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segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

DEZEMBRO LARANJA

Desvendando mitos e verdades sobre o câncer de pele

Especialistas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz reforçam a importância da conscientização, prevenção e diagnóstico precoce

 

O câncer de pele é o mais comum no Brasil, com estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontando mais de 220 mil novos casos anuais de câncer de pele não melanoma no Brasil entre 2024 e 2025. Apesar de ser altamente tratável quando diagnosticado precocemente, ainda há muitos mitos sobre a doença. 

Durante o Dezembro Laranja, especialistas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz reforçam a importância da conscientização e trazem esclarecimentos sobre a prevenção, diagnóstico e tratamento. 

“Existem três principais tipos de câncer de pele: o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma. Esse último, embora menos frequente, é o mais agressivo devido à sua alta capacidade de metástase (quando as células cancerígenas se espalham para outras regiões do organismo além do local de origem do tumor) e crescimento rápido”, explica o Dr. Waldec Jorge, head do Núcleo de Tumores de Pele e Sarcomas do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. 

“A boa notícia é que, com os avanços em imunoterapia e terapias direcionadas, estamos aumentando significativamente as taxas de sobrevivência, mesmo em estágios avançados”, complementa.

 

Dicas de prevenção 

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, quando descoberto no início, tanto os carcinomas como os melanomas têm mais de 90% de chance de cura. Por isso, o diagnóstico precoce, medidas protetivas e avaliação dermatológica anual são fundamentais para a prevenção e o diagnóstico precoce da doença. 

Dra. Larissa Montanheiro, dermatologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, orienta que evitar a exposição ao sol nos horários de pico, entre 10h e 16h que têm grande incidência de raios ultravioleta B, usar protetor solar diariamente e reaplicá-lo a cada duas horas são práticas indispensáveis. “O uso de roupas com proteção UV, chapéus e óculos escuros também ajudam, mas é importante lembrar que nenhuma medida isolada substitui o cuidado regular com a pele”, conta. 

Uma das principais estratégias de prevenção ao subtipo melanoma pode ser o autoexame. Para isso, a Dra. Larissa recomenda a adoção da regra ABCDE, para analisar as pintas do corpo, que auxilia na identificação de lesões suspeitas: 

  • A (Assimetria): pintas com formas desiguais.
  • B (Bordas): pintas com bordas irregulares ou mal definidas.
  • C (Cor): alterações ou múltiplas cores em uma mesma pinta.
  • D (Diâmetro): lesões maiores que 5mm.
  • E (Evolução): mudanças no tamanho, forma ou cor das pintas 

“Se houver qualquer dúvida sobre uma pinta ou mancha, o ideal é procurar um dermatologista. Esse tipo de avaliação pode fazer toda a diferença”, alerta.

 

Mitos e Verdades: 

  1. O câncer de pele só ocorre em áreas expostas ao sol.
    • Mito: embora as áreas expostas sejam mais propensas, o câncer de pele pode surgir em regiões menos visíveis, como couro cabeludo, mucosas e plantas dos pés. Essas áreas muitas vezes são negligenciadas em exames regulares, atrasando o diagnóstico.
       
  2. Pessoas jovens não desenvolvem câncer de pele.
    • Mito: apesar de mais comum em pessoas acima dos 40 anos, casos de melanoma podem ocorrer em crianças e jovens, especialmente devido a fatores genéticos ou exposição solar intensa e desprotegida.
       
  3. Protetor solar previne o câncer de pele.
    • Verdade: o uso regular de protetor solar com FPS adequado reduz significativamente os danos causados pelos raios UV, prevenindo alterações celulares que podem levar ao câncer. No entanto, ele deve ser combinado com outras medidas, como uso de roupas protetoras e evitar o sol nos horários de pico.
       
  4. O câncer de pele sempre apresenta sintomas visíveis.
    • Mito: em estágios iniciais, o câncer de pele pode ser silencioso, sem coceira, dor ou mudanças perceptíveis. A consulta regular ao dermatologista é essencial para identificar alterações antes de se tornarem graves.
       
  5. Todas as pintas são cancerígenas.
    • Mito: a maioria das pintas é benigna. Contudo, pintas que apresentam alterações no tamanho, cor, bordas ou textura devem ser monitoradas, pois podem indicar câncer de pele, especialmente melanoma.
       
  6. Pessoas negras não desenvolvem câncer de pele.
    • Mito: embora a melanina ofereça proteção adicional contra raios UV, pessoas negras também estão suscetíveis, especialmente em áreas menos expostas ao sol, como as palmas das mãos e plantas dos pés.
       
  7. Queimaduras solares na infância aumentam o risco de câncer de pele na vida adulta.
    • Verdade: os danos causados pelos raios UV são cumulativos e queimaduras solares intensas na infância ou adolescência aumentam significativamente o risco de desenvolver câncer de pele ao longo da vida.
       
  8. Melanoma é sempre uma pinta preta.
    • Mito: existem subtipos de melanoma, como o amelanótico, que não apresentam pigmentação escura. Essas lesões podem ser confundidas com outras condições benignas, dificultando o diagnóstico precoce.
       
  9. Manchas vermelhas na pele podem ser câncer.
    • Verdade: lesões vermelhas que coçam, descamam ou sangram podem ser sinais de carcinoma espinocelular ou outros tipos de câncer de pele. É importante procurar um dermatologista para avaliação.
       
  10. A exposição solar é o único fator de risco.
    • Mito: embora a exposição aos raios UV seja a principal causa, fatores como predisposição genética, histórico familiar e uso de câmaras de bronzeamento também aumentam o risco de desenvolver câncer de pele. 

O Hospital Alemão Oswaldo Cruz conta com uma equipe multidisciplinar que atua em todas as etapas do cuidado ao câncer de pele, desde a prevenção até o tratamento clínico, cirúrgico e radioterápico. 

O Dr. Waldec Jorge ainda ressalta o uso de tecnologia de ponta no Hospital, como o Fotofinder. “Com este equipamento, conseguimos mapear digitalmente toda a pele e realizar dermatoscopia das pintas, um recurso fundamental para pacientes com alto risco de melanoma.”




Hospital Alemão Oswaldo Cruz
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