Inovar com a IA é o grande hype do mercado no
momento. No entanto, de que adianta seguir uma moda, sem nenhuma inteligência
por trás do que é feito? Um estudo do MIT mostrou que 95% dos projetos
corporativos pautados nessa tecnologia não alcançam ganhos relevantes em receita
ou eficiência – não pela baixa capacidade do recurso em si, mas sim pela forma
na qual é aplicado. Como reverter essa estatística? Com uma governança robusta
de inovação.
Não é de hoje que temos essa dificuldade em
conquistar resultados excelentes com a IA. Nas décadas de 70 e 80, passamos
pelo que ficou conhecido como “Winter AI” (inverno da inteligência artificial,
no português), períodos em que o financiamento e o interesse público no setor
de inteligência artificial diminuíram, justamente, pela falta de retornos
frente às expectativas que foram criadas nessas soluções.
É muito fácil que qualquer IA gere um enorme
interesse e repercussão no mercado. Mas, isso não significa que esses recursos
irão, necessariamente, gerar benefícios significativos para todas as empresas.
Afinal, cada negócio tem sua realidade, condições e metas específicas que, nem
sempre, conseguirão ser conquistadas com as mesmas tecnologias utilizadas por
outra marca.
Estamos em um cenário fortemente marcado pela
adesão global de tecnologias no mundo corporativo, muitas delas desenvolvidas
com base na inteligência artificial. Porém, nessa curva crescente, há, também,
um vale de problemas e dificuldades decorrentes da falta de estratégia por trás
de tudo que é adotado. Uma tendência seguida por um “modismo”, mas sem um senso
crítico quanto ao que está sendo feito.
Qual o resultado disso? Picos e vales de IA, no que
diz respeito ao entusiasmo criado e o que se observa de resultado. Afinal, além
da falha constante de planos e estratégias sem essa orientação, ocorre um
efeito cascata no mercado de “inverno” da IA, marcado pelo resfriamento do
interesse e priorização nesses investimentos, justamente, pela falta de
retorno.
Todos esses eventos que já foram presenciados em
nossa história nos ensinam que é urgente uma governança por trás deste
processo. Não adianta seguir uma fórmula padrão, mas sim se preocupar em
cuidados que incluam reforçar a infraestrutura interna para recebê-la, junto a
um senso crítico no planejamento de como esse recurso será levado aos processos
corporativos, mapeando e compreendendo eventuais riscos e de que forma cada
empresa conseguirá mitigá-los.
Crie uma governança robusta baseada nessas análises
completas e abrangentes, reforçando, também, treinamentos internos que conscientizem
os times sobre a importância da IA em seus trabalhos e como explorar, ao
máximo, este potencial visando a melhora dos resultados. Defina, também, os
papéis e responsabilidades de cada pessoa nesse sentido – até porque nem todos
precisam ter acesso aos dados sensíveis inseridos nessas ferramentas, nem à
todas as suas funcionalidades.
O consumo energético é outro ponto de atenção. A
pesquisa do MIT revelou que um vídeo de cinco segundos gerado por IA, por
exemplo, pode consumir a mesma quantidade de energia que um micro-ondas ligado
por uma hora. Imagine milhares de pessoas fazendo pesquisas e criando conteúdos
desse tipo, quanto que é consumido, hoje em dia, de nossas fontes energéticas?
Diante da busca atual por fontes mais renováveis, é
dever das empresas se atentarem a este cuidado, considerando um possível lapso
de ocorrer a qualquer momento e de que forma podem contornar e mitigar esse
risco. Sem esses olhares, muitas tendências que poderiam, de fato, ser
benéficas, acabam se perdendo. E, com isso, poderemos ter um longo inverno
ainda pela frente.
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