Entenda como o tratamento funciona para os cânceres mais comuns nas clínicas de radioterapia
Pelo menos metade dos pacientes oncológicos vão precisar de
tratamento radioterápico em algum momento. Algumas neoplasias são mais
recorrentes nas clínicas e as que mais demandam a radioterapia como tratamento.
Para cada uma delas, existem uma indicação e um estudo individual.
A radioterapia, no geral, utiliza radiações ionizantes com o
objetivo de destruir ou impedir a proliferação das células tumorais, podendo
ser o único tratamento a ser realizado, ou parte de um tratamento combinado com
cirurgia ou quimioterapia, por exemplo.
“A indicação é mais comum em pacientes com câncer de mama;
próstata; cabeça e pescoço; colo do útero; colorretal e de pulmão”, enumera o
rádio-oncologista Miguel Torres, presidente do Instituto de Radioterapia
São Francisco.
Abaixo, o médico explica como é o tratamento em cada um deles:
Câncer de mama
No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima 66.280
novos casos de câncer de mama por ano. A radioterapia é amplamente empregada no
tratamento dos tumores de mama. “Pode ser utilizada de forma intra-operatória -
durante o procedimento cirúrgico, ou após as cirurgias mamárias, quando ela
deve proteger a mama do ressurgimento do tumor”, explica.
Câncer de próstata
Estima-se 65 mil diagnósticos de câncer de próstata anualmente.
“Nos casos em que o câncer está localizado, ou seja, não chegou a se espalhar
para outros órgãos, a radioterapia tem trazido bons resultados em relação à
qualidade de vida do paciente após o tratamento”, diz Torres.
Nesse caso, ela pode ser empregada de duas formas: Radioterapia
externa (sem contato com o paciente) e Braquiterapia (quando a fonte radioativa
está em contato com o órgão). A indicação depende da avaliação médica.
Câncer de cabeça e pescoço
As neoplasias de cabeça e pescoço englobam todos os tumores que
surgem nessa região, como orofaringe, cavidade oral, laringe, hipofaringe e
nasofaringe. Segundo o INCA, o câncer da cavidade oral, por exemplo, tem 15 mil
novos casos anualmente. “O tratamento precisa de uma equipe multidisciplinar e
a radioterapia vai agir com a intenção de cura ou cuidado paliativo, dependendo
do paciente”, explica.
Câncer de colo de útero
O INCA estima mais de 16 mil diagnósticos de câncer de colo
uterino no Brasil por ano. “Para essa neoplasia o tratamento radioterápico pode
ser o principal, dependendo do estágio, ou combinado com cirurgia e/ou
quimioterapia. Em outros, pode ser utilizada para a recidiva de metástases”,
diz Torres.
Câncer colorretal
O câncer colorretal atinge mais de 40 mil pessoas no Brasil
anualmente, segundo o INCA. O tratamento varia desde a ressecção da lesão por
meio de colonoscopia em casos mais iniciais até cirurgias mais extensas,
quimioterapia e radioterapia nos tumores mais avançados. “Uma prática que vem
sendo investigada é a estratégia de preservação do órgão, utilizando
quimioterapia e radioterapia combinadas. Uma opção viável para a não
necessidade de cirurgia”, comenta Miguel Torres.
Câncer de pulmão
O INCA espera ao menos 30 mil novos diagnósticos anuais de câncer de
pulmão. Segundo Miguel Torres, a radioterapia tem ampla utilização, dependendo
do estágio do câncer de pulmão, podendo ser: tratamento principal; antes
da cirurgia, para reduzir o tumor; após cirurgia, para destruir células
remanescentes; tratamento de metástases ou paliativo.
Além disso, é possível citar
câncer de cérebro, pâncreas, pele, coluna, esôfago, entre outras neoplasias com
menos frequência, que também utilizam a radioterapia em alguma etapa do
tratamento.
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