O isolamento social e o medo da contaminação
do Covid-19, muitos tentam cultivar seus próprios alimentos em casa
Alguns anos atrás, a "onda" de produzir alimentos nos
espaços urbanos começou a crescer. Esse "passatempo" é uma forma de
trazer o verde para dentro de casa, mas principalmente uma atividade para
diminuir o stress da vida da cidade e produzir seu próprio alimento. Além da
produção de alimento, a agricultura urbana é um espaço importante para cultivar
plantas medicinais importantes para o aumento da imunidade.
A pandemia do Covid-19 teve muitas repercussões importantes, como
a falha nos sistemas de saúde pública, o enfraquecimento da saúde mental das
pessoas, a desaceleração econômica ou mesmo uma lacuna flagrante entre ricos e
pobres. Mas há outro aspecto que está lentamente afetando o mundo. Trata-se do
medo de uma escassez de alimentos. Em muitos lugares, onde medidas de
isolamento social foram impostas para conter a propagação do vírus, foram
relatadas compras de mantimentos em excesso. Enquanto muitos se viram diante de
prateleiras vazias em supermercados, descobrimos que grande parte de nossa
população é incapaz de produzir o próprio alimentar. O que nos conforta são os
relatos de que a segurança alimentar global ainda não foi comprometida.
De fato, os países em desenvolvimento estão atualmente em risco e
distúrbios de fome. Além disso, os ricos não devem considerar a escassez de
alimentos, devido à pandemia, como um problema reservado aos pobres. E é nesse
contexto de incerteza que o conceito de agricultura urbana está ganhando
popularidade. De fato, a pandemia mudou um pouco o modo de vida de parte da
população. Hoje é possível ter hortas que são perfeitamente adequadas para os
apartamentos, mesmo para aqueles menores. A Internet é uma grande aliada para
obtenção de kits de bricolage para ajudar as pessoas a cultivar sua própria
horta em qualquer lugar.
O conceito de auto-suficiência alimentar existe há algum tempo,
mas parece que o coronavírus levou muitas pessoas a adotá-lo como uma medida de
emergência. A preocupação com a origem dos seus alimentos. Segundo as Nações
Unidas, 68% da população mundial, dois terços, viverá nas cidades até 2050.
Essa tendência se torna ainda mais interessante. Segundo alguns especialistas,
a pandemia pode realmente levar a algumas tendências, provavelmente para
sempre.
Outro fato interessante é a pandemia estar alimentando
radicalmente conversas sobre autossuficiência. Talvez esteja relacionado às
nossas vulnerabilidades coletivas, que nos levam a buscar medidas que nos
salvem de muita ansiedade diante de um futuro incerto. Dados levantados de
pesquisas do Google, nos Estados Unidos, mostraram que o termo
"agricultura doméstica" aumentou 50% no mês passado, enquanto que
pesquisas relacionadas à "criação de galinhas" tiveram acréscimo de 75%.
Isso demonstra que o assunto "segurança alimentar" é um tema de
grande importância neste momento.
Em todo esse contexto de produzir seu próprio alimento, não
podemos esquecer que as plantas também necessitam se alimentar corretamente de
forma equilibrada. O insumo que irá permitir ter plantas com qualidade
nutricional, caso os solos usados para o cultivo não forneçam adequadamente, é
o fertilizante. O fertilizante é um produto destinado a fornecer os nutrientes
essenciais para as plantas e, consequentemente, irão servir para a nossa
alimentação.
A Nutrientes Para Vida (NPV) é uma
iniciativa que tem por missão informar a população sobre a importância dos nutrientes
para as plantas e para os seres humanos. Sua atuação está baseada em
informações científicas, de forma a explicar o papel essencial dos
fertilizantes na segurança alimentar, tanto na quantidade como na qualidade do
alimento produzido. O uso do fertilizante está alicerçado nos aspectos sociais,
econômicos e ambientais.
Valter Casarin - Coordenador Científico - Nutrientes Para a Vida (NPV)
E Doutor em
Ciência do Solo - École Nationale Supérieure Agronomique de Montpellier
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