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sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Ensino híbrido: aulas presenciais precisam ter um novo propósito

Processo educacional que reúne aulas remotas e presenciais requer planejamento pedagógico de professores e instituições, e colaboração dos estudantes


Planejamento pedagógico, estratégia e colaboração. Essas são as lições aprendidas por instituições de ensino, professores e estudantes após o atípico ano letivo de 2020. Para Adriana Karam, presidente do Grupo Educacional Opet e reitora do UniOpet, as aulas remotas, o uso intensivo de plataformas tecnológicas e o contato presencial reduzido trouxeram uma nova percepção para o modelo de ensino híbrido, que desaguou num novo modelo de educação.

“Tivemos toda uma caminhada que culminou com a revisão do modelo pedagógico para 2021, construído em sintonia com professores e estudantes, e sustentado pela experiência do ano passado. O modelo híbrido é mais consistente, oferecendo a possibilidade da presença dos estudantes no campus, privilegiando as atividades práticas, de manipulação, trocas e convívio social, mas mantendo os trabalhos virtuais de construção do conhecimento. Tudo com muita colaboração, que foi uma das grandes competências adquiridas em 2020”, explica.

Mestre em Educação, doutoranda em Gestão do Conhecimento e Visiting Scholar do Laspau, na Harvard University, a professora Adriana é também investidora anjo, pesquisando e implantando soluções em inovação educacional. Sua análise sobre os desafios e possibilidades do modelo de ensino híbrido foi apresentada em live realizada pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-PR).

 

Presencial com propósito

Uma pesquisa realizada pelo UniOpet revelou que 57% de seus estudantes preferem o modelo híbrido. “O aluno consegue administrar melhor o tempo nas aulas remotas, com possibilidade de estudar de modo assíncrono, deslocando-se apenas quando for necessário. Em relação às aulas e atividades presenciais, nós percebemos como o contato humano faz falta, mas que precisa ser administrado como algo central, de onde parte uma rede de conexões de convívio e aprendizado. A alegria dos estudantes quando voltaram para a sala de aula foi enorme”, reforça a reitora.

Para a professora Adriana, o grande desafio para as instituições de ensino é fazer com que os estudantes enxerguem um propósito nas atividades presenciais. “Os alunos precisam sentir que o momento presencial está sendo usado para promover aquilo que não é possível ser realizado no ambiente online. E conseguir manter essa alegria do encontro nas aulas. Sabemos também que o aluno precisa de um tempo online diferente do tempo presencial, até porque a aula física envolve outras situações. Então, tudo precisa estar envolvido nesse planejamento.”

 

Design de aprendizagem

Para o manejo de quais aulas, atividades práticas, interações e avaliações serão feitas de forma remota ou presencial, o chamado design de aprendizagem é essencial. “A pandemia mostrou que essas experiências precisam ser diversas. No presencial, é mais fácil para o professor manejar tudo isso: existe o tempo de sala e os intervalos. Mas no virtual tudo se mescla. É preciso delimitar de forma efetiva quanto tempo de aula será expositivo, quanto será usado em atividades de construção conjunta, e também que trabalhos individuais serão feitos desconectados, para entregar na próxima aula, por exemplo”, enfatiza Adriana.

Além disso, a reitora do UniOpet defende que sejam estreitados os laços entre a formação acadêmica e as necessidades do mercado de trabalho. “Em meio a esse cenário de incertezas do ensino híbrido, é essencial a aproximação entre a academia e as empresas, para que a gente possa encontrar caminhos de colaboração, coprodução de soluções para o desenvolvimento humano. Com professores que possam tornar os momentos de presencialidade mais ricos: é preciso realizar uma construção conjunta com os estudantes, em que cada aula presencial seja vista como um evento.”

 

 

Centro Universitário UniOpet

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