O setor de aviação desempenha um papel chave no que tem sido o momento logístico mais difícil da história - o transporte rápido e eficiente das vacinas de COVID-19 pelo mundo.
Em um período de
semanas, cadeias de frio globais, regionais e locais devem ser estabelecidas
para o transporte dessas vacinas de seu local de produção para os pontos de
vacinação. Por isso, autoridades da saúde e segurança promulgaram planos de
distribuição que incluem missões reserva e a entrega por meio de aeronaves
militares e comerciais.
Argentina, o voo
mais longo
A Aerolíneas
Argentinas disponibilizou um A330-200 reconfigurado para o transporte de
vacinas da Rússia, de forma a cumprir os requisitos de refrigeração que
garantem a chegada segura. A partir da quarta semana de janeiro, a companhia
transportou dois carregamentos de 300.000 vacinas Sputnik-V e deve enviar
aeronaves adicionais para garantir a chegada de um milhão de vacinas como parte
de um acordo para fornecer um total de cinco milhões.
Em termos de
distância, este foi o mais longo voo direto da Aerolíneas Argentinas - um voo
de ida e volta de 40 horas, incluindo escala em Moscou.
Brasil, um desafio
de mais de 8,5 milhões de km²
No Brasil, o governo
iniciou a distribuição da vacina CoronaVac como parte de seu plano de
imunização, por meio de uma operação que contou com o apoio tanto dos militares
quanto das principais companhias aéreas do país. A Força Aérea Brasileira (FAB)
disponibilizou vários de seus aviões de carga para distribuir 44 toneladas de
vacinas em dois dias para 12 cidades do país, cumprindo sua missão 24 horas
antes do previsto.
Entre as aeronaves
utilizadas pela FAB para distribuição das vacinas contra COVID-19, um Airbus
C295 foi encarregado de transportar para dois estados do sul do Brasil: Santa
Catarina e Mato Grosso do Sul.
Diversas forças de
segurança locais têm contribuído para a distribuição de vacinas em vários
estados do país. Em Minas Gerais, a frota aérea do corpo de bombeiros, composta
por um Airbus H125, um H145 e um avião, foi responsável pelo transporte de 560
mil doses. No Mato Grosso, os helicópteros H125 e AS365 do Exército levaram
65,7 mil vacinas; em Alagoas, os H125 da Segurança Pública distribuíram 70 mil
doses; no Ceará, um H135 e um H145 da coordenação aérea local movimentaram mais
de 200 mil frascos para os municípios distantes da capital.
Já no Paraná, um
Airbus H135 da polícia local distribuiu vacinas em seis municípios; no
Maranhão, helicópteros H125 e outras aeronaves apoiaram a distribuição de mais
de 160 mil doses em 217 municípios; e em Sergipe, um H125 do grupo tático aéreo
local transportou 48 mil vacinas.
Enquanto isso, a LATAM
Airlines, por meio de seu programa Avião Solidário, transportou 513 caixas de
vacinas - equivalentes a uma carga de 15 toneladas; A Azul Linhas Aéreas
transportou 927 caixas com mais de dois milhões de doses para 12 cidades com
suas aeronaves A320 e A330, bem como em voos regulares de passageiros e carga -
entregues em 14 horas - e a Gol Linhas Aéreas, pelo serviço de carga GOLLOG,
também disponibilizou aeronaves para transporte de vacinas para quatro cidades
do Brasil.
Chile, a indústria
se une por um objetivo em comum
No final do ano
passado, autoridades chilenas começaram a disponibilizar diversas aeronaves
para distribuir as vacinas da Pfizer-BioNTech para diferentes regiões do país,
incluindo um BK117 da divisão aérea da polícia nacional e um Airbus AS365 da
Marinha Chilena. Além disso, um H125 da Servicios Aéreos SumaAir transportou 85
doses da vacina de COVID-19 de Santiago para um hospital na cidade de Quilotta.
Nos últimos dias,
LATAM, SKY e JetSMART transportaram vacinas tanto do exterior quanto dentro do
território nacional do Chile, para continuar a árdua tarefa logística de
distribuição.
México, conectando
um país pelo ar
Após a chegada da
primeira grande remessa de vacinas, o governo mexicano começou a implementar
seu plano de distribuição da vacina de COVID-19, que inclui oito rotas aéreas
para distribuir aproximadamente 440.000 vacinas da Pfizer-BioNTech. A
Secretaria de Defesa Nacional (SEDENA) disponibilizou oito aeronaves - entre
elas, três aviões Airbus C295 e um helicóptero Airbus H225M, para realizar as
entregas em menos de 24 horas em 25 estados do sul, centro e noroeste do
México.
Da mesma forma, a
SEDENA realizou várias operações com sua aeronave C295 no transporte de equipes
médicas de diferentes estados para a Cidade do México para promover a luta
contra a pandemia, bem como para distribuir suprimentos médicos e novos
carregamentos de vacinas para cidades do norte e sul da capital.
Por sua vez, a
Secretaria da Marinha (SEMAR) disponibilizou quatro aeronaves para contribuir
com o plano de distribuição, entre elas um helicóptero Airbus AS565MBe, que se
encarregou de transportar quase 7.000 doses em três estados do noroeste e leste
do país. O México foi o primeiro país da América Latina a estabelecer uma rede
de distribuição de vacinas aéreas, que até agora operava exclusivamente com a
ajuda de aeronaves e helicópteros das Forças Armadas.
No restante da região,
Costa Rica, Equador e Panamá receberam suas primeiras doses da vacina graças à
ação conjunta com operadores comerciais e de carga, enquanto países como
Colômbia e Peru estão prontos para receber seus primeiros embarques de doses
nas próximas semanas. Na Colômbia, operadores nacionais e europeus ofereceram suas
aeronaves para fornecer vacinas ao terceiro país mais populoso da região.
Um desafio que vai
além da produção e transporte
Sendo o setor
farmacêutico o responsável pela produção de vacinas, os setores de aviação e
logística têm se esforçado para cumprir não só o desafio da distribuição, mas
também o de seu armazenamento seguro. As companhias aéreas têm disponibilizado
suas aeronaves em modo "ferry" (decolando vazias, apenas a tripulação
necessária) em rotas regionais e intercontinentais, e outras que disponibilizaram
parte de seus porões de carga em voos comerciais para as autoridades, a fim de
transportar vacinas gratuitamente.
Em resposta às
necessidades imediatas das companhias aéreas de se preparar para a entrega de
vacinas em todo o mundo, a Airbus forneceu, em colaboração com os órgãos
reguladores da indústria aeroespacial, materiais técnicos e informativos aos
seus clientes e operadores para aumentar o compartilhamento de melhores
práticas em relação ao transporte de gelo seco nos porões de carga inferiores e
principais. Além disso, outras variáveis como normas de saúde e segurança, bem como a ventilação, devem ser
consideradas para garantir a administração segura das vacinas. Para este fim, a Airbus promoveu
webinars em grupo, consultorias individuais, especificações técnicas e
materiais informativos específicos.
Sobre a Airbus
A
Airbus é líder global em aeronáutica, espacial e serviços relacionados. Em
2019, gerou receitas de € 70 bilhões e empregou cerca de 135.000 profissionais.
A empresa oferece a gama mais abrangente de aviões de passageiros e é líder
europeia no fornecimento de aeronaves-tanque, de combate, transporte e missões,
bem como uma das principais empresas espaciais do mundo. No segmento de
helicópteros, a Airbus fornece as soluções civis e militares mais eficientes do
mundo.
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