O retorno das aulas presenciais no País, além de dividir opiniões entre profissionais, autoridades e pais, já conta com datas e protocolos definidos em alguns estados. Com esta perspectiva, é preciso reforçar a atenção aos cuidados que este processo demanda, não somente no ambiente escolar, mas também com a necessidade de um rastreamento eficaz para impedir uma propagação maior da Covid-19.
Segundo a cardiologista infantil e médica do
exercício e esporte do Hospital Edmundo Vasconcelos, Silvana Vertematti, nesse
novo passo deve-se levar em consideração episódios já vivenciados em outros
países para maior segurança. “Dados recentes publicados na Inglaterra, a partir
do relatório do sistema público de saúde, apontam que 26% dos grupos
investigados e com infecções estavam ligados a transmissões em creches, escolas
primárias e secundárias, sugerindo que as escolas que permaneceram abertas
durante o lockdown de novembro podem ter influenciado na crescente taxa de
infecção no país”, explica.
A fim de evitar essa cena no Brasil, a médica alerta
para a importância de seguir na prática os protocolos definidos para evitar a
contaminação. “É preciso de medidas efetivas no dia a dia, que envolvem
distanciamento social, higienização, materiais de proteção individual e higiene
para alunos e funcionários, redução do número de alunos em sala, e claro, o
rastreamento – processo que quando bem definido e executado pode ajudar na
investigação de casos domiciliares”, enfatiza.
Dentre as medidas do rastreamento está a suspenção
da presença de alunos ou colaboradores que apresentem qualquer sintoma gripal
ou tenham tido contato com alguém com suspeita de estar com covid-19, mesmo sem
o exame positivo. “Essa é uma importante ação para evitar a disseminação do
vírus no ambiente escolar. O indicado é que nestas situações seja feito o
afastamento de no mínimo 10 dias”, explica Silvana Vertematti.
É importante lembrar que os cuidados não se
restringem à escola: é preciso seguir com a prevenção também em casa. É
indispensável, por exemplo, retirar a roupa imediatamente após chegar e
colocá-la para lavar. Assim como é essencial fazer a higienização dos calçados
e do material escolar ou de trabalho, no caso dos professores. A médica ainda
adiciona outro cuidado a essa lista: o banho e a lavagem do rosto com sabonetes
não irritativos aos olhos e a lavagem dos cabelos.
A médica esclarece a importância das escolas no
enfrentamento ao estresse tóxico causado pelas restrições da pandemia as
crianças e adolescentes, mas reforça o alerta sobre a responsabilidade e
prudência na retomada. “Apesar de estudos relacionados à baixa
transmissibilidade e pouco número de casos graves nesta população, há de
se ter certeza que as normas de segurança serão aplicadas assertivamente e
que a abertura nas escolas realmente não terá impacto em um número maior de
infecções”, concluí.
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