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terça-feira, 10 de agosto de 2021

Gestante: melhore sua imunidade e saúde com 5 cuidados

Ginecologista alerta que mudanças hormonais e no organismo feminino e deficiências alimentares são algumas possíveis causas da baixa na guarda das defesas da mulher

 

A pandemia Covid-19 evidenciou uma questão pouco discutida, mas que é tema recorrente nas consultas de pré-natal: a imunidade das gestantes. Para Odair Albano, médico ginecologista, obstetra e consultor em saúde, o período gestacional altera a resposta imune da mulher, deixando-a mais vulnerável às doenças. São apontadas como possíveis causas as mudanças hormonais do ciclo gestacional, adaptação do corpo feminino para receber e desenvolver o bebê e as deficiências nutricionais. Entenda como minimizar esses fatores:

 

Alimente-se bem e de forma equilibrada e saudável 

A necessidade de uma alimentação adequada, balanceada e rica em diversos nutrientes é uma realidade na vida de qualquer pessoa. Na gravidez, esse cuidado é necessário e deve ser redobrado já que o bebê em desenvolvimento depende da nutrição materna.  São importantes os macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras) e micronutrientes (vitaminas e minerais).  Ente os micronutrientes importantes para o sistema imune estão: a vitamina D, vitamina C, vitamina E, zinco  e selênio. Uma dieta alimentar variada com leite e derivados; carnes e ovos; grãos, pães e cereais integrais e colorida com verduras, legumes e frutas. Cuidado com açúcar refinado, gorduras e excesso de sal.  No total uma gestante deve ingerir 2.500 kcal por dia, cerca 300 calorias a mais que a não grávida. 

Não esqueça de beber bastante água. As necessidades na gestação também são maiores. Dados de pesquisa nacional¹ sobre alimentação na gestação mostrou que a maioria não tem uma dieta adequada e 70% das entrevistadas relata abuso de sal. A suplementação das gestantes com vitaminas, minerais e ômega 3 pode suprir as necessidades aumentadas, melhorar a imunidade e reduzir os riscos de complicações materna e fetais.

 

Os probióticos podem ser importantes aliados 

Queridinhos da saúde intestinal, os probióticos têm inúmeros benefícios para o corpo e um dos principais deles é reforço do sistema imunológico e prevenção de algumas infecções respiratórias virais, papeis já atestados das chamadas “bactérias do bem”. Algumas dessas bactérias são tão poderosas, que podem ajudar na prevenção de alergias do bebê ainda dentro da barriga. Mas, fique atenta gravidinha, nem todas as cepas de bactérias são liberadas para as gestantes.  O Lactobacillus rhamnosus GG é comprovadamente seguro e indicado durante a gestação.

 

Mexa-se, gravidez não é doença! 

Atividade física em qualquer momento da vida e também na gestação é um excelente combustível para manter a boa saúde mental e física. O exercício regular e moderado fortalece a sua imunidade. Um estudo publicado na revista científica Diabetes & Metabolic Syndrome: Clinical Research & Reviews², que analisou pacientes com Covid-19, sugeriu que treinos aeróbicos podem fortalecer a imunidade em geral reduzindo os riscos de infecções do sistema respiratório.
Procure sempre um profissional especializado na área para acompanhar seus exercícios. E não se esqueça de usar máscara e higienizar aparelhos utilizados e as mãos.

 

Boas horas de sono 

Com a gestação surgem dúvidas e alguma insegurança. A gestante fica ansiosa e muitas vezes estressada. Cuidado! O estresse crônico provoca um grande desgaste e alterações físicas e psíquicas. Causa insônia, fadiga, reduz a imunidade e altera o humor. Depois de um dia longo e agitado, a gestante precisa ter uma noite tranquila para descansar e reparar as suas funções. Dormir bem, num local escuro, sem barulho e confortável, cerca de 7 a 8 horas por noite, é fundamental para manter uma boa saúde física e psíquica.

 

Vacine-se! 

A vacina também é uma importante aliada na manutenção da imunidade contra diversas doenças. De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm)³, durante a gravidez são recomendadas quatro principais vacinas: Tríplice bacteriana (difteria, tétano e coqueluche - dTpa): que protege a gestante e evita que ela transmita a Bordetella pertussis (coqueluche) ao recém-nascido; a Hepatite B: recomendada para todas as gestantes e a Influenza (gripe): já que gestante faz parte do grupo de risco para complicações e Covid-19 por conta do cenário atual, recentemente, a vacina do coronavírus também passou a ser recomendada pelo Ministério da Saúde para gestantes. 

Em situações especiais são recomendadas Hepatite, A, Pneumocócicas, Meningocócicas conjugadas ACWY/C, Meringocócias B e Febre Amarela. São contraindicadas: tríplice vital (Sarampo, Caxumba, Rubéola), HPV, Varicela (Catapora) e Dengue. Exceto a vacina da Dengue, todas podem ser pode ser aplicada no pós-parto e durante amamentação. A vacina da Dengue é contraindicada em mulheres soronegativas, que estejam amamentando e imunodeprimidas. 

“A imunidade pode ser influenciada pela genética, idade, gestação, doenças crônicas e tratamentos imunossupressores. E por fatores ligados ao estilo de vida, entre eles, a alimentação, falta atividade física, distúrbios do sono e alterações emocionais. Na gestação, a orientação pré-natal e a mudanças dos hábitos e do estilo de vida podem reduzir os riscos, em especial, das doenças infecciosas, causadas pela baixa imunidade. Por isso, se torna tão importante tentar controlar esses fatores, para diminuir os riscos à saúde causados pela baixa em nossas defesas”, conclui o especialista.

 


Referências consultadas

¹ https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24890188/ (acesso em agosto de 2021). 

²https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/mdl-32388326 (acesso em agosto de 2021). 

³https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-gestante.pdf  (acesso em agosto de 2021).

 

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