Dicas importantes
podem ajudar as donas de casa no momento de ir às compras, em meio à pandemia
Em épocas de pandemia, muitos padrões aos quais
estávamos acostumados deixaram de ser verdade e não reinam mais como antes, de
acordo com professores da Fundação Getulio Vargas. Novos meios de comunicação
foram aderidos, novas formas de consumir produtos e serviços passaram a ser
primeira opção, preços e produtos mudaram. Obviamente, com a cesta básica -
conjunto de produtos consumidos no dia a dia do brasileiro, não foi diferente e
alterações aconteceram.
Segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos), em abril deste ano, o preço do conjunto
de alimentos básicos aumentou em 16 capitais se comparado ao mês anterior.
Ainda segundo a mesma pesquisa, em São Paulo, o aumento superou os 7% quando
comparado a março passado. Neste ano, a variação beira os 10%.
“Num primeiro momento, podemos atribuir esse
aumento à própria demanda das industrias junto ao supermercado, em razão do
consumo das famílias que aumentou, consideravelmente, por conta do isolamento
social, o número de brasileiros em casa, fazendo todas as refeições, todos os
dias, considerado algo atípico, pois grande parte fazia, pelo menos, uma das
refeições fora de casa”, explica o professor de economia IBE Conveniada FGV,
Anderson Pellegrino, que também é doutorando em desenvolvimento econômico.
Uma pesquisa da Fundação Getulio Vargas mostra que
no período da pandemia, os preços dos itens básicos têm acelerado seu
crescimento: é o caso do feijão (que já tinha um aumento de 1,45% e passou a
ter aumento ainda maior, na casa de 8,60%, entre o período de 8 de fevereiro e
7 de março para o período de 23 de março e 22 de abril.
“Quando falamos em alimentos, temos as commodities
como, por exemplo, o trigo. Esse exemplo, muito presente, é um bem agrícola com
preço cotado internacionalmente. Com a desvalorização do real, frente ao dólar,
além das outras questões econômicas que envolvem a pandemia, também colaboram
para isso. Tudo isso se reflete no preço aos varejistas e, consequentemente, ao
consumidor final”, ressalta Pellegrino.
Planejando as
compras
O cenário é novo, totalmente inesperado. E, neste
contexto, a dona de casa precisa se precaver ainda mais quando pensar em fazer
compras e para auxiliar, principalmente, as donas de casa ao fazer a lista de
compras, principalmente nesse período de crise global, o professor de
pós-graduação na IBE Conveniada FGV, nas disciplinas de Empreendedorismo,
Gestão Financeira & Contabilidade Geral, Victor Corazza, elenca algumas
dicas de planejamento, que podem favorecer a tranquilidade financeira dos lares
brasileiros.
“É primordial prestarmos muita atenção no
planejamento das compras, uma vez que boa parte das economias pode ser
garantida já nesta fase. Começar com uma lista muito bem definida e estruturada
é determinante para não cair nas tentações no momento das compras. É claro que
de nada adianta termos uma lista bem definida e ficarmos dando aquela famosa
‘olhadinha’ nos outros itens do mercado”, aconselha Corazza.
A primeira dica é definir muito bem a lista de
compras. É importante separar itens que são obrigatórios e
imprescindíveis, daqueles que são supérfluos. Anotar itens substitutos também é
uma ótima forma de já criar possibilidades para economizar como, por exemplo,
trocar feijão por lentilha. Quanto mais itens com substitutos tiver na lista,
maiores são as chances de economizar.
Evite ir ao supermercado com
fome ou minutos antes de ter feito umas das principais
refeições. Essa observação pode ser a chave do sucesso para não cair nas
tentações em adquirir doces e alimentos supérfluos em promoção.
Outra dica é fazer uma boa opção de mercado.
Hoje em dia, temos muitas opções, ainda mais se pensarmos nos grandes centros
com as modalidades de vendas de atacado, varejo e atacarejo.
- Atacado: compra diretamente dos produtores
e repassa aos estabelecimentos comerciais, destinados a vender para o
consumidor final. Geralmente, vende para outras empresas.
- Varejo: são estes estabelecimentos que
concentram suas forças para atender a pessoa física e o público em geral.
Segundo o especialista, uma opção que pode ser uma ótima solução para a dona de
casa é aquela que une a distribuição do atacado e o poder comercial do varejo,
o chamado atacarejo, que são aqueles mercados que vendem grandes
quantidades de produtos, geralmente por um preço mais vantajoso e acessível.
Muitos destes estabelecimentos oferecem inclusive
preços mais baixos, principalmente se a compra for em maior quantidade. Mais
uma vez, se o planejamento for bem feito, isso pode representar além da
economia, menos visitas ao mercado. “Se seu propósito for economizar, escolher
estabelecimentos comerciais que podem, com uma probabilidade maior, oferecer
melhores preços, estes são os destinos certos”, reforça o especialista em
negociações.
Com a pandemia, um segmento que vem crescendo muito
são os aplicativos que fazem delivery. A dica para as compras feitas por aplicativo
é exatamente buscar por promoções realizadas por estes aplicativos. Com a
grande concorrência do setor, muitos app’s fazem verdadeiras queimas de
estoque, com fretes grátis e cupons de abatimento em compras para conquistar e
fidelizar os clientes.
Hora de fazer as
compras
Após o planejamento, chegou a hora de ir ao mercado
e realizar as compras.
O principal conselho do especialista é sobre
comparar marcas e produtos quando for fazer uma opção de
compra. “Hoje em dia, em praticamente 100% dos itens temos opções de qualidade
e preço. O fato de existirem muitas marcas favorece o consumidor no momento da
compra, uma vez que pode optar por produtos com a mesma finalidade, qualidade
idêntica ou parecida, mas com preço inferior, pelo próprio posicionamento da
marca”, comenta Corazza.
Um fator importante é saber se o produto que está
comprando, por mais que seja mais barato, oferece qualidade ao menos parecida
com a marca preferida da dona de casa.
Encerrando as dicas, as promoções não
poderiam ficar de fora. No momento em que a dona de casa estiver no
mercado, realizando suas compras, olhar as promoções é uma excelente alternativa,
contanto que sejam descontos daqueles produtos que já estavam presentes em sua
lista de compras. “Será interessante observar como será o comportamento
dos consumidores depois que tudo isso passar. Estes novos hábitos podem
determinar alterações significativas e profundas na forma de consumir produtos
e serviços, no que vem sendo chamado o ‘novo nomal’, finaliza o professor.
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