Processo educacional que reúne aulas
remotas e presenciais requer planejamento pedagógico de professores e
instituições, e colaboração dos estudantes
Planejamento pedagógico, estratégia e
colaboração. Essas são as lições aprendidas por instituições de ensino,
professores e estudantes após o atípico ano letivo de 2020. Para Adriana Karam,
presidente do Grupo Educacional Opet e reitora do UniOpet, as aulas remotas, o
uso intensivo de plataformas tecnológicas e o contato presencial reduzido
trouxeram uma nova percepção para o modelo de ensino híbrido, que desaguou num
novo modelo de educação.
“Tivemos toda uma caminhada que
culminou com a revisão do modelo pedagógico para 2021, construído em sintonia
com professores e estudantes, e sustentado pela experiência do ano passado. O
modelo híbrido é mais consistente, oferecendo a possibilidade da presença dos
estudantes no campus, privilegiando as atividades práticas, de manipulação,
trocas e convívio social, mas mantendo os trabalhos virtuais de construção do
conhecimento. Tudo com muita colaboração, que foi uma das grandes competências
adquiridas em 2020”, explica.
Mestre em Educação, doutoranda em
Gestão do Conhecimento e Visiting Scholar do Laspau, na Harvard University, a
professora Adriana é também investidora anjo, pesquisando e implantando
soluções em inovação educacional. Sua análise sobre os desafios e
possibilidades do modelo de ensino híbrido foi apresentada em live realizada
pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-PR).
Presencial com propósito
Uma pesquisa realizada pelo UniOpet
revelou que 57% de seus estudantes preferem o modelo híbrido. “O aluno consegue
administrar melhor o tempo nas aulas remotas, com possibilidade de estudar de
modo assíncrono, deslocando-se apenas quando for necessário. Em relação às
aulas e atividades presenciais, nós percebemos como o contato humano faz falta,
mas que precisa ser administrado como algo central, de onde parte uma rede de
conexões de convívio e aprendizado. A alegria dos estudantes quando voltaram
para a sala de aula foi enorme”, reforça a reitora.
Para a professora Adriana, o grande
desafio para as instituições de ensino é fazer com que os estudantes enxerguem
um propósito nas atividades presenciais. “Os alunos precisam sentir que o
momento presencial está sendo usado para promover aquilo que não é possível ser
realizado no ambiente online. E conseguir manter essa alegria do encontro nas
aulas. Sabemos também que o aluno precisa de um tempo online diferente do tempo
presencial, até porque a aula física envolve outras situações. Então, tudo
precisa estar envolvido nesse planejamento.”
Design de aprendizagem
Para o manejo de quais aulas,
atividades práticas, interações e avaliações serão feitas de forma remota ou
presencial, o chamado design de aprendizagem é essencial. “A pandemia mostrou
que essas experiências precisam ser diversas. No presencial, é mais fácil para
o professor manejar tudo isso: existe o tempo de sala e os intervalos. Mas no
virtual tudo se mescla. É preciso delimitar de forma efetiva quanto tempo de
aula será expositivo, quanto será usado em atividades de construção conjunta, e
também que trabalhos individuais serão feitos desconectados, para entregar na
próxima aula, por exemplo”, enfatiza Adriana.
Além disso, a reitora do UniOpet
defende que sejam estreitados os laços entre a formação acadêmica e as
necessidades do mercado de trabalho. “Em meio a esse cenário de incertezas do
ensino híbrido, é essencial a aproximação entre a academia e as empresas, para
que a gente possa encontrar caminhos de colaboração, coprodução de soluções
para o desenvolvimento humano. Com professores que possam tornar os momentos de
presencialidade mais ricos: é preciso realizar uma construção conjunta com os
estudantes, em que cada aula presencial seja vista como um evento.”
Centro Universitário UniOpet
Nenhum comentário:
Postar um comentário