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terça-feira, 16 de agosto de 2022

Proibidos por lei, cigarros eletrônicos são tão prejudiciais quanto os cigarros comuns, sendo responsáveis por doenças pulmonares e cardiológicas

No Brasil, 1 a cada 5 jovens utilizam os vaporizadores. Ao todo no país, existem cerca de 2 milhões de usuários. Uso frequente do cigarro eletrônico está associado à evali, doença respiratória caracterizada por falta de ar, tosse, febre, fadiga, dor abdominal e dor no peito.

 

Mesmo com a comercialização proibida, o uso de cigarros eletrônicos ou vaporizadores é crescente, especialmente entre a população mais jovem. Com poucas informações sobre seus componentes, especialistas médicos afirmam que a utilização destes equipamentos pode causar doenças cardiológicas e pulmonares. 

De acordo com Ipec Pesquisa, hoje existem cerca de 2 milhões de usuários brasileiros dos cigarros eletrônicos, sendo a maioria jovens. O relatório do primeiro trimestre de 2022 do Covitel (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia), mostra que 1 a cada 5 jovens utiliza de forma recorrente, sendo a maior prevalência em homens e na região centro-oeste. 

Para a pneumologista do Hospital Santa Catarina -- Paulista, Dra. Thais Leibel, o fato dos vaporizadores conterem diferentes tipos de sabor acaba sendo um atrativo. “Eles também possuem uma forma bem atrativa e fácil de carregar. Outra questão é que ele era vendido como um produto não tóxico, levando a confusão para algumas pessoas, que julgam que realmente os cigarros eletrônicos não trazem nenhum tipo de mal. Somado a esses fatores está o fato de que entre os jovens tem a questão do modismo. O jovem tem muita dificuldade em falar não para o grupo de colegas que ele gosta”, explica a médica. 

Entre as possíveis doenças ocasionadas pelo uso do dispositivo estão o enfisema pulmonar, dermatite e câncer. Outra enfermidade provocada pelos cigarros eletrônicos é a evali. “A evali é uma doença exclusiva dos cigarros eletrônicos. Seus sintomas se assemelham a outras doenças respiratórias, como falta de ar, tosse, febre, fadiga, dor abdominal e dor no peito. Ela também pode estar acompanhada de diarreia, vômito e queda na oxigenação. Para diagnosticarmos a doença é preciso que a pessoa tenha utilizado o vaporizador nos últimos 90 dias. Utilizamos o raio-x ou a tomografia de tórax para identificarmos e, ainda, não temos um tratamento específico”, diz a pneumologista do Hospital Santa Catarina -- Paulista. Em 2020, o Brasil já havia registrado sete casos de evali. No entanto, segundo a pneumologista, há uma grande subnotificação nos casos da doença. 

Segundo os especialistas, um dos maiores problemas dos cigarros eletrônicos é a indefinição sobre seus componentes. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) aponta que os vaporizadores contêm substâncias tóxicas como a nicotina e outras, como acroleína, propilenoglicol, glicerina e aromatizantes, sendo esses últimos quatro presentes mesmo em equipamentos sem a nicotina. 

“Os cigarros eletrônicos surgiram com mais intensidade agora, ainda há muitas dúvidas sobre as substâncias, que diferem entre os dispositivos. Não sabemos os componentes. Algumas pesquisas identificaram diversos componentes, como remédios para hipertensão, cafeína, produtos químicos, entre outros. É um tiro no escuro”, afirma a Dra. Thais Leibel. 

Além das doenças pulmonares, os cigarros eletrônicos também afetam o sistema cardiovascular, aumentando a possibilidade de infarto, trombose, arritmia e hipertensão. Segundo o Dr. Edilberto Castilho, cardiologista do Hospital Santa Catarina -- Paulista, o cigarro eletrônico pode causar uma inflamação do endotélio, tecido ativo e responsável pela manutenção da circulação sanguínea. “Isso causa uma resposta inflamatória, podendo acarretar infarto agudo do miocárdio. Os vaporizadores também elevam a frequência cardíaca e a pressão do paciente”, explica. 

Outro risco presente nos cigarros eletrônicos é a explosão da bateria inserida dentro deles. Segundo a Agência Federal de Gestão de Emergências dos Estados Unidos, 80% dos casos ocorrem durante o carregamento. As explosões podem levar a danos na pele, como queimaduras. 

Segundo Dr. Castilho, para abandonar este vício, o ideal é fazer atividade física recorrente e eliminar as ações relacionadas com o tabagismo como, por exemplo, beber café durante o dia. “Existem medicamentos que ajudam também e sempre contam com o acompanhamento de um pneumologista”, conclui o cardiologista do Hospital Santa Catarina - Paulista.

 

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