Pesquisar no Blog

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Psiquiatra fala sobre os sintomas e porque essa alteração do sono deve ser tratada corretamente

Ter pouco ou muito sono deve sempre acender a luz vermelha, pois essas duas alterações do sono podem estar associadas a algumas patologias. De acordo com a Associação Brasileira do Sono (ABS), aproximadamente 73 milhões de brasileiros sofrem de insônia, ou seja, quase 1/3 da nossa população apresenta alguma dificuldade em iniciar ou manter o sono. “Para o bom funcionamento da nossa mente e do nosso cérebro, o sono é extremamente essencial. Durante a noite, o fluxo sanguíneo no cérebro aumenta e as células cerebrais diminuem de tamanho", explica a psiquiatra Kelly Pereira Robis, professora da UFMG e da PUC/Minas.    

O sono normal é um processo ativo, no qual se observa um padrão cíclico de atividade cerebral que se repete a cada 90 a 120 minutos, sendo duas grandes fases que se alternam durante a noite: Rapid Eye Movement (que chamamos de sono REM) e não-REM. Toda pessoa após 8 horas de sono, por exemplo, experimenta cerca de 5 a 6 ciclos de sono. “A insônia: dificuldade em iniciar ou manter um sono restaurado que resulta em fadiga cuja gravidade ou persistência causa sofrimento clinicamente significante ou prejuízo no funcionamento. Já a pessoa com hipersonia apresenta uma sonolência excessiva durante o dia ou episódios anormais prolongados de sono noturno", diz a psiquiatra.   

  

Hipersonia: sintomas, causas e tratamento    

De acordo com pesquisas, a hipersonia atinge cerca de 2,5% da população brasileira, sendo um distúrbio raro do sono que provoca sonolência excessiva durante o dia mesmo após uma noite de sono prolongado, podendo também causar sintomas de falta de energia, falta de concentração, irritabilidade ou cansaço intenso ao longo do dia.     

Esse tipo de distúrbio pode ser causado por fatores genéticos, sendo chamada de hipersonia idiopática ou primária, ou pode ocorrer devido a outros problemas de saúde, como anemia ou hipotireoidismo, por exemplo, sendo nestes casos considerada hipersonia secundária.     

Quem sofre com a hipersonia pode ter sua vida muito prejudicada com a perda da qualidade de vida, podendo afetar o desempenho na escola ou no trabalho.   

  

Principais sintomas e causas   

Na hipersonia o cansaço constante durante o dia, mesmo após um boa noite de sono, ou a dificuldade para acordar após longos períodos de sono são os principais sintomas.    

Entretanto, a hipersonia também pode manifestar-se com variados sintomas como sensação de falta de energia; falta de atenção e foco; fala lenta; dificuldade em pensar e tomar decisões; perda de concentração ou de memória; muito cansaço durante o dia; irritabilidade; inquietação; ansiedade e perda do apetite. 
  

A hipersonia recebe duas classificações: a idiopática e a secundária. A Hipersonia idiopática ou hipersonia primária: a causa exata da hipersonia idiopática não é totalmente conhecida, mas alguns estudos mostram que pode estar relacionada a distúrbios nas substâncias químicas no cérebro relacionadas às funções do sono e da vigília.     

A hipersonia idiopática pode ser a de sono prolongado com a necessidade de dormir mais de 24 horas seguidas; e a hipersonia idiopática sem sono prolongado, caracterizada por dormir em média 10 horas de sono seguidas, mas necessita de vários pequenos cochilos ao longo do dia, para se sentir revigorada. Para a psiquiatra, geralmente, esse tipo de hipersonia está relacionada à predisposição genética como história familiar de hipersonia.    

Já a hipersonia secundária é causada por outros distúrbios ou doenças que podem causar sono excessivo como apneia do sono, doença de Parkinson, hipotireoidismo, deficiência de ferro ou depressão, por exemplo. Além disso, o uso de medicamentos ansiolíticos, antidepressivos ou estabilizadores do humor, que têm como principal efeito colateral a sonolência excessiva, também podem causar hipersonia secundária.     

O tratamento geralmente varia de acordo com o tipo de hipersonia. “Normalmente, a medicação recomendada é o uso de estimulantes. O principal objetivo desses medicamentos é diminuir o tempo de sono e aumentar o tempo em que se está acordado, ajudando a ter maior disposição durante o dia, além de melhorar significativamente o humor e diminuir a irritabilidade”, ressalta a psiquiatra Kelly Robis. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados