Com a chegada do período de recesso escolar, pais, cuidadores e responsáveis devem dobrar a atenção nos jovens e adotar medidas de precaução
O período de férias escolares, que se estende até o início de fevereiro, é
quando as crianças e adolescentes têm mais tempo livre para se envolverem com
atividades lúdicas dentro e fora de casa, em espaços voltados para a recreação
do público infantil. No entanto, pais, cuidadores e responsáveis pelas crianças
precisam ficar atentos diante dos riscos que brincadeiras podem trazer.
Se por um lado as atividades de lazer apoiam o desenvolvimento infantil, ao
estimular a imaginação, a curiosidade e a criatividade, além de contribuir para
a sociabilidade dos mais jovens, por outro podem colocar a saúde e a vida deles
em perigo. Os incidentes podem envolver ocorrências de quedas, engasgos,
sufocação, queimaduras e intoxicação, além de cortes e lesões.
Em 2023, os acidentes envolvendo crianças e adolescentes no Brasil cresceram quase 8% na comparação com o ano anterior, segundo estudo (Crédito: Pexels) |
Um levantamento realizado pela Aldeias Infantis SOS, organização global que lidera o maior movimento de cuidado do mundo, mostrou que, em 2023, os acidentes envolvendo crianças e adolescentes no Brasil cresceram quase 8% na comparação com o ano anterior, sendo o maior número desde 2019, período pré-pandemia. No total, foram registradas 119.245 internações causadas por lesões não intencionais, entre as faixas etárias de 0 a 14 anos.
O
estudo, elaborado com dados do DataSUS e desenvolvido pelo Instituto Bem
Cuidar, programa de gestão de conhecimento da Aldeias Infantis SOS, analisou
oito categorias de causas de acidentes. Dentre as categorias em destaque,
estiveram sufocação (+ 11,24%), quedas (+ 10,33%), queimadura (+ 7,38%) e
afogamento (+ 5,78%).
Para
apoiar os adultos nessa época do ano, a especialista em Entornos Seguros e Protetores da
Aldeias Infantis SOS, Erika Tonelli, listou algumas orientações
básicas para a proteção e prevenção de acidentes durante as atividades
infantis.
“Durante as férias, os riscos tendem a aumentar, uma vez que crianças e adolescentes estarão com mais tempo livre para explorar os ambientes. Vale fazer uma ‘operação pente fino’ na casa e demais espaços nos quais aproveitarão a data para garantir uma diversão saudável e segura”, destaca Erika.
“Adotar medidas prevenção é uma das formas mais eficientes para que acidentes não ocorram. Medidas básicas de precaução podem evitar problemas graves e minimizar situações com potencial de ferimentos e, principalmente, salvar vidas. É fundamental verificar a segurança do local antes que as crianças brinquem livremente pelo ambiente”, reforça a especialista da Aldeias Infantis SOS.
Seguem algumas orientações básicas para a prevenção de acidentes com crianças:
Quedas: Crianças não devem brincar próximas a janelas ou sacadas sem proteção,
que devem ter grades ou redes de segurança. A atenção deve ser redobrada com
pisos escorregadios, lajes e escadas, que oferecem alto risco para quedas. As
brincadeiras em parquinhos e brinquedões também devem ser supervisionadas para
evitar acidentes;
Tomadas: Para evitar descargas elétricas, todas as
tomadas devem estar tampadas e protegidas para obstruir o contato das crianças.
Segundo o Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica 2022, divulgado
pela Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade
(Abracopel), 342 crianças de 0 a 10 anos foram vítimas fatais de choque
elétrico na última década;
Gavetas: É indispensável adicionar travas em gavetas com
objetos cortantes e que ofereçam risco. Além disso, não é somente a faca que
apresenta perigo. Itens de cozinha em geral, além de objetos como clipes
metálicos, tampa de caneta e tesoura, por exemplo, também podem causar
acidentes;
Intoxicação: É essencial manter remédios, produtos de
limpeza, de higiene e de beleza, venenos e plantas tóxicas fora do alcance das
crianças;
Hospedagem: Em caso de
viagem, não importa onde seja a hospedagem, na casa de familiares ou quarto de
hotel, as condições de segurança devem ser avaliadas e adaptadas para as
crianças;
Atividades ao ar livre: Ao andar de skate, bicicleta ou
patins, por exemplo, é necessário usar equipamentos de segurança, como
capacete, cotoveleiras e joelheiras, para evitar o risco de lesões graves. Nos
parquinhos, sempre verificar a condição dos brinquedos e não utilizá-los caso
estejam quebrados, enferrujados ou com superfícies perigosas. Se a brincadeira
escolhida for empinar pipas, certifique-se de estar longe de fiações e, em caso
de relâmpagos, recolha o brinquedo imediatamente;
Brincadeiras aquáticas: Não deixe as crianças sozinhas à
beira de piscinas, rios ou lagos, e, ao entrar na água, faça o uso de coletes
salva-vidas, uma vez que boias de braço não são aconselhadas. Fique atento
ainda com baldes, bacias e piscinas plásticas, que mesmo rasos, podem ser
perigosos;
Atividades em grupo: Em hotéis e colônias, procure saber
se existe uma equipe de monitores especializados para cuidar de crianças, com
profissionais formados em primeiros socorros. No caso de atividades que
necessitem de equipamentos de segurança, exija que sejam utilizados e atente às
condições dos instrumentos.
Sobre a Aldeias Infantis SOS
A Aldeias Infantis SOS (SOS Children’s Villages) é uma organização global, de incidência local, que atua no cuidado e proteção de crianças, adolescentes, jovens e suas famílias. A Organização lidera o maior movimento de cuidado do mundo e atua junto a meninos e meninas que perderam o cuidado parental ou estão em risco de perdê-lo, além de desenvolver ações humanitárias.
Fundada na Áustria, em 1949, está presente em mais de 130 países. No Brasil, atua há 57 anos e mantém mais de 80 projetos, em cerca de 30 localidades de Norte ao Sul do país. Ao trabalhar junto com famílias em risco de se separar e fornecer cuidados alternativos para crianças e adolescentes que perderam o cuidado parental, a Aldeias Infantis SOS luta para que nenhuma criança cresça sozinha.
Para mais informações, acesse o site: www.aldeiasinfantis.org.br/
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