Oftalmologista alerta da importância de não se esquecer dos cuidados com a saúde ocular na estação mais fria do ano. Especialmente por conta da diminuição de umidade do ambiente e da exposição ao vento, as conjuntivites alérgicas, virais e a síndrome do olho seco são os problemas que mais se intensificam
A estação mais fria está apenas começando e junto dela, o
ar seco, um já conhecido vilão da saúde. A maioria das pessoas acaba focando e
preocupando-se exclusivamente com os problemas respiratórios e com a famosa
gripe. Essa tendência é ainda mais forte em tempos de Covid-19. Não que seja
errado, mas, por outro lado, faz com que problemas dermatológicos e as doenças
oculares fiquem, muitas vezes, em segundo plano.
Segundo Dra. Anelise Nomura, oftalmologista e diretora
médica da Alpha Diagnose, as complicações oculares no inverno podem ser tão
delicadas quanto as de cunho respiratório e precisam ser tratadas. As
conjuntivites alérgicas, virais e a síndrome do olho seco são as doenças com
mais chances de intensificarem-se na estação mais fria do ano.
Seus maiores vilões são a baixa umidade do ar e,
consequentemente, o clima seco. Tanto que as doenças oculares no inverno tem
maior incidência em regiões mais frias, como no sul do país. Isso ocorre
porque, além de provocar maior concentração de poluentes – agentes que
prejudicam sensivelmente a saúde visual -, esses dois fatores também contribuem
para a evaporação da camada aquosa da lágrima. O resultado é a diminuição da
lubrificação natural de nossos olhos.
A síndrome do olho seco, por exemplo, tem como sintoma o
olho vermelho e irritação ocular, exatamente pela falta de lubrificação. No
caso da conjuntivite alérgica, ela pode vir simulando ou mesmo mascarando uma
conjuntivite viral, que é transmissível, demandando assim um tratamento
diferenciado, como o isolamento do paciente. Pacientes que sofrem de
rinite alérgica e sinusite crônica ou que coçam muito o nariz, tendem a ter uma
alteração mais importante de conjuntivite alérgica, por isso devem redobrar o
cuidado.
“Como as demais doenças oculares, se não tratadas no
tempo certo essas patologias podem causar consequências, como a evolução para
uma conjuntivite mais crônica, de difícil tratamento. Já o olho seco, por
exemplo, pode levar à incidência de uma úlcera corneana”, explica a
oftalmologista.
O tratamento depende do diagnóstico feito pelo
oftalmologista, das causas e da gravidade, sempre olhando individualmente.
Porém, no caso da síndrome do olho seco, saber o fato motivador é bem
importante. Pois, existem situações em que a causa é reumatológica, em
outras por conta de um pós-operatório e, claro, em decorrência do tempo seco.
Na maioria das vezes, o tratamento é feito com a aplicação de um colírio
lubrificante, prescrito pelo médico conforme a necessidade do paciente.
O mesmo vale para a conjuntivite alérgica, que além do
tempo, pode ter como causa, ácaro, pólen, entre outros. O uso do colírio
antialérgico é a indicação mais comum, mas em algumas situações é necessário um
tratamento sistêmico com o otorrino.
“É bem importante lembrarmos que, como em tudo em nossa
saúde, a prevenção é o melhor remédio. Mas, quando elas acontecem, procurar um
oftalmologista é a saída mais segura, especialmente, para evitar confusão do
diagnóstico, já que os sintomas são os mesmos em variadas situações. Outra dica
importante, que ajuda a prevenir não somente as doenças oculares comuns no
inverno, mas também outras, como a própria Covid-19, é não colocar as mãos nos
olhos e lavá-las sempre antes de qualquer contato com a região ocular”,
enfatiza.
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