Esteroides
androgênicos e anabolizantes são considerados, pela Organização Mundial da
Saúde (OMS), substâncias provavelmente carcinogênicas a humanos. Pensando
nisso, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) aprova a Resolução
do CFM (No 2.333, de 30 de março de 2023), que contraindica o uso com a
finalidade estética, ganho de massa muscular e melhora do desempenho esportivo
A SBCO alerta que os esteroides androgênicos e
anabolizantes são considerados substâncias provavelmente carcinogênicas a
humanos (Categoria 2A), segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer
da Organização Mundial da Saúde (IARC/OMS). A entidade classifica o risco de
câncer das diferentes etiologias (causas) em quatro grupos: Grupo 1: O agente é
carcinogênico a humanos / Grupo 2A: O agente provavelmente é carcinogênico a
humanos / Grupo 2B: O agente é possivelmente carcinogênico a humanos e Grupo 3:
O agente não é classificado como carcinogênico a humanos.
“Muitas mulheres têm usado testosterona nos últimos
anos, porém carecemos de dados de segurança quanto ao uso de andrógenos e o
risco de desenvolvimento ou piora de quadros de neoplasia maligna,
principalmente de mama”, aponta o mastologista e cirurgião oncológico José Luiz
Bevilacqua, da Comissão de Neoplasias da Mama da SBCO. De acordo com o
cirurgião oncológico e presidente da SBCO, Héber Salvador, é fundamental haver
o debate profundo e permanente em relação às terapias hormonais entre as
sociedades médicas e o CFM.
NOTA OFICIAL DA SBCO – 13 DE
ABRIL DE 2023
Nota da SBCO referente a
Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) No 2.333, de 30 de março de
2023.
A SBCO, considera que essa
Resolução do CFM (No 2.333, de 30 de março de 2023) é de grande relevância,
pois norteia a atuação dos médicos em relação às terapias de reposição
hormonal, especificamente no uso de esteroides androgênicos e anabolizantes.
Vale lembrar que os esteroides
androgênicos e anabolizantes são considerados substâncias provavelmente
carcinogênicas a humanos (Categoria 2A), segundo a Agência Internacional de
Pesquisa em Câncer (IARC – International Agency for Research on Cancer) da
Organização Mundial da Saúde.
Desta forma, compartilhamos
nossa preocupação com o uso indevido destas substâncias muito bem descrita na
Resolução do CFM. Muitas mulheres têm usado testosterona nos últimos anos,
porém carecemos de dados de segurança quanto ao uso de andrógenos e o risco de
desenvolvimento ou piora de quadros de neoplasia maligna, principalmente de
mama.
A SBCO permanece preocupada
com o uso de implantes (“chips”) como terapia de reposição hormonal (TRH)
feminina em mulheres na menopausa. Vários aspectos relevantes merecem ser
destacados sobre esta modalidade de TRH. Não existe aprovação de uso pela
ANVISA. Estes implantes são colocados no subcutâneo (gordura) e a liberação
destes homônimos ocorre de maneira não controlada e irregular. Da mesma maneira
que os androgênios, não existem estudos que demonstrem a segurança desta forma
de reposição hormonal, podendo acarretar aumento de risco para câncer de mama e
outros órgãos. Outro grave problema ocorre quando a paciente desenvolve
câncer de mama na vigência de TRH com implante, já que a remoção destes
implantes é muito difícil tecnicamente de ser adequadamente realizada, o que
acarreta um nível sérico elevado destes homônimos por um longo período,
dificultando sobremaneira o tratamento do câncer de mama.
Acreditamos que o debate
profundo e permanente entre as sociedades médicas e o CFM, deva ser ainda mais
abrangente em relação às terapias hormonais.
Diretoria da SBCO
Comissão
de Neoplasias da Mama da SBCO
Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica – SBCO
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