Meta do Ministério da Saúde é garantir a
imunização a 95% das crianças de até 5 anos de idade; média nacional é de
apenas 65% até o momento
O caso de paralisia flácida aguda registrado em uma criança de 3
anos do município de Santo Antônio do Tauá, no Pará, colocou em alerta as
autoridades de saúde sobre uma possível volta da poliomielite no país. Isso
porque, mesmo com a informação de que se trata de situação isolada, em que
houve erro no esquema vacinal da criança e sem relação com o poliovírus existe
a preocupação devido aos baixos índices de vacinação no país em 2022.
“A cobertura vacinal, que deveria ser de 95% em crianças de
até 5 anos de idade, está na média de 65% no país. A Paraíba, até o momento, é
o único estado a alcançar essa meta de vacinação da população infantil”, alerta
a Coordenadora do Serviço de Pediatria do Grupo Trasmontano, Patricia Terrivel.
Segundo o Ministério da Saúde, a meta é imunizar 11,5 milhões de
crianças contra a pólio, mas, até agora, apenas 7,5 milhões de doses foram
aplicadas. No Sudeste, o estado com taxa mais alta de vacinação é Minas Gerais
(77,74%), seguido de São Paulo (61,77%), Espírito Santo (59,45%) e Rio de
Janeiro (40,17%).
Patricia Terrivel, destaca que é importante aproveitar o Dia
Mundial de Combate à Poliomielite, lembrado em 24 de outubro, para reforçar a
importância da imunização, que pode garantir uma vida livre da paralisia
infantil e suas sequelas.
“Com o início da vacinação, em 1989, o Brasil deixou de apresentar
casos da pólio e, no ano de 1994, recebeu certificado de eliminação da doença.
Infelizmente, em muitos países, o vírus continua circulando e pode chegar ao
nosso território, assim como reapareceu nos Estados Unidos. As campanhas são
fundamentais para incentivar a vacinação, ainda mais agora com essa onda de
disseminação de notícias falsas sobre os imunizantes. Os pais e responsáveis
devem estar atentos e proteger as suas crianças”, finaliza a Coordenadora de
Pediatria do Grupo Trasmontano.
Dia Mundial de Combate à Poliomielite
O Rotary Internacional foi o responsável por estabelecer 24 de
outubro como o Dia Mundial de Combate à Poliomielite, homenagem ao nascimento
de Jonas Salk, que comandou a primeira equipe a desenvolver uma vacina contra a
poliomielite.
Existem dois imunizantes contra a pólio: a VPO (vacina pólio oral)
ou Sabin, também conhecida por ser a vacina da gotinha; e a VIP (vacina
inativada pólio) ou Salk, administrada por via intramuscular. As vacinas são
conhecidas pelos nomes dos cientistas Jonas Salk e Albert Sabin, que
desenvolveram as duas modalidades de imunizantes contra a pólio.
Pólio
A poliomielite é uma doença infecto-contagiosa aguda, causada pelo
poliovírus, encontrado no intestino. Ela é vista com maior frequência em
crianças menores de 4 anos, mas também pode ocorrer em adultos.
A transmissão do vírus ocorre através da ingestão de água ou
alimentos contaminados, e de alimentos contato com gotículas expelidas ao
tossir e falar e por meio de fezes (contato fecal-oral).
Cerca de 1% dos infectados pode desenvolver a forma paralítica da
doença, capaz de deixar sequelas permanentes, como insuficiência respiratória
e, em alguns casos, levar à morte.
Prevenção
A doença deve ser evitada por meio da vacinação e da melhoria no
saneamento básico, com adoção de medidas preventivas que evitem a contaminação
fecal de água e alimentos. As vacinas devem ser administradas a partir dos 2
meses de vida, com mais duas doses aos 4 e 6 meses, além dos reforços entre 15
e 18 meses e aos 5 anos de idade.
Hospital IGESP
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