seu companheiro devem tentar manter a vida social que tinha antes do diagnóstico, porque essa rotina reforça o elo entre o casal e contribui para o bem-estar físico e emocional da paciente. Alimentação saudável e atividade física também são essenciais para melhorar os sintomas da doença. 

Em seu artigo Melhorando as conversas entre médico e paciente sobre os efeitos colaterais da terapia endócrina do câncer de mama2, publicada mês passado na revista ASCO Daily News, a médica oncologista Laila S. Agrawal, do Norton Cancer Institute, nos Estados Unidos aconselha seus colegas a indicarem óleos hidratantes para as mulheres lidarem com o ressecamento vaginal. Outras opções são a fisioterapia pélvica e procedimentos íntimos a laser. 

Muitos medicamentos comumente prescritos após o câncer de mama, incluindo terapia endócrina, antidepressivos, analgésicos, ansiolíticos e antieméticos, podem diminuir a libido, que pode afetar 50% a 70% das sobreviventes da doença3. No seu artigo, a oncologista norte-americana Laila S. Agrawal recomenda aos médicos oferecerem às suas pacientes aconselhamento em consultório, foco sensorial, atenção plena, terapia cognitivo-comportamental e encaminhamento para conselheiros psicossociais ou terapeutas sexuais2.

  



Oncologia D'Or



Referências

1.Wiesemann, Gayle et al. Changes in Marital Status after Receiving the Diagnosis of Breast Versus Prostate Cancer: A Population-based Study. Plastic and Reconstructive Surgery - Global Open 10(10S):p 133-134, 2022.

2. Laila Agrawal. Improving Physician–Patient Conversations on Sexual Side Effects of Endocrine Therapy in Breast Cancer. ASCO Daily News. September 20, 2023.

3. Barton DL, Pugh SL, Ganz PA, et al. Randomized controlled phase II evaluation of two dose levels of bupropion versus placebo for sexual desire in female cancer survivors: NRG-CC004. J Clin Oncol. 2022;40(4):324-334.

 


Como os estudantes podem evitar a ansiedade para as provas

Psicanalista dá várias dicas de como driblar a tensão

 

A ansiedade é uma condição comum, mas tratável. Muitos de nós já experimentamos momentos em que a ansiedade se manifesta de diferentes maneiras. E no caso dos estudantes em momentos de estudos ou das pressões de testes e provas, não é diferente. 

 

Segundo a psicanalista Andréa Ladislau alguns sintomas muito característicos podem surgir e dificultar o dia-a-dia do jovem ou da criança, como: Falta de ar; Palpitação cardíaca acelerada; Tremores; Dificuldade para falar; Diarreia; Tensão muscular; Apagões de memória; Sudorese excessiva; Irritabilidade: Falta de Apetite ou o excesso dele; Insônia; Falta de foco; entre outros. 

 

De acordo com a especialista, esses sintomas podem ser avassaladores e, às vezes, até mesmo assustadores. 

 

“A sensação de falta de controle sobre o próprio corpo e a mente pode intensificar ainda mais a ansiedade”. diz. 

 

Andrea separou algumas dicas que podem amenizar a ansiedade ou menos eliminá-la em período de provas:

 

Organize seu tempo de estudo - Estabeleça uma rotina de revisão do conteúdo de estudo, mas também reserve tempo de descanso e de lazer. Não adianta estudar horas seguidas sem pausas, pois isso pode prejudicar sua concentração e memorização.

 

Cuidar da sua saúde - Durma bem, hidrate-se e alimente-se de forma equilibrada e pratique atividade físicas. 

 

“Esses hábitos ajudam a manter seu corpo e sua mente equilibrados e saudáveis, além de liberar endorfinas que melhoram seu humor e sua disposição”, explica.

 

Desenvolva Técnicas de relaxamento - Aprenda a respirar profundamente, a meditar, ouvir músicas calmas ou fazer alongamentos. Essas técnicas podem ajudar a reduzir o estresse e a tensão muscular, além de aumentar sua autoestima e sua confiança. 

