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Nos últimos anos, a busca por uma vida ativa ganhou
cada vez mais espaço na rotina dos brasileiros. Segundo a Pnad Contínua do IBGE
(2023), mais de 36% da população acima de 15 anos já pratica alguma atividade
física regular, e modalidades como corridas de rua, crossfit e triatlo vivem um
crescimento acelerado. Esse movimento reforça uma tendência positiva de como o
exercício físico se consolidou como parte essencial no dia a dia das pessoas.
No entanto, apesar dos inúmeros benefícios já comprovados para a
saúde cardiovascular, mental e metabólica, especialistas chamam a atenção para
um ponto importante: o esporte, quando praticado em excesso ou sem orientação
adequada, pode deixar de ser um aliado e se transformar em risco. Lesões musculares,
problemas articulares, fadiga crônica e até desequilíbrios hormonais são
algumas das consequências observadas em quem ultrapassa os limites do corpo.
Um estudo publicado no British Journal of Sports Medicine em 2022 revelou que pessoas que mantêm uma rotina de treinos intensos sem períodos de descanso têm até 30% mais chances de desenvolver lesões musculoesqueléticas. Além disso, o chamado overtraining, condição em que o organismo não consegue se recuperar do esforço, está associado à queda no desempenho esportivo, maior vulnerabilidade a inflamações, lesões e enfraquecimento do sistema imunológico.
Esse risco não está restrito apenas
a atletas profissionais ou de alta performance. Cada vez mais, pessoas comuns,
motivadas por desafios pessoais ou influenciadas pelas redes sociais,
intensificam seus treinos na busca por resultados rápidos e acabam ignorando a
importância do descanso e da recuperação. O problema é que, sem acompanhamento
adequado, esse comportamento pode trazer consequências sérias, afetando não só
a performance esportiva, mas também a qualidade de vida como um todo.
Para o médico Fábio Gabas, fundador da HMetrix, healthtech
especializada em saúde preditiva, é fundamental compreender que a prática de
esportes deve ser parte de um processo equilibrado. “Não há dúvidas de que o
esporte é um dos grandes pilares da saúde, mas nada em excesso faz bem. Quando
a pessoa ignora os sinais do corpo, treina sem descanso adequado ou realiza
movimentos de forma incorreta, o risco de lesões e complicações aumenta. Mais
importante do que treinar muito é treinar certo”, afirma.
Esse olhar para o equilíbrio inclui não apenas a intensidade do
treino, mas também fatores complementares que impactam diretamente no
desempenho, como alimentação adequada, qualidade do sono, controle do estresse
e acompanhamento profissional. De acordo com Gabas, o paciente que compreende
seus limites, respeita os períodos de recuperação e adota um treino compatível
com suas individualidades físicas/metabólicas que avaliamos em exames
específicos, tem muito mais chances de aproveitar os benefícios do esporte no
longo prazo.
Assim, a prática esportiva continua sendo um dos melhores caminhos
para prevenir doenças, melhorar a autoestima e fortalecer o corpo e a mente. No
entanto, para que seja realmente saudável, deve ser encarada de forma
consciente, respeitando os limites individuais e inserida dentro de um conjunto
de cuidados mais amplo com a saúde.
HMetrix

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