Substâncias da planta reduzem efeitos
negativos da quimioterapia
A
cannabis tem sido utilizada para fins medicinais há milênios. Segundo pesquisas
em todo o mundo, a planta é remédio para diversas patologias, como
fibromialgia, epilepsia, esclerose múltipla e até tumores. O periódico de
oncologia “Cancers” publicou em janeiro de 2019 um artigo da Faculdade de
Medicina de Varsóvia, sobre as perspectivas para o uso de canabinóides em
oncologia e prática de cuidados paliativos.
De
acordo com o documento, evidências indicam a eficiência da cannabis no
tratamento da dor, espasticidade, convulsões, distúrbios do sono, náuseas e
vômitos, e Síndrome de Tourette. “A ciência tem comprovado cada vez mais
a importância da cannabis na qualidade de vida do paciente oncológico. O
complexo mecanismo de ação da cannabis faz com que seja útil em diferentes
sintomas do paciente oncológico e sob cuidados paliativos como a dor, a naúsea
e vômitos secundários à quimioterapia, a perda de apetite, as alterações de
humor e distúrbios do sono. Como coadjuvante no tratamento oncológico ela pode
diminuir o número de medicamentos necessários inclusive o uso ou doses de
opioides com diminuição dos efeitos adversos destes.”, destaca Maria Teresa
Jacob, médica que trabalha com a medicina canabinóide.
O
estudo enfatiza que os canabinóides apresentam segurança superior a outras
substâncias usadas em oncologia e cuidados paliativos. “Existem algumas
controvérsias quanto ao uso de canabinódes, especialmente o THC, em pacientes
submetidos à imunoquimioterapia. Como eles atuam no sistema imunológico
poderiam prejudicar a resposta à imunoterapia. Não existe até o momento um
consenso sobre o assunto, mas seria prudente evitar seu uso nestes casos”,
explica a doutora.
“Os
canabinóides demonstraram efeitos anticancerígenos em diferentes modelos in
vitro e in vivo de câncer”, cita o artigo.
As
incertezas e controvérsias sobre o papel e uso adequado de medicamentos à base
de cannabis ainda não permitem recomendar seu uso como tratamento de primeira
linha da dor crônica e outras condições, principalmente na atenção primária.
“Seja qual for o tipo de câncer vamos observar melhora do sono, da depressão,
das náuseas e vômitos, e outros sintomas resultantes de uma quimioterapia
inclusive os decorrentes da neuropatia induzida pela quimioterapia”, finaliza
Maria Teresa.
Dra. Maria
Teresa Jacob - Formada
pela Faculdade de Medicina de Jundiaí em 1982, com residência médica em
Anestesiologia no Instituto Penido Burnier e Centro Médico de Campinas. Possui
Título de Especialista em Anestesiologia, Título de Especialista em Acupuntura
e Título de Especialista em Dor. Especialização em Dor, na Clinique de la
Toussaint em Strassbourgo, França em 1992, Cannabis Medicinal e Saúde, na
Universidade do Colorado, Cannabis Medicinal, em curso coordenado pela Dra.
Raquel Peyraube, médica uruguaia referência mundial na área. Membro da
Sociedade Internacional para Estudo da Dor (IASP), da Sociedade Brasileira para
Estudo da Dor (SBED), da Sociedade Internacional de Dor Musculoesquelética
(IMS), da Sociedade Européia de Dor (EFIC), da Society of Cannabis Clinicians
(SCC) e da International Association for Canabinoid Medicines (IACM). Atua no
tratamento de Dor Crônica desde 1992 e há alguns anos em Medicina Canabinóide
em diversas patologias em sua clínica privada localizada em Campinas.
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