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quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Dia Nacional da Vacinação: nunca se falou tanto sobre vacinas; médico aponta a importância em especial para as crianças

Recentemente a Anvisa aprovou o uso da vacina da Pfizer para a imunização contra Covid-19 em crianças entre 6 meses e 4 anos de idade, o que segundo o especialista foi uma decisão acertada que devido ajudar a inibir  a síndrome inflamatória
multissistêmica, grave e potencialmente fatal nas crianças

 

No próximo dia 17 de outubro é comemorado o Dia Nacional da Vacinação. A data tem como objetivo trazer conscientização sobre o tema, fazendo um alerta sobre a importância da imunização promovida pelas vacinas, que são capazes de erradicar ou pelo menos diminuir a incidência de doenças graves, como varíola, caxumba, gripe, poliomielite, rubéola, sarampo e tétano.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), as vacinas salvam a vida de 3 milhões de pessoas a cada ano. O desenvolvimento das vacinas representa um avanço na medicina, pois diminuem os gastos com internações e medicamentos, e melhoram a qualidade de vida das pessoas. Entretanto, além da vacinação das doenças tradicionais, que devem começar desde cedo com os recém-nascidos, também é preciso estar alerta para as Imunodeficiências Primárias ou Erros Inatos da Imunidade.

Antonio Condino-Neto, Presidente do Departamento de Imunologia da Sociedade Brasileira de Pediatria e Coordenador do Laboratório de Imunologia Humana do ICB-USP, explica que Imunodeficiências Primárias ou Erros Inatos da Imunidade são um grupo composto por cerca de 450 doenças de origem genética, classificadas em 10 grupos, e que demandam diagnóstico e tratamento precoce para evitar complicações, sequelas e mortes. 

Segundo Condino-Neto, que também é sócio-fundador da
Immunogenic, primeiro laboratório especializado em triagem neonatal dos Erros Inatos da Imunidade por meio do teste do pezinho, essas doenças podem afetar a imunidade logo no início da vida dos bebês e gerar uma série de complicações. “Isso faz com que os recém-nascidos se tornem suscetíveis às infecções de repetição graves ou alergias e doenças autoimunes, também tendo risco de desenvolverem câncer”, afirma.

As Imunodeficiências Primárias ou Erros Inatos da Imunidade são descobertas por meio do teste do pezinho, que é feito em crianças recém-nascidas, a partir das gotas de sangue coletadas do calcanhar do bebê, permitindo assim identificar precocemente tais doenças graves assintomáticas ao nascimento. O exame é considerado obrigatório em todo o território brasileiro.

A inclusão da triagem das imunodeficiências primárias foi possível graças à ampliação do teste do pezinho, que agora envolve até 50 novas doenças raras. Antes, o exame englobava apenas seis doenças: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, anemia falciforme, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase. O Governo Federal sancionou o Projeto de Lei em maio de 2021 e o Sistema Único de Saúde (SUS) ficou responsável pela implementação, que deve durar quatro anos.

Por essa razão, Condino-Neto ressalta que deve-se sempre priorizar o teste do pezinho ampliado, para testar a imunidade da criança antes mesmo que comece a vacinar ou vá para casa após o nascimento. “O principal objetivo do teste é detectar o grande grupo das chamadas imunodeficiências graves combinadas e agamaglobulinemia congênitas, que é quando a criança não produz anticorpos”, finaliza o médico.

 

Vacinação de crianças contra a Covid-19

No último mês, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso da vacina da Pfizer para a imunização contra Covid-19 em crianças entre 6 meses e 4 anos de idade. Após análises e estudos realizados pela equipe técnica da Agência em laboratório, a vacina é considerada segura e eficaz para a faixa etária. E já aprovada, está oficialmente permitido o início da aplicação no Brasil.

Condino-Neto acredita que a medida tomada foi correta e necessária para proteger as crianças contra as possíveis complicações da COVID, incluindo a síndrome inflamatória multissistêmica, grave e potencialmente fatal.

Segundo o médico, a vacinação continua sendo de extrema importância para contribuir para o processo de imunização da comunidade, pois ao conseguir abranger todas as faixas etárias, é possível estabelecer uma rede de proteção entre as pessoas. Afinal, se bebês e crianças menores tivessem se vacinado antes, mortes e sequelas poderiam ter sido evitadas.

 

 Immunogenic

https://www.immunogenic.com.br/


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