Parceria da companhia com a ONG Justiceiras amplia acolhimento e disponibiliza canais sigilosos de apoio às colaboradoras e às beneficiárias
Quatro mulheres são vítimas de feminicídio por dia no Brasil, de acordo com o Mapa da Violência de Gênero, divulgado no fim de agosto. A plataforma pública reúne informações das bases de dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Sinesp), Ministério da Saúde (DataSUS), do Conselho Nacional de Justiça (DataJud) e do Senado Federal (Pesquisa Nacional de Violência Contra Mulher – DataSenado/ OMV).
Para contribuir de forma consistente, a Hapvida investe em canais de denúncia e capacitação de colaboradores para apoiar mulheres em situação de vulnerabilidade e mostrar que romper o silêncio pode salvar vidas.
A companhia mantém uma parceria com a ONG Justiceiras, referência no acolhimento e orientação a vítimas, que resultou na criação do "Canal Delas", uma ferramenta que permite a denúncia de casos de violência de gênero. O canal, inicialmente voltado às colaboradoras, foi ampliado para atender também as beneficiárias da empresa.
“Falar
sobre violência contra a mulher é também falar de saúde pública e de direitos
humanos. Não podemos naturalizar o silêncio, precisamos estimular a informação
e a proteção. Para isso, temos o ‘Canal Delas’ e desenvolvemos outras ações com
nossas colaboradoras, como palestras e cartilhas, para seguir esse propósito”,
explica Fernanda Toniolo Fernandes, gerente-executiva de Desenvolvimento
Organizacional e Diversidade da Hapvida.
Tecnologia em favor da denúncia
A denúncia pode ser feita pela própria vítima ou por terceiros, seja pelo portal ou aplicativo da Hapvida (canais exclusivos para mulheres beneficiárias ou colaboradoras) ou pelo Instagram da empresa. Todos os canais garantem o sigilo.
As demandas são atendidas por uma rede multidisciplinar de especialistas voluntárias da ONG, que oferece apoio jurídico, psicológico, médico e socioassistencial às vítimas.
“Canais como o que criamos nesta parceria são muito bem-vindos, pois representam uma porta de entrada, de fácil acesso, segura e sigilosa para dar voz à mulher e para que ela possa pedir ajuda”, afirma a advogada, especialista em Direitos das Mulheres, presidente do Instituto Justiça de Saia e fundadora da ONG Justiceiras, Gabriela Manssur.
A
especialista lembra que, no Brasil, uma em cada três mulheres já sofreram
violência e que, a cada 15 segundos, uma delas é agredida no país. Ela afirma
ainda que esse número pode ser ainda maior, pois ainda há muita subnotificação
de casos. “Há uma estimativa de que 60% das mulheres ainda não denunciam as
agressões. Ser mulher no Brasil é um ato político. Todos os dias temos que
enfrentar obstáculos simplesmente por sermos mulheres”, define a especialista.
Capacitação
Para
reforçar esse trabalho dentro da companhia, uma das ações promovidas pela
Hapvida foi um encontro, conduzido por Gabriela Manssur, que destacou a
importância de disseminar informação como ferramenta de proteção.
Ao relembrar a Lei Maria da Penha, que completa 19 anos em 2025, a especialista reforçou que a legislação não se restringe à violência física, mas também às agressões psicológicas, morais, patrimoniais e sexuais, e detalhou cada tipo para as colaboradoras da companhia. “Nomear cada tipo de violência é dar às mulheres a chance de reconhecerem a situação em que vivem e, a partir daí, buscarem ajuda”, diz.
Para
a advogada, a capacitação das colaboradoras da Hapvida é fundamental para levar
essas informações a mulheres de todo o país. “É fundamental que elas saibam o
que é violência, possam identificar os casos e orientar uma mulher,
principalmente, neste ambiente em que estão, que têm um contato direto com a
sociedade, com mulheres de todas as faixas etárias e níveis sociais em todas as
regiões”, destaca.
Como denunciar
Os relatos pelo Canal Delas são tratados de forma sigilosa e atendidos online por uma equipe multidisciplinar de especialistas da ONG Justiceiras. Veja como acessar:
- Pelo portal (apenas para beneficiárias) – Acesse Link. Após fazer o login, clique em “Serviços”, depois em “Precisa de Ajuda” e, em seguida, em “Canal Delas”.
- Pelo aplicativo (apenas para beneficiárias) – Disponível para Android e iOS. Após o login, busque a opção “Benefícios” e clique em “Precisa de Ajuda?”. O “Canal Delas” ficará disponível para a denúncia.
- Pelo Instagram –
Acesse o perfil @hapvidasaude. Na bio, clique no link linktr.ee/hapvidasaude.
Na opção “Canal da Mulher”, escolha uma das três alternativas: “Sofri
violência, quero denunciar e preciso de ajuda”, “Quero denunciar uma violência
sofrida por outra mulher” ou “Quero denunciar uma violência pelo WhatsApp”. Em
seguida, um formulário para preenchimento será aberto.
Setembro Amarelo: combate ao silêncio
Durante o mês de setembro, quando se intensificam as discussões sobre saúde mental, é importante lembrar que a violência de gênero é um fator que contribui diretamente para o adoecimento psíquico de mulheres, principalmente quando as agressões acontecem em ambiente doméstico, sem redes de apoio por perto. “A vítima começa a internalizar a ideia de que não tem saída. A vida vai perdendo cor, referência, motivação. Assim, ocorre o esgotamento emocional, diante de um ciclo de controle, medo e desamparo”, pondera a psicóloga hospitalar da Hapvida, Lua Helena Moon.
Ela
afirma que ferramentas como o Canal Delas cumprem um papel fundamental.
“Trata-se de uma via segura de acolhimento, na qual a mulher pode ser ouvida
sem julgamentos e receber orientações concretas. Em uma sociedade onde tantas
mulheres ainda enfrentam a violência em silêncio, um espaço de escuta qualificada
é uma importante forma de cuidado e de preservação da vida”, salienta a
psicóloga.
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