A partir de fevereiro, banco passa a
divulgar trimestralmente relatório sobre hábitos do consumidor brasileiro.
Primeira edição da Análise de Comportamento de Consumo mostra que, em 2020,
houve redução na frequência das compras com aumento do tíquete médio e
investimento maior no ambiente doméstico, entre outras conclusões
Como a pandemia
afetou o comportamento do consumidor em 2020? Para responder a essa pergunta, o
Itaú Unibanco reuniu e analisou os dados relativos às compras feitas ao longo
do ano com cartões de crédito e débito emitidos pelo banco e às vendas
transacionadas pela Rede, sua empresa de meios de pagamento, em todo o Brasil.
O trabalho deu origem ao relatório Análise de Comportamento de Consumo -
organizado pela Diretoria de Estratégia e Engenharia de Dados em parceria com a
área de Pagamentos (criada este ano na estrutura do banco), ele passará a ser
divulgado trimestralmente.
O estudo identifica
de que forma a covid-19 e o isolamento social alteraram hábitos e padrões de
compra em todo o Brasil, trazendo um retrato do movimento do comércio no ano,
com dados sobre desempenho de vendas por segmentos, utilização de canais e
preferência por formas de pagamento, entre outros aspectos.
"Esse
levantamento é produto da cultura de centralidade no cliente e da conduta
orientada por dados do Itaú, disseminada por todo o negócio. A análise de uma
ampla gama de informações tem sido o caminho para entendermos de maneira
aprofundada quem é o nosso cliente e atendermos com mais agilidade às suas
expectativas e às particularidades de novos momentos de consumo", diz
Moisés Nascimento, diretor de Estratégia e Engenharia de Dados do Itaú
Unibanco.
Principais achados
do estudo
Valores
transacionados
O crescimento de
vendas no comércio, que vinha sendo observado em janeiro e fevereiro de 2020
(mais de 16% ao mês na comparação com os mesmos meses de 2019), foi
interrompido no final de março, quando entraram em vigência as medidas de
isolamento social. O maior impacto foi sentido em abril, na comparação com o
mesmo período do ano anterior, com queda de 22,4% nos valores transacionados. O
consumo começou a se recuperar a partir do terceiro trimestre, e 2020 fechou
com faturamento apenas 3,2% maior que o de 2019. O movimento foi puxado pelos
estabelecimentos Atacadistas; de Materiais de Construção; Mercados; e Drogarias/Cosméticos.
Entre os segmentos que se destacam pela perda de valores transacionados estão
Turismo; Vestuário; Cultura, Esportes e Entretenimento; e Educação.
Canais
As vendas no varejo
físico fecharam o ano empatadas com as de 2019, com as vendas do segundo
semestre compensando as perdas do primeiro. Já o e-commerce transacionou 19,4%
mais que no ano anterior, com crescimento mais acelerado em Restaurantes;
Atacadistas; e Materiais de Construção. Ao final de 2020 os meios digitais já
respondiam por 18,9% do total transacionado pelo varejo, contra 16,3% um ano
antes.
Comportamento de
compra
O valor do gasto
médio por transação no comércio cresceu 6,9% sobre 2019. O crescimento foi mais
acentuado entre os consumidores de maior poder aquisitivo e é explicado pelas
mudanças de comportamento provocadas pela pandemia: para evitar saídas
constantes de casa ou gastos extras com frete nas entregas em domicílio, o
consumidor preferiu reduzir a frequência de compras, elevando o tíquete médio
de cada transação, e também optou em pagar os bens adquiridos em mais parcelas.
Pagamento por
aproximação
A quantidade de
pagamentos usando a tecnologia Aproxime e Pague (NFC) subiu exponencialmente
após o início da pandemia, com crescimento acumulado no ano de 326%. Antes do
isolamento, os pagamentos por aproximação vinham crescendo a uma taxa média
mensal de 2,3%.
Perfis de consumo
Gênero - Mais da metade (50,4%) das compras
online foram feitas por mulheres, com presença expressiva delas como
consumidoras nos setores de Vestuário; Drogarias; e Atacadista. Os homens
tiveram participação levemente menor nas compras em canais digitais, mas seu
gasto médio por transação é 23,9% maior que o das mulheres. As compras em
Atacadistas; de Eletrônicos; e itens e serviços de Saúde foram as que puxaram o
crescimento do tíquete médio deles, homens - ainda no ambiente digital.
Faixa etária - Consumidores da geração X (nascidos
entre 1965 e 1984) foram os que mais gastaram em 2020 (maior valor transacionado
entre as gerações), tanto em compras online quanto presenciais. Já a geração Y
(1985-1999) foi a que mais aumentou seu tíquete médio em relação ao ano
anterior.
Novos padrões e
hobbies
Com as pessoas mais
tempo dentro de casa, os gastos com transporte urbano e com turismo caíram
respectivamente 38,6% e 43,8, na comparação com 2019. Em contrapartida, os
consumidores investiram mais em suas residências. Devido ao home office, o
valor gasto com Móveis de Escritório cresceu 39%. Em outra frente de itens
comprados para a casa, incluindo Materiais de Construção e Reforma; Artigos de
Decoração; e produtos para Jardinagem e de Floricultura, o aumento foi de
29,8%. Também se destacaram as vendas de artigos relacionados a pets e serviços
veterinários, com crescimento de 13,2%.
A pandemia forjou
novos hábitos e hobbies. Com o fechamento de clubes e academias (que tiveram
queda no faturamento de mais de 30% no ano), os consumidores tiveram de buscar
novas alternativas para a prática de exercícios físicos e ocupação mental. As
vendas de bicicletas cresceram 54,4% em faturamento, e as de equipamentos de
streaming, livros, games e instrumentos musicais, 40,4%.
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