Pesquisar no Blog

terça-feira, 30 de setembro de 2025

Mensalidades escolares devem subir 9,8% em 2026: como transformar esse desafio financeiro em uma decisão consciente


Pais e responsáveis já começam a preparar o bolso para o próximo ano letivo — e não sem motivo. Um levantamento recente do Grupo Rabbit, consultoria especializada em instituições privadas de ensino, aponta que as mensalidades das escolas particulares devem ter um reajuste médio de 9,8% em 2026, mais que o dobro da inflação projetada para 2025, estimada em 4,83%, segundo a pesquisa Focus do Banco Central. 

O estudo, divulgado pelo jornal O Globo, ouviu 308 escolas de todas as regiões do país e indica que o impacto sobre o orçamento familiar será ainda maior do que nos anos anteriores. Em 2023, o aumento médio foi de 9,3% e, em 2024, chegou a 9,5%. Agora, a maioria dos colégios deve comunicar os novos valores já no fim de setembro, quando têm início as renovações de matrícula. 

Diante desse cenário, mais do que nunca, é hora de falar sobre planejamento, consciência financeira e negociação. Não se trata apenas de pagar a escola do filho, mas de tomar uma decisão estratégica sobre o futuro — e isso exige preparo.

 

Educação: prioridade que exige planejamento

Sempre defendo que investir na educação dos filhos deve ser uma das maiores prioridades financeiras de qualquer família. Afinal, estamos falando do alicerce do futuro deles. No entanto, prioridade não significa desorganização. Significa, sim, planejamento estruturado e decisões conscientes. 

A matrícula escolar — ou a escolha de uma nova instituição — não pode se basear apenas em fatores como localização ou tradição. Ela envolve uma análise mais profunda: quais são os valores da escola? Qual o seu projeto pedagógico? Ela prepara os estudantes para o mundo real? 

Hoje, por exemplo, muitas instituições já incorporam educação financeira à grade curricular, algo essencial para formar jovens capazes de realizar sonhos e lidar de maneira saudável com o dinheiro. Esse tipo de diferencial deve entrar no radar dos pais ao comparar opções.

 

Envolva a família e avalie o todo

Outro ponto importante nesse processo é ouvir as crianças e adolescentes. Saber como eles se sentem em relação à escola atual pode trazer informações valiosas. Porém, é fundamental equilibrar essa escuta com uma análise racional: sentimentos são importantes, mas a decisão precisa considerar também a sustentabilidade financeira da família. 

Lembre-se de que o custo da educação vai além da mensalidade. Uniforme, material escolar, transporte, alimentação e passeios eventuais também precisam estar no orçamento. Somar todos esses gastos com antecedência evita surpresas desagradáveis ao longo do ano.

 

Negociar não é vergonha — é inteligência financeira

Se, depois de analisar tudo, você perceber que a situação está apertada, negociar é o caminho mais inteligente — e isso é mais comum do que muita gente imagina. Muitas famílias deixam de pedir descontos por receio ou constrangimento, mas, especialmente em tempos de reajustes acima da inflação, conversar com a escola é não apenas legítimo, como necessário. 

Comece agendando uma reunião com a direção ou o setor financeiro. Explique sua realidade de forma honesta e objetiva. Uma boa alternativa é propor o parcelamento da matrícula ou até mesmo adiantar parte das mensalidades, o que pode ser um argumento sólido na negociação. 

Outra orientação poderosa é fazer uma pesquisa de mercado. Ter em mãos os valores praticados por outras instituições de qualidade semelhante fortalece sua posição e ajuda a negociar com dados concretos.

E lembre-se: uma negociação bem-sucedida deve ser positiva para os dois lados. Se você está satisfeito com a escola, deixe isso claro. Mostre disposição para chegar a um acordo e mantenha sempre a cordialidade.

 

Transforme o aumento em oportunidade

Sim, o reajuste de quase 10% é um peso considerável no orçamento familiar. Mas também pode ser um ponto de virada. Ao encarar essa realidade com planejamento e estratégia, você transforma o aumento em uma oportunidade de repensar prioridades, revisar hábitos financeiros e tomar decisões mais conscientes sobre a educação dos filhos. 

Educar é, acima de tudo, investir no futuro — e investimentos importantes merecem ser planejados com inteligência.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados