Pandemia ajudou a aumentar casos da doença. Entenda o por quê
Começa com uma
coceirinha incômoda. De repente, a região está avermelhada, inchada e, às
vezes, descamando. Trata-se da dermatite de contato, um problema bastante comum
e que se tornou ainda mais frequente durante os meses de pandemia.
Dra. Brianna Nicoletti
é alergista e imunologista pela USP e conta que há dois tipos de dermatite de
contato: a irritativa (80% dos casos) e a alérgica (20% das ocorrências).
"A dermatite de contato ocorre quando há o contato com alguma substância
que desencadeia a lesão na pele", diz, "nas mulheres, a mais
frequente é a alérgica, devido ao uso de bijuterias feitas com sulfato de
níquel e cloreto de cobalto. Entre os homens, as causas mais comuns de alergia
são o níquel, presente na lâmina de barbear, e a borracha (chinelo, por
exemplo)".
A médica lembra que
nosso sistema imunológico está em constante mudança e, por isso, ao longo do
tempo podemos desenvolver sensibilidade e intolerância a produtos que antes não
causavam qualquer reação.
Produtos de higiene
pessoal, como sabonetes, shampoos, cremes, tintura de cabelo, maquiagem e
esmaltes podem causar dermatite de contato. No caso da irritativa, detergentes,
álcool gel e produtos de limpeza podem ser os vilões.
Os sintomas da
dermatite de contato podem surgir depois de horas ou até dias após a exposição
ao agente causador da doença. Dentre eles há vermelhidão, prurido, bolhinhas,
sensação de pele grosseira - e podem surgir no local de contato direto ou
outro, como no rosto no caso da alergia ao esmalte.
Durante a pandemia, a
dermatite de contato tem se mostrado mais frequente por conta do uso prolongado
de máscaras faciais. "O acessório pode provocar vários problemas de pele,
como dermatite de contato irritativa ou alérgica, urticária de contato ou
piorar dermatoses pré-existentes, como a rosácea. No entanto, nada disso é
desculpa para não usar a máscara fora de casa", destaca Dra. Brianna, que
indica máscaras de poliéster ou celulose como opções com menos chances de
causar irritações.
"E se surgir
algum sintoma, o médico deve ser consultado para poder identificar a dermatite
e prescrever o melhor tratamento antes que ela se torne crônica."
Dra. Brianna Nicoletti • Médica graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2003) • Residência médica em Medicina Interna pela Universidade Estadual de Campinas (2006) • Residência médica em Alergia e Imunologia Clínica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (2009) • Associada à Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia • Médica Especialista em Alergia e Imunologia do Corpo Clínico do Hospital Israelita Albert Einstein (desde 2013) • Integrante da equipe de Qualidade da UnitedHealth Group (desde 2011)
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