Nos
bastidores de uma boa saúde cardiovascular, cerebral, hormonal e até estética,
existem gorduras que atuam silenciosamente, mas poderosamente. O médico
nutrólogo, Dr. Ronan Araujo explica: “Os ácidos graxos chamados de ômega 3,
ômega 6 e ômega 9 são tipos diferentes de lipídios insaturados, fundamentais
para diversas funções do organismo. Porém, o segredo está no equilíbrio entre
eles e não apenas no consumo isolado.”
Ômega
3: o anti-inflamatório natural do corpo
O
ômega 3 é um ácido graxo essencial, ou seja, o corpo não é capaz de produzi-lo
sozinho. Por isso, é necessário obtê-lo por meio da alimentação ou suplementação.
Seus
principais benefícios incluem:
- Redução da inflamação sistêmica;
- Proteção cardiovascular;
- Melhora da função cerebral e memória;
- Regulação do humor (com efeitos positivos em casos de
ansiedade e depressão);
- Apoio na saúde ocular e da pele.
Onde encontrar:
Peixes de águas profundas e frias como salmão,
sardinha, atum e cavala são fontes riquíssimas de EPA e DHA (as formas mais
biodisponíveis do ômega 3). Fontes vegetais como linhaça, chia e nozes também
contêm ALA, um tipo de ômega 3 que o corpo converte parcialmente.
Ômega
6: necessário, mas em excesso pode inflamar
Também
essencial, o ômega 6 participa de diversos processos metabólicos, como o
crescimento celular, função cerebral e imunológica. O problema é que ele está
presente em abundância na dieta moderna, muitas vezes em desequilíbrio com o
ômega 3, o que pode potencializar inflamações crônicas.
Onde encontrar:
Óleos vegetais (como óleo de soja, milho, girassol),
margarinas, alimentos industrializados, ovos e carnes.
Atenção: o ideal é que a proporção de ingestão de ômega 6 em relação ao ômega 3 seja de no máximo 4:1. Mas estudos mostram que, na prática, essa relação chega a 20:1 ou até mais o que favorece doenças como obesidade, diabetes, inflamações e distúrbios hormonais.
Ômega 9: o aliado da longevidade
Ao
contrário dos dois anteriores, o ômega 9 não é essencial, pois o corpo é capaz
de produzi-lo. No entanto, seu consumo traz benefícios importantes para a saúde
especialmente quando substitui gorduras ruins (como as saturadas ou trans).
Entre
seus benefícios:
- Redução do colesterol ruim (LDL) e aumento do bom (HDL);
- Apoio à saúde cardiovascular;
- Ação antioxidante e anti-inflamatória;
- Proteção contra doenças neurodegenerativas.
Onde encontrar:
Azeite de oliva extravirgem, abacate, oleaginosas
(como castanhas e amêndoas), óleo de canola e óleo de gergelim.
Equilíbrio
é a chave: como consumir os ômegas de forma eficaz
“Não
se trata de escolher um “melhor” ômega. Cada um tem seu papel, e o que
realmente importa é equilibrar as quantidades e priorizar as fontes certas”,
destaca o médico.
- Aumente o consumo de peixes gordurosos e sementes como
linhaça e chia;
- Reduza o consumo excessivo de óleos refinados e processados
ricos em ômega 6;
- Use o azeite de oliva como principal fonte de gordura no
preparo dos alimentos;
- Evite frituras e alimentos ultraprocessados, que alteram a
qualidade dos lipídios consumidos.
Suplementação:
quando vale a pena?
A
suplementação de ômega 3 é uma das mais recomendadas por médicos e
nutricionistas, principalmente em pessoas com doenças cardiovasculares,
inflamações crônicas, transtornos do humor ou consumo alimentar insuficiente.
Mas
atenção:
qualidade do suplemento, pureza, concentração de EPA e DHA e ausência de metais
pesados são critérios fundamentais para a escolha segura.
O Dr.
Ronan araujo conclui: “Investir em uma alimentação rica em boas gorduras é
investir em longevidade, saúde mental, controle hormonal e prevenção de
doenças. Ômega 3, 6 e 9 não são apenas “modismos”, são ferramentas naturais e
poderosas quando usadas com sabedoria. E mais do que consumir por impulso, é
preciso saber equilibrar, escolher fontes de qualidade e entender que a saúde
começa nos detalhes da rotina.”


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