Especialista alerta, entretanto, que as gestantes não podem descuidar do pré-natal
“Se a mulher tem menos de 35 anos, vale postergar
um pouquinho o desejo de engravidar. Ninguém tem ainda subsídio científico
suficiente para avaliar os riscos envolvidos para mãe e bebê com a Covid-19”. O
alerta é do obstetra e diretor médico da Maternidade Brasília, Evandro Silva. O
médico lembra que o conselho vale para mulheres jovens, em idade fértil, até
30, 32 anos, com chances de escolher o melhor momento de ter um filho.
Para o especialista, a gestação é um momento em que
“a mulher deve estar protegida do ponto de vista social e médico”. Ele diz que o
momento atual é de muitas dúvidas, o que termina gerando ainda mais tensão nas
gestantes. Contudo, faz uma ressalva: “pacientes com 35, 36 anos que estão
planejando ter filhos não podem colocar a Covid como um fator impeditivo
absoluto, porém, se ainda for possível adiar, é melhor esperar um pouco”.
Para as mulheres que já estão grávidas, Evandro
Silva é enfático ao lembrar que “a gestante não pode mudar a rotina do
pré-natal. Não existe somente a teleconsulta neste caso. O médico precisa
auscultar o coração da mãe e do bebê, precisa medir a pressão arterial,
verificar peso, avaliar possíveis edemas (inchaços), avaliar a questão
nutricional e solicitar exames de sangue e ultrassom”. De resto, não existe
medida específica para as grávidas na prevenção ao coronavírus. Elas precisam
cumprir a orientação de isolamento social, evitando ao máximo saídas
desnecessárias, e, claro, usar máscara.
O médico também explica que os sinais de alerta
para Covid na gestante são os mesmos da população em geral: falta de ar, febre,
tosse, cansaço muscular generalizado, coriza e perda de olfato e paladar. ”É
preciso monitorar os sintomas para avaliar a necessidade de internação ou
apenas do isolamento domiciliar caso o teste seja positivo para Covid”, conta.
Não existe comprovação científica de transmissão
materno-fetal, o que tranquiliza as gestantes. No entanto, se a mãe é positiva
para Covid, o bebê é testado assim que nasce. Ele explica que, neste caso,
tanto a mãe como o bebê ficam em isolamento.
“Ainda há muito a se estudar sobre
Covid, especialmente na gestação. Dentro de mais alguns anos, vamos entender se
a pandemia afetou de alguma forma estes bebês e estas mães, tanto do ponto de
vista físico quanto do ponto de vista emocional”, conclui o médico da
Maternidade Brasília.
Maternidade Brasília
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