Recentemente a
Anvisa aprovou o uso da vacina da Pfizer para a imunização contra Covid-19
em crianças entre 6 meses e 4 anos de idade, o que segundo o especialista foi
uma decisão acertada que devido ajudar a inibir a síndrome inflamatória
multissistêmica,
grave e potencialmente fatal nas crianças
No próximo dia 17 de outubro é comemorado o Dia
Nacional da Vacinação. A data tem como objetivo trazer conscientização sobre o
tema, fazendo um alerta sobre a importância da imunização promovida pelas
vacinas, que são capazes de erradicar ou pelo menos diminuir a incidência de
doenças graves, como varíola, caxumba, gripe, poliomielite, rubéola, sarampo e
tétano.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), as vacinas salvam a vida
de 3 milhões de pessoas a cada ano. O desenvolvimento das vacinas representa um
avanço na medicina, pois diminuem os gastos com internações e medicamentos, e
melhoram a qualidade de vida das pessoas. Entretanto, além da vacinação das
doenças tradicionais, que devem começar desde cedo com os recém-nascidos,
também é preciso estar alerta para as Imunodeficiências Primárias ou Erros
Inatos da Imunidade.
Antonio Condino-Neto, Presidente do Departamento de Imunologia da
Sociedade Brasileira de Pediatria e Coordenador do Laboratório de Imunologia
Humana do ICB-USP, explica que Imunodeficiências Primárias ou
Erros Inatos da Imunidade são um grupo composto por cerca de 450 doenças de
origem genética, classificadas em 10 grupos, e que demandam diagnóstico e
tratamento precoce para evitar complicações, sequelas e mortes.
Segundo Condino-Neto, que também é sócio-fundador da Immunogenic, primeiro laboratório especializado em triagem neonatal dos Erros
Inatos da Imunidade por meio do teste do pezinho, essas doenças podem afetar a
imunidade logo no início da vida dos bebês e gerar uma série de complicações.
“Isso faz com que os recém-nascidos se tornem suscetíveis às infecções de
repetição graves ou alergias e doenças autoimunes, também tendo risco de
desenvolverem câncer”, afirma.
As Imunodeficiências Primárias ou Erros Inatos da Imunidade são descobertas por
meio do teste do pezinho, que é feito em crianças recém-nascidas, a partir das
gotas de sangue coletadas do calcanhar do bebê, permitindo assim identificar
precocemente tais doenças graves assintomáticas ao nascimento. O exame é
considerado obrigatório em todo o território brasileiro.
A inclusão da triagem das imunodeficiências primárias foi possível graças à
ampliação do teste do pezinho, que agora envolve até 50 novas doenças raras.
Antes, o exame englobava apenas seis doenças: fenilcetonúria, hipotireoidismo
congênito, anemia falciforme, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e
deficiência de biotinidase. O Governo Federal sancionou o Projeto de Lei em
maio de 2021 e o Sistema Único de Saúde (SUS) ficou responsável pela
implementação, que deve durar quatro anos.
Por essa razão, Condino-Neto ressalta que deve-se sempre priorizar o teste do
pezinho ampliado, para testar a imunidade da criança antes mesmo que comece a
vacinar ou vá para casa após o nascimento. “O principal objetivo do teste é
detectar o grande grupo das chamadas imunodeficiências graves combinadas e
agamaglobulinemia congênitas, que é quando a criança não produz anticorpos”,
finaliza o médico.
Vacinação de crianças contra a
Covid-19
No último mês, a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) aprovou o uso da vacina da Pfizer para a imunização contra
Covid-19 em crianças entre 6 meses e 4 anos de idade. Após análises e estudos
realizados pela equipe técnica da Agência em laboratório, a vacina é
considerada segura e eficaz para a faixa etária. E já aprovada, está
oficialmente permitido o início da aplicação no Brasil.
Condino-Neto acredita que a medida tomada foi correta e necessária para
proteger as crianças contra as possíveis complicações da COVID, incluindo a
síndrome inflamatória multissistêmica, grave e potencialmente fatal.
Segundo o médico, a vacinação continua sendo de extrema importância para contribuir
para o processo de imunização da comunidade, pois ao conseguir abranger todas
as faixas etárias, é possível estabelecer uma rede de proteção entre as
pessoas. Afinal, se bebês e crianças menores tivessem se vacinado antes, mortes
e sequelas poderiam ter sido evitadas.
https://www.immunogenic.com.br/
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