Diversos Estados
do país autorizaram a retomada das aulas físicas, mas alunos, pais e educadores
devem reforçar procedimentos para evitar a disseminação de Covid-19
Ao menos 15 Estados brasileiros definiram que o
retorno às aulas presenciais ocorrerá ao longo deste mês de fevereiro. Após
quase um ano de isolamento imposto pela pandemia de Covid-19 e de aulas
essencialmente virtuais, os alunos começam a regressar de forma escalonada às
escolas. O cenário, no entanto, ainda gera preocupação em muitos pais, que
temem pelo aumento do risco de contágio aos filhos, especialmente quando se
trata dos alunos mais novos.
Em São Paulo, o Governo definiu que a retomada das
aulas presenciais poderia ocorrer a partir de 8 de fevereiro na rede estadual e
15 de fevereiro na rede municipal de ensino. Nas escolas particulares, a volta
às aulas foi autorizada a partir de 1º de fevereiro, com liberdade para que
cada instituição definisse o critério para a mudança no formato de ensino.
Uma das principais recomendações adotadas durante
todo o isolamento permanece: o distanciamento físico. Em São Paulo, os alunos
retornarão em um formato de rodízio, que deverá obedecer ao limite de 35% da
capacidade dos espaços na rede pública e de até 70% nas escolas privadas.
A seguir, a otorrinolaringologista Leila Tamiso, do
Hospital Paulista, esclarece as principais dúvidas de pais e educadores quanto
ao retorno de crianças e adolescentes ao convívio escolar presencial.
- Que cuidados os pais devem observar neste retorno
às aulas? Quais materiais não devem ser compartilhados, por exemplo?
Os pais e responsáveis devem ter o cuidado em
orientar bem as crianças e adolescentes não apenas para o uso do álcool em gel
nas mãos, mas também para que façam a troca frequente das máscaras e para que
não compartilhem nenhum tipo de material com o colega. Além disso, é necessário
reforçar com os filhos para que retirem a máscara apenas em ambiente aberto ou
arejado no momento da troca e alimentação.
Obviamente, nenhum material deve ser compartilhado.
Cada aluno deve ter o seu material próprio, que não deve ser dividido, assim
como outros objetos. Isso porque, normalmente, o vírus do Covid-19 fica de 24h
a 72h ativo nas superfícies. Depende muito do tipo da superfície, mas é
possível que ele chegue a até 72h ainda ativo.
- Além do Covid-19, que outras doenças são
geralmente transmitidas por crianças em idade escolar?
Há várias e, geralmente, a transmissão ocorre via
oral e pelas mãos. Entre as mais frequentes estão estomatite, infecção de
garganta - tanto a viral quanto a bacteriana -, caxumba, catapora, gripe,
resfriado e diarreia. Nos casos de caxumba e catapora, importante frisar que a
contaminação pode ser evitada a partir da imunização através de vacina.
- No caso de irmãos em idade escolar distinta, se
um deles contrai algo na escola, o que não deve ser compartilhado de jeito
nenhum em casa?
No caso destes irmãos, nenhum dos materiais deve
ser compartilhado em casa. Além dos itens escolares, não devem dividir copos,
talheres, toalhas e roupas. Recomenda-se também não ficarem muito próximos e,
principalmente, não compartilharem a máscara.
- Que orientações daria para os professores e
profissionais de educação que lidarão com dezenas de crianças ao mesmo tempo
neste retorno? Quais são os principais cuidados?
Recomendo fortemente que utilizem o face shield
(proteção para o rosto), e que mantenham o distanciamento seguro. Além disso,
deve haver um esforço para que não haja manipulação de nenhum material dos
alunos, deixando cadernos e todos os outros itens escolares com cada um deles,
sem levar nada para casa para correção.
Quando possível, deve-se dar preferência às
correções online, com imagens dos materiais a serem avaliados. Os educadores
devem ficar atentos ainda para evitar o compartilhamento de objetos entre as
crianças e adolescentes no ambiente escolar, além do uso do álcool em gel nas
mãos constantemente e a troca de máscaras geralmente a cada três horas ou após
um lanche ou intervalo.
Os professores e profissionais podem chamar a
atenção para o manuseio de portas, maçanetas e corrimãos, ressaltando que os
alunos lavem as mãos ou usem álcool em gel com frequência. Importante também
promover a correta ventilação das salas de aula, mantendo portas e
principalmente janelas para melhorar a circulação do ar. Friso novamente que o
Covid-19 fica de 24h a 72h ativo em superfícies.
Hospital Paulista de Otorrinolaringologia
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