 

“Você pode praticá-las antes, durante ou depois da prova, sempre que sentir necessidade”, diz.

 

Tenha uma atitude positiva - Evite pensamentos negativos como: “Eu não sei nada”, “Eu não sou capaz”. Segundo a psicanalista, eles geram mais insegurança e medo, e atrapalham o desempenho. 

 

“Em vez disso, pense em tudo o que você já estudou, em seus pontos fortes e em seus objetivos”.

 

Busque Ajuda - Algumas pessoas sofrem com bloqueios reais e traumas que prejudicam seu desempenho, mesmo que estejam preparadas. É importante conversar com um especialista que possa ajudá-las a superar esses problemas.

 

 Há alguma maneira para exercitar a memória sobre os conteúdos?

 

Andrea complementa que existem dicas para ajudar na memória e, consequentemente, auxiliar  a assimiliar mais o conteúdo programático. São exercícios para afinar a memória, como: 

 

1) Fazer caminhos diferentes e alternativos quando caminhar na rua;


2) Memorizar aquilo que precisa comprar no supermercado, em vez de elaborar uma lista. Utilize técnicas de memorização ou separe mentalmente os produtos de que precisa;


3) Vista-se de olhos fechados. Quando for pegar uma roupa no armário, com os olhos fechados, estimule a parte tátil e procure a peça que você deseja;


4) Leia muito e diariamente. Não só isso: converse com alguém sobre o que leu;


5) Faça o teste das cores. Provavelmente você já se deparou com o teste das cores, em que você deve ler as palavras, e não falar as cores com que elas estão escritas;


6) Adote um estilo de vida saudável.

 

Andrea complementa que em relação aos conteúdos, na hora de memorizar, é importante ler e fazer um resumo do que entendeu, sempre usando técnicas de resumo e esquemas.  

“Sistematize o conteúdo e exercite sua mente para acessar o aprendizado com maior facilidade”, diz. 

Outra dica da psicanalista é fazer associações visuais, como imaginar uma imagem ou uma cena que represente as informações que você deseja lembrar daquele conteúdo. 

“Construa a história em sua mente, memorize os personagens ou os fatos. E por fim, fale em voz alta, faça perguntas e responda a si mesmo. Saber explicar o que estudou, significa maior domínio sobre o assunto”, finaliza.

 


O alerta do Novembro Azul

Atividade física e alimentação saudável podem reduzir riscos 

 

Novembro é o mês dedicado ao alerta global para o combate e a prevenção do câncer de próstata – o chamado Novembro Azul. Um tema relevante que merece toda a atenção da sociedade. Hoje, esse é o principal câncer entre os homens (excluído o de pele), respondendo por 30% dos casos. Cerca de 72 mil novos casos anuais são registrados no Brasil – nada menos que uma morte a cada 38 minutos. 

Na fase inicial, o câncer de próstata não apresenta sintomas, podendo estar presente apenas a elevação do antígeno prostático específico, ou PSA, usado principalmente para rastreamento em homens assintomáticos. Quando alguns sinais começam a aparecer, cerca de 95% dos tumores já se encontram em fase avançada, dificultando a cura. Nesse estágio, os sintomas podem ser locais. Alguns deles:  dores ao urinar, vontade de urinar com frequência, presença de sangue na urina e/ou no sêmen, diminuição do jato urinário, insuficiência renal. Também podem ocorrer sintomas devido a metástases, dores em quadril e coluna toracolombar, gânglios em região inguinal ou, ainda, fraqueza generalizada. 

Dentre os fatores de risco, o principal é o envelhecimento. Análises mostram prevalência acima de 50% em população acima de 80 anos. Outros fatores importantes: histórico familiar de câncer de próstata (pai, irmão e tio), excesso de gordura corpórea, além de aspectos ocupacionais em menor proporção, como trabalho com agrotóxico, com PVC e produção de baterias. 

