Especialista em
sustentabilidade, Marcus Nakagawa, explica a importância dá dicas de como fazer
o descarte corretamente
O Brasil é o quarto país que mais produz lixo
plástico do mundo, segundo o estudo “Solucionar a Poluição Plástica:
Transparência e Responsabilização”, feita pelo Fundo Mundial para a Natureza
(WWF). Ficando atrás apenas dos Estados Unidos (1° lugar), da China (2°) e da
Índia (3°), o país produz 11,3 milhões de toneladas destes resíduos, sendo
somente 145 mil toneladas (1,28%) efetivamente recicladas.
Para o especialista em sustentabilidade, professor
da ESPM; coordenador do Centro ESPM de Desenvolvimento Socioambiental (CEDS),
Marcus Nakagawa, este é um cenário preocupante, ainda mais agora em meio a uma
crise mundial. “A produção de lixo nos últimos dias tem crescido bastante, principalmente
por causa dos aplicativos e delivery de comidas que entregam seus produtos no
isopor ou em uma caixa plástica, com sacolas plásticas e talheres plásticos”.
De acordo com a Associação Brasileira de Empresas
de Limpeza Públicas e Resíduos Especiais (Abrelpe) a quantidade de lixos
domiciliares ao longo deste período será de 15 a 25% a mais, e na área de
resíduos hospitalares será de 10 a 20 vezes maior. Em vista disso, o
especialista em sustentabilidade ressalta a importância de saber gerenciar os
produtos orgânicos dos inorgânicos.
“Saber separar e descartar os resíduos de modo
adequado pode ajudar a diminuir os impactos ambientais. Além disso, não
estaremos contribuindo para o crescimento de aterros sanitário, muito menos
expondo excessivamente os coletores de lixo ao COVID-19, ou seja, indo na
contra mão do meio ambiente e da saúde pública”, explica Nakagawa.
Segundo o especialista em sustentabilidade, esse é
um tempo de reflexão sobre o modelo de vida que levamos. Para Nakagawa, se
queremos mudar nossos hábitos devemos começar dentro de casa. Por isso, ele faz
algumas recomendações básicas que podem fazer total diferença, como:
- Levante os tipos de resíduos gerados – Conhecer os resíduos que você consome é fundamental para fazer a gestão deles. Isso facilita na hora de separar o trajeto dos produtos orgânicos dos inorgânicos.
- Higienize as embalagens – Lavar com água todos os produtos, alimentos e embalagens são medidas recomendáveis há anos, mas em tempos de crise, isso se torna essencial para evitar o contágio com o vírus.
- Recicle restos de comida - Cascas de frutas e restos das refeições podem servir de adubo para hortas orgânicas até mesmo dentro de casa.
- Escolha sacolas biodegradáveis - Esses tipos de sacola tem fácil absorção no meio ambiente e duram bem menos do que as sacolas de plástico convencionais.
- Feche bem as sacolas – A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Públicas e Resíduos Especiais orienta os infectados pelo COVID-19 a não separar os lixos domésticos, mas caso não exista outra opção, é ideal fechar bem as sacolas a fim de não disseminar o vírus com tanta facilidade.
Marcus
Nakagawa - professor da ESPM; coordenador do Centro ESPM de
Desenvolvimento Socioambiental (CEDS); idealizador e conselheiro da Abraps; e
palestrante sobre sustentabilidade, empreendedorismo e estilo de vida. Autor
dos livros: 101 Dias com Ações Mais Sustentáveis para Mudar o Mundo e Marketing
para Ambientes Disruptivos. www.marcusnakagawa.com,
www.blogmarcusnakagawa.com
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