Pesquisa recente indica que 86% das
mulheres consideram ter muita carga de responsabilidade; Marciele
Scarton, autora do
best-seller “O Grande Poder” lista 7 atitudes para aprender a lidar com a pressão para ser
‘perfeita’ Canva
Muitas mulheres se sentem pressionadas a serem perfeitas em todos os aspectos da vida: profissionais exemplares, mães dedicadas, esposas atenciosas, amigas presentes, tudo isso enquanto cuidam da própria saúde e bem-estar. Essa “necessidade” de atender com perfeição múltiplas expectativas, muitas vezes irreais, é o que caracteriza a chamada síndrome da Mulher Maravilha, um fenômeno que afeta a saúde mental e emocional de muitas mulheres ao redor do mundo.
Uma pesquisa realizada pela pela ONG Think Olga mostra que 45% das
mulheres brasileiras possuem um diagnóstico de ansiedade, depressão, ou outros
tipos de transtornos e 86% consideram ter muita carga de responsabilidades.
“Existe um nível de exigência para que as mulheres atendam a padrões que não
são possíveis na realidade diária - na vida profissional, em casa, nos
relacionamos e até mesmo na vida pessoal e, principalmente, em sua aparência.
Elas têm que ter uma carreira de sucesso, ser dona de casa solícita, mãe
zelosa, esposa disposta, treinar e perseguir um visual que é inalcançável, tudo
com excelência ao mesmo tempo e com ares de plenitude, como se dar conta de
tudo isso fosse natural e tranquilo”, observa Marciele Scarton, mentora em
desenvolvimento feminino e autora do best-seller “O Grande Poder".
Isso explica tanto a sensação de sobrecarga quanto de frustração e
infelicidade. “É humanamente impossível dedicar-se tão intensamente a todas as
áreas ao mesmo tempo . É preciso equilíbrio e isso não significa dedicar sempre
o mesmo tempo e a mesma quantidade de energia a cada um dos papéis que
desempenhamos. Ao contrário, muito provavelmente em alguns ciclos a carreira
vai exigir mais, em outros o foco será a maternidade ou o relacionamento,
noutros haverá a vontade de priorizar o autocuidado, e está tudo bem, desde que
nunca se deixe nenhum dos papéis importantes para si ao léu”, explica.
Para Marciele, as mulheres precisam identificar o que realmente
desejam, em vez de tentar corresponder aos padrões impostos pela sociedade,
libertando-se das pressões externas.
“A sociedade atual, se serve e se beneficia da alta performance
feminina a qualquer custo, fazendo recair sobre ela, mascarado de elogio, o
estigma de mulher-maravilha, aquela que dá conta de tudo. O problema é que com
essa exaltação, as próprias mulheres passam a achar que devem fazer tudo 100%
perfeito sempre e a gente sabe que a busca pela perfeição é um encontro com a
decepção”, comenta.
Tenho síndrome da Mulher-Maravilha, e agora?
Clareie o que é prioridade para você
Pare por um momento e questione o que verdadeiramente
importa para você. “Muitas vezes, a pressão vem de tentar atender expectativas
externas, que nem sempre refletem o que você realmente valoriza.. Descobrir o que
verdadeiramente faz você feliz e realizada é essencial para redefinir seus
objetivos”, opina a autora.
Encoraje-se para agir conforme as suas vontades
É importante se libertar das exigências da sociedade
e se reconectar para assumir e avançar na direção de seus desejos com
convicção. “Nem sempre o que a sociedade impõe é o que você deseja e que vai te
fazer feliz e é preciso passos de coragem para avançar na direção do que sua
essência demanda”.
Abandone a busca pela perfeição
Para a autora, a perfeição é uma meta
inalcançável e tentar atingi-la só leva à frustração. Entenda que fazer o
melhor possível já é suficiente e que se permitir ser imperfeita, como somos todos,
traz ganhos como a liberação de culpas e o recebimento de mais amor
incondicional. “Pense nas pessoas que mais a amam. Elas a veem do jeito que
você acorda e já a viram furiosa, cansada, magoada, desarrumada e nas suas
‘piores’ versões. Não seria incrível se mais pessoas nos amassem e apoiassem
assim com essa facilidade e intensidade? É desafiador, mas vale muito a pena
ousar ser quem somos verdadeiramente”.
Pratique a autocompaixão
Seja gentil consigo mesma. Aceite que não é possível
agradar a todos ou atender a todas as expectativas. Reconheça seus esforços e
conquistas sem se cobrar excessivamente pelo próximo resultado perfeito. Saiba
que relacionar seu valor a alto desempenho e realizações incessantes,
sentindo-se fracassada quando fica minimamente aquém do que você ou os padrões
impostos determinam, caracteriza um padrão de autossabotagem, conhecido como
hiper-realizador, que a torna uma pessoa que não pára nunca, afinal sua
autoaceitação dependente continuamente do próximo sucesso .
Diga mais “nãos” e peça ou aceite ajuda
A doação, o cuidado com o outro, é algo esperado da mulher;
contudo, a receptividade também deve ser cultivada. É imprescindível, para a
felicidade, que haja equilíbrio entre doar-se e permitir-se receber. Peça e
aceite ajuda, não negue gestos simples de apoio, divida responsabilidades,
delegue tarefas.
Descanse
A produtividade feminina tem mais a ver com pausar que com fazer,
de modo que, se eu pudesse recomendar um único aspecto para ampliar a
performance feminina, seria: descanse! A mulher se sente culpada por descansar.
Isso é cultural. No passado recente, aquela que descansasse minimamente, que
não estivesse o tempo inteiro trabalhando ou se dedicando a atividades e aos
outros, era chamada de preguiçosa, vadia. O descanso é necessário a qualquer
ser humano. Só que a mulher faz das tripas o coração. condicionada de que vai
ter cada vez mais resultado ao seguir o ritmo. O que é um grande erro. É
exatamente porque mulheres estão cada vez mais estafadas, exaustas, cansadas,
sem repousar o suficiente que elas começam a perder saúde física e mental.
Viva com mais leveza
Será que as exigências são apenas externas ou são
nossas também? Não seja tão dura consigo.Liberte-se da pressão de
“dar conta de tudo” e abra espaço para mais leveza no seu dia a dia e em sua
vida. Proporcione a si mais o que realmente traz alegria e satisfação à sua
vida no momento. Essa mudança de perspectiva, segundo Marciele, pode melhorar
sua produtividade e a qualidade de seus relacionamentos.
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