Alta foi puxada por alimentos, transportes e saúde, com maior impacto para famílias de renda mais baixa, mostra pesquisa
Os avanços seguidos nos custos com saúde, cuidados pessoais e transportes, além das tarifas dentro da bandeira vermelha na conta de luz pressionaram o aumento do custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) neste ano. É o que revela o Índice de Custo de Vida por Classe Social (CVCS), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que encerrará 2024 em alta de 4,9%, superando os 3,83% registrados no final de 2023 [gráfico 1].
Somente em novembro, a inflação foi de 0,51%, impulsionada pelos preços de carnes (o acém, por exemplo ficou 9,1% mais caro) e pelas passagens aéreas (24,4%). Isso mesmo levando em conta que a energia elétrica caiu 7,2% no consumo residencial.
De janeiro a novembro, houve uma alta acumulada de 4,24% no custo de vida na RMSP. Considerando o cenário dos últimos doze meses, a taxa é de 4,75%. No ano passado, o CVCS acumulava 3,33% entre janeiro e novembro e 3,85% no
período compreendido entre dezembro de 2022 e novembro de 2023.
[GRÁFICO 1]
CUSTO DE VIDA POR CLASSE SOCIAL (CVCS)
12 MESES
Fonte: FecomercioSP
[TABELA 1]
CUSTO DE VIDA POR CLASSE SOCIAL (CVCS) GERAL
Novembro de 2024
Fonte: FecomercioSP
Impacto por classes de renda
Toda essa inflação foi mais sentida pelas classes de renda mais baixa, que sentem o peso dos preços dos alimentos e dos transportes com mais força em seus orçamentos.
Em novembro, por exemplo, o custo de vida subiu 0,73% para a classe E e 0,31% para a classe A. No acumulado do ano, as classes E e D enfrentaram altas de 4,86% e 4,88%, respectivamente [tabela 2]. Isso se explica porque o grupo de alimentos e bebidas acumulou variação de 6,23% nos últimos 12 meses, seguido por transportes e saúde e cuidados pessoais (4,71% e 4,15%, respectivamente).
A classe E, de menor renda, foi a mais impactada, com elevação de 4,86%
no custo de vida, enquanto a classe A registrou alta de 4,57%.
[TABELA 2]
CUSTO DE VIDA POR CLASSE SOCIAL (CVCS) POR CLASSES
Novembro de 2024
Fonte: FecomercioSP
Altas nos índices
O Índice de Preços do Varejo (IPV), que calcula a inflação no comércio, subiu 0,76% em novembro. No ano, a alta acumulada foi de 4,31%, também impactado pelo grupo de Alimentação e Bebidas (2,50%). Em 2024, esse grupo já ficou 7,21% mais caro sendo que, no ano passado, esse indicador acumulou elevação de 1,18% entre janeiro e novembro.
Já o Índice de Preços de Serviços (IPS) cresceu 0,25% em novembro, com uma subida de 4,18% em 2024. No ano passado, esse indicador estava em 5,65% entre janeiro e novembro. Dentre os grupos do IPS, apenas o de habitação (-1,67%) e de educação (-0,01%) encerram novembro com decréscimo. O grupo de transportes cresceu 3,37% e despesas pessoais 0,84% pressionando a alta. Nas análises por estrato de rendimento, as classes com mais poder aquisitivo percebem o aumento dos preços de serviços em relação as classes mais baixas de
modo significativo.
Nota metodológica CVCS
O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços
de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações
da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas
de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta
de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A
estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo
obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O
IPS avalia 66 itens de serviços, e o IPV, 181 produtos de consumo.
FecomercioSP
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