Crescer é, sem dúvidas, o objetivo de toda empresa.
No entanto, antes de expandir o seu sucesso para fora, é importante ter bem
alinhado internamente um conjunto de práticas que envolvem um amplo
entendimento do negócio e aprimorar, principalmente, os aspectos de cultura e
governança – elementos que, infelizmente, para muitas organizações, ainda são
vistos como um grande desafio.
Não há como negar que o conceito de governança vem
ganhando destaque com o despontamento do ESG (Environmental, Social, and
Governance) nas organizações. Prova disso é que, segundo uma pesquisa realizada
pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 49% das empresas industriais têm
uma área específica para este segmento. No entanto, quando se observa o outro
lado da moeda, percebe-se que muitas empresas ainda mantêm receios em relação
às mudanças e aos custos que essa atividade pode acarretar.
E, mesmo os resultados sendo expressivos, também
precisamos chamar atenção ao fato de que, de nada adianta investir em ações em
prol da governança, se deixar de lado a cultura organizacional, uma vez que ela
é, na verdade, uma importante aliada. Ou seja, ao mesmo tempo em que uma
empresa precisa crescer em números, também é necessário que sejam obtidos
ganhos para a equipe do ponto de vista profissional e pessoal, proporcionando
um ambiente propício para o desenvolvimento de todos os envolvidos.
Então, qual é a relação entre a cultura e
governança? A resposta é clara: elas estão interligadas em todos os aspectos.
Ambas se complementam, uma vez que, enquanto a primeira é voltada para o clima
organizacional, com foco em engajar e motivar o time mantendo firme os
propósitos, a segunda reúne conjunto de práticas de gestão, fornecendo uma
visão geral da organização e auxiliando nos processos de tomadas de decisões
mais assertivas.
Nesse contexto, o "process advisor"
mencionado no livro "Reinventing Organizations" (Reinventando as
Organizações), de Frederic Laloux, desempenha um papel fundamental. Este
modelo, que promove uma abordagem holística e colaborativa para a tomada de
decisões, enfatiza a importância de incluir todos os membros da organização no
processo de governança e de consulta. Essa abordagem democrática contribui para
uma cultura mais inclusiva e engajada.
Contudo, mesmo que a importância desses dois
elementos nas organizações seja algo notório, ainda assim, a resistência por
parte das empresas em aceitar as mudanças continua. É aquela velha história:
“por que mudar se até hoje deu certo?”. Naturalmente, toda transformação gera
dores e desconfortos, mas isso não é justificativa para se manter na zona de
conforto.
Diferentemente do que se imagina, investir na
cultura e governança agrega uma série de benefícios, que vão desde o
engajamento do time, até o retorno financeiro. Ou seja, ao ter alinhado esses
dois pilares, é possível deixar uma empresa mais eficiente, dando capacidade
para que sejam identificados possíveis problemas e saná-los com agilidade, o
que, consequentemente, evita custos adicionais que gerem prejuízos futuramente.
Obviamente, conciliar tais mudanças é uma tarefa
árdua, o que reforça ainda mais a necessidade de envolver as pessoas nessa
jornada. Além disso, é importante destacar que, mesmo os princípios sendo os
mesmos, cada empresa tem um processo diferente de abordagem e características
específicas que irão guiar esse percurso.
Nesse sentido, contar com o apoio de uma
consultoria especializada nesse segmento se torna recurso valioso, uma vez que
ela irá ajudar a empresa a compreender o momento atual, bem como traçar metas
eficientes para serem atingidas, com base em modelos já aplicados – tudo isso,
somado ao apoio frente às transformações que serão feitas.
Em resumo, investir na cultura e governança de uma
empresa se destaca em elementos fundamentais que podem ajudar, de forma
eficiente, que a organização fomente seu desempenho. Todavia, para que tais
práticas tenham sucesso, é necessário que haja um envolvimento amplo de todas
as áreas e pessoas da organização.
É essa ação que permitirá que a empresa possa
reconstruir ou aprimorar sua cultura, com base na opinião e apontamentos da
equipe como um todo. Ao ter esses princípios estabelecidos, a governança vem
para coroar essas mudanças, conciliando boas práticas de gestão que permitam
unir tais diversificações no cotidiano da organização. Certamente, dúvidas e
receios podem aparecer no caminho e causar ressalvas quanto a eficácia do
processo, mas, quanto a isso, cabe enfatizar que, para se ter ganhos, é preciso
ter força de vontade e estar disposto a enfrentar o caminho pela frente.
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