A realização de atividade física rotineira aliada a uma dieta saudável tem forte impacto na redução de riscos. Alimentos como brócolis, couve-flor, tomate (fonte de licopeno) e soja são protetivos; em contraste, o uso de anabolizantes à base de testosterona em pacientes sem deficiência primária e sem monitoramento de PSA traz um risco ao servir de substrato para eventuais células prostáticas cancerígenas preexistentes. 

O rastreamento do câncer de próstata deve ser discutido com o médico, principalmente a partir dos 45 anos, ou até em idade inferior, se houver fatores de risco mais fortes. Dados recentes da população norte-americana mostram aumento da incidência de câncer de próstata de 2010 a 2018 após a não recomendação de realização dos exames de PSA, anos antes. O PSA anual, aliado ou não ao toque retal, aumenta a chance de se detectar lesões em fases precoces, elevando as chances de cura. O diagnóstico é estabelecido após biopsia prostática. Nesse material, também pode se avaliar perfil de agressividade tumoral que auxiliará a equipe médica na decisão terapêutica. 

O tratamento em fases iniciais será o padrão para a maioria dos pacientes, mas há um grupo com a doença em perfil menos agressivo que, muitas vezes, pode ser acompanhado por meses ou anos, antes de ser necessário um tratamento oncológico específico. 

O tratamento pode ser com monitoramento ativo para doenças iniciais e de baixo risco, cirurgia de retirada da próstata ou, ainda, radioterapia e bloqueadores hormonais da testosterona. Já nas fases mais avançadas, além das estratégias enumeradas, há a possibilidade de bloqueadores hormonais em comprimidos, quimioterapia e algumas inovações como terapia-alvo. 


Felipe Leonardo Estati - oncologista do Onco Center Dona Helena, em Joinville (SC)



Risco de doença renal é maior entre hipertensos sem tratamento

UM EM CADA TRÊS BRASILEIROS COM HIPERTENSÃO NÃO SABE QUE TEM A DOENÇA

Pressão alta representa um dos principais fatores de risco para doença renal crônica

 

Um recente levantamento apresentado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desperta preocupação para o risco de alta nos casos de doença renal crônica em todo o Brasil. Isso porque a hipertensão arterial, um dos principais fatores de risco para lesão renal, estaria muito longe de ter o acompanhamento e controle adequados. Em relatório, a OMS estima que 1 em cada 3 brasileiros hipertensos desconheça a condição e, mesmo entre aqueles diagnosticados, a maioria não trata corretamente a doença¹. 

“É realmente uma grande preocupação porque a hipertensão arterial, assim como o diabetes, pode comprometer a função dos rins muito rapidamente, com danos permanentes”, explica o Dr. Bruno Zawadzki, diretor médico da DaVita, a maior rede de tratamento renal do país. Ele esclarece que, por causa da hipertensão descontrolada, muitos pacientes desenvolvem doença renal crônica, precisando de hemodiálise e, dependendo do caso, se tornam elegíveisz para o transplante renal². 

No Brasil, estima-se que existam 50 milhões de hipertensos, o equivalente a 45% dos adultos com idade entre 30 e 79 anos. Quando observados os adultos acima de 60 anos, o percentual sobe para 65%¹. 

A hipertensão é uma condição caracterizada pela elevação persistente da pressão arterial, em que a pressão sistólica (máxima) é maior do que 140 mmHg e a pressão diastólica (mínima) fica acima de 90 mmHg. Seu desenvolvimento é influenciado por fatores genéticos, ambientais e sociais³. 

Além da doença renal crônica, que implica em cuidados permanentes ao paciente, a hipertensão arterial está relacionada à infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs), que figuram entre as principais causas de morte no Brasil³. 

“O grande desafio da hipertensão é a falta de sinais e sintomas. É uma doença silenciosa, por isso o diagnostico é tardio e, em muitos casos, o paciente deixa de conduzir o tratamento adequadamente porque não sente nenhum incômodo pela doença”, explica o Dr. Zawadzki. Mas esse incômodo pode surgir de forma grave e irreversível, com infarto, AVC e doença renal crônica. 

A Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda que a pressão seja medida de rotina nas consultas de qualquer especialidade médica. Se o valor encontrado for menor que 14x9, o paciente pode ser avaliado anualmente4. Embora a hereditariedade seja um fator importante para a hipertensão, existem fatores ambientais que podem ser controlados, como tabagismo, bebidas alcoólicas em excesso, obesidade, estresse, consumo elevado de sal, níveis altos de colesterol e sedentarismo³.

 

DaVita Tratamento Renal


Referências:
Global Report on Hypertension: the race against the silnet killer. Link. Acesso 26/10/2023.
Sociedade Brasileira de Nefrologia. Link. Acesso 26/10/2023.
Ministério da Saúde. Link. Acesso 26/10/2023.
Sociedade Brasileira de Cardiologia. Diretrizes Brasileira de Hipertensão Arterial. Link. Acesso 26/10/2023.


Ampliando horizontes no fornecimento de hemoderivados


Um dos grandes fantasmas que hoje pairam sobre a saúde brasileira é a escassez de hemoderivados, medicamentos produzidos a partir do fracionamento industrial do plasma, fundamentais para o tratamento de diversas condições clínicas.

Foi com alívio, portanto, que acompanhei, no dia 4 de outubro, a aprovação por parte da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da “PEC do Plasma”, Proposta de Emenda à Constituição 10/22 de autoria do senador Nelsinho Trad. O texto, que agora vai ao Plenário do Senado, determina a necessidade de uma legislação específica para regular o uso de plasma humano, a fim de desenvolver novas tecnologias e novos medicamentos voltados para o Sistema Único de Saúde (SUS).

É imperioso desmistificar a comercialização de plasma sanguíneo e compreender o problema que enfrentamos de maneira clara. Para tanto, convém ter em mente alguns dados: no Brasil, para cada mil habitantes, são produzidos 16g de imunoglobulina, principal produto derivado do plasma; na Europa, o número é cerca de 16 vezes maior, chegando a 250g por mil habitantes. Além disso, cada litro de plasma gera apenas 3,8g de imunoglobulina, uma produção notavelmente baixa. Não é o bastante para atender à demanda do nosso país.

A responsabilidade recai, em grande parte, sobre a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), criada pelo governo em 2004 e localizada em Goiana, Pernambuco. Embora tenha recebido investimentos substanciais, cerca de R$ 2 bilhões, segundo a Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (SBHH), a Hemobrás não conseguiu alcançar produção significativa em quase duas décadas – e mesmo que atingisse sua capacidade total, ainda forneceria somente 10% da imunoglobulina requisitada em território nacional.

São colhidos aproximadamente 200 mil litros de sangue por ano no Brasil, mas precisaríamos de um milhão para suprir nossa carência de hemoderivados. Tamanha disparidade evidencia quão urgentes são os investimentos da iniciativa privada no setor. Não podemos permanecer dependentes da importação de imunoglobulina, arcando com gastos indevidos.

A Associação Médica Brasileira (AMB) apoia a Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia e adota postura favorável à iniciativa privada. A Associação Paulista de Medicina (APM) também endossa o posicionamento.

Com o avanço da PEC, não haverá, reforçamos, pagamento por doações; será conservada a natureza voluntária e altruística do ato. A mudança trará, isto sim, uma ampliação da oferta de imunoglobulina para a população.

Em um país de dimensões e desafios igualmente imensos, como o nosso, é vital estarmos abertos a soluções inovadoras e parcerias estratégias que beneficiem a saúde e o bem-estar dos cidadãos. Trabalhando juntos, podemos dar um passo histórico rumo à melhoria do acesso a tratamentos vitais.

 

Antônio José Gonçalves - diretor da Associação Médica Brasileira e presidente eleito da APM


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