Pandemia de Covid-19 exige esforço
pessoa e familiar para manter o sono regulado, sobretudo de crianças e
jovens
O
distanciamento social, devido à pandemia do COVID-19, tem mudado a rotina de
muitas famílias. Com mais tempo em casa e a realização de aulas remotas, para
controlar os níveis de açúcar no sangue, crianças e jovens com diabetes
precisam de uma atenção maior dos pais para dormir de maneira equilibrada e
manter uma boa qualidade de vida, alertam especialistas.
A
médica endócrino-pediatra e coordenadora do Departamento de Diabetes Mellitus
1, da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Drª Mônica Gabbay, explica que a
má qualidade do sono acarreta maior liberação de hormônios contrarreguladores
de insulina, caso do cortisol, adrenalina e noradrelina. Os aumentos nos níveis
desses hormônios estão relacionados à elevação da glicemia, sobretudo, no
período da madrugada e ao amanhecer, causando uma resistência insulínica.
“O
padrão de sono, de modo geral, mudou muito, desde o século passado, inclusive
das crianças e jovens. Com isso, há alterações fisiológicas que afetam o metabolismo
e o sistema nervoso. Para os que têm diabetes, é necessária atenção redobrada”,
comenta.
Outra
alteração que carece cuidados refere-se aos níveis de ácidos graxos. Um sono de
pouca qualidade provoca diminuição da sensibilidade à insulina devido ao
aumento dos ácidos graxos no corpo.
Com
as exigências para combater o COVID-19, é necessário ainda mais cuidados,
quando se trata da saúde dos menores em casa, detalha a especialista. “Existe a
tendência que, com mais tempo no ambiente familiar, durma-se pouco ou em
horários não convencionais, o que é algo mais típico entre os jovens. Afetando,
assim, a produção da insulina, hormônio do pâncreas, assim como hormônios
gastrointestinais e melatonina, entre outros aspectos fisiológicos”, diz.
Saúde tamanho família
Segundo
Gabbay, é importante que a família defina uma rotina diária de sono e a cumpra,
para que as crianças e jovens com diabetes mantenham a saúde, especialmente, em
tempos de COVID-19. “Às vezes é uma luta, mas os pais precisam exercer esse
papel mais assertivo, pelo menos na primeira infância, fase em que até o
crescimento pode ser influenciado por noites mal dormidas”, conta.
Com
os mais jovens, nem sempre é mais fácil, complementa a médica
endócrino-pediatra, devido a hábitos, como jogar vídeo game, navegar na
internet e brincar no celular. “A qualidade do sono, neste caso, pode mexer com
o aprendizado da criança e do jovem, já diferenciado por ser em casa neste
momento”, diz.
A
especialista garante que dormir com qualidade é tão importante quanto se
alimentar bem e ter a prática regular de atividades físicas: “Não é dormir mais
ou menos, é ter um sono melhor equilibrado. E compensar aos finais de semana
não resolve o problema”, conclui.
SBD - Sociedade
Brasileira de Diabetes